GRANDES MÚSICAS… GRANDES ÉPOCAS!...
Música Medieval (400-1450)
Ainda por aí?... Bravo! És um valentão! :;) Bora lá a mais um capítulo da Música da Idade Média, pois, estamos quase a terminar.
“A produção poética medieval portuguesa pode ser agrupada em dois gêneros:
1 - Gênero satírico: em que o objetivo é criticar alguém, ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira; a este gênero pertencem as cantigas de escárnio e as cantigas de maldizer. São composições que expressam melhor a psicologia do tempo, onde vêm à tona assuntos que despertam grandes comentários na época, nas relações sociais dos trovadores; são sátiras que atingem a vida social e política da época, sempre num tom de irreverência; são sátiras de grande riqueza, uma vez que se apresentam num considerável vocabulário, observando-se, muitas vezes o uso de trocadilhos; fogem às normas rígidas das cantigas de amor e oferecem novos recursos poéticos. Os principais temas das cantigas satíricas são: a fuga dos cavaleiros da guerra, traições, as chacotas e deboches, escândalos das amas e tecedeiras, pederastia (homossexualismo) e pedofilia (relações sexuais com crianças), adultério e amores interesseiros e ilícitos. Obs: Tanto nas cantigas de escárnio quanto nas de maldizer, pode ocorrer diálogo. Quando isso acontece, a cantiga é denominada tensão (ou tenção). Pode mostrar a conversa entre a mãe a moça, uma moça e uma amiga, a moça e a natureza, ou ainda, a discussão entre um trovador e um jogral, ambos tentando provar que são mais competentes em sua arte.
• Cantigas de Escárnio Apresentam críticas sutis e bem-humoradas sobre uma pessoa que, sem ter nome citado, é facilmente reconhecível pelos demais elementos da sociedade. • Cantigas de Maldizer Neste tipo de cantiga é feita uma crítica pesada, com intenção de ofender a pessoa ridicularizada. Há o uso de palavras grosseiras (palavrões, inclusive) e cita-se o nome ou o cargo da pessoa sobre quem se faz a sátira: Maria Peres se mãefestou (confessou) / noutro dia, ca por pecador (pois pecadora) / se sentiu, e log' a Nostro Senhor / prometeu, pelo mal em que andou, / que tevess' um clérig' a seu poder, (um clérigo em seu poder) / polos pecados que lhi faz fazer / o demo, com que x'ela sempr'andou. (O demônio, com quem sempre andou)” (http://www.clerioborges.com.br/oficinatrovadorismo.html)
Cantigas– 243 http://videos.sapo.pt/juAizItb66wwaCGGk8Dj
Cantigas– 293 http://videos.sapo.pt/GLw6qKlRqON3Wt5AJTBP
Cantigas - En todo nos faz mercee' http://videos.sapo.pt/kYKgLGTzmzin8WTff15e
“2 - Gênero lírico: em que o amor é a temática constante, são as cantigas de amor e as cantigas de amigo. A canção da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós é considerada o mais antigo texto escrito em galego-português: 1189 ou 1198, portanto fins do século XII. Segundo consta, esta cantiga teria sido inspirada por D. Maria Pais Ribeiro, a Ribeirinha, mulher muito cobiçada e que se tornou amante de D. Sancho, o segundo rei de Portugal. ) "No mundo ninguém se assemelha a mim / enquanto a minha vida continuar como vai / porque morro por ti e ai / minha senhora de pele alva e faces rosadas, / quereis que eu vos descreva (retrate) / quanto eu vos vi sem manto (saia : roupa íntima) / Maldito dia! me levantei / que não vos vi feia (ou seja, viu a mais bela)."
• Cantigas de amor Nesta cantiga o eu-lírico é masculino e o autor é geralmente de boa condição social. É uma cantiga mais "palaciana", desenvolve-se em cortes e palácios. O nome da mulher amada vem oculto por força das regras de mesura (boa educação extrema) ou para não compromete-la (geralmente, nas cantigas de amor o eu-lírico é um amante de uma classe social inferior à da dama). A beleza da dama enlouquece o trovador e a falta de correspondência gera a perda do apetite, a insônia e o tormento de amor. Além disso, a coita amorosa (dor de amor) pode fazer enlouquecer e mesmo matar o enamorado. Cantigas de amigo As cantigas de amigo apresentam eu-lirico feminino, embora o autor seja um homem. Procuram mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com uma amiga ou com a natureza, sempre preocupada com seu amigo (namorado). Ou ainda, o amigo é o destinatário do texto, como se a mulher desejasse fazer-lhe confidências de seu amor. (Mas nunca diretamente a ele. O texto é dialogado com a natureza, como se o namorado estivesse por perto, a ouvir as juras de amor). Geralmente destinam-se ao canto e a dança. A linguagem, comparando-se às cantigas de amor é mais simples e menos musical pois as cantigas de amigo não se ambientam em palácios e sim em lugares mais simples e cotidianos. Conforme a maneira como o assunto é tratado, e conforme o cenário onde se dá o encontro amoroso, as cantigas de amigo recebem denominações especiais.” (http://www.clerioborges.com.br/oficinatrovadorismo.html)
Cantigas - 120 http://videos.sapo.pt/j46MfrhbdPY6p8tmdA4F
Cantigas– 180 http://videos.sapo.pt/UPAnac9mYNQ0c96YkdAD
Cantigas - Sobelos fondos do mar http://videos.sapo.pt/U4FqGh7FIHphKgogDPYb
Cantigas– 159 http://videos.sapo.pt/Sl57qKclftRR7YHm1PeS
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“Os Cancioneiros Manuscritos. a) Cancioneiro da Ajuda Copiado (na época ainda não havia imprensa) em Portugal em fins do século XIII ou princípios do século XIV. Encontra-se na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa. Das suas 310 cantigas, quase todas são de amor. B) Cancioneiro da Vaticana - Trata-se do códice 4.803 da biblioteca Vaticana, copiado na Itália em fins do século XV ou princípios do século XVI. Entre as suas 1.205 cantigas, há composições de todos os gêneros. c) Cancioneiro Colocci-Brancutti - Copiado na Itália em fins do século XV ou princípios do século XVI. Descoberto em 1878 na biblioteca do conde Paulo Brancutti do Cagli, em Ancona, foi adquirido pela Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra desde 1924. Entre as suas 1.664 cantigas, há composições de todos os gêneros. e) Cancioneiros de Escárnio e Maldizer, que são cantigas elaborados como forma de menosprezar e criticar o oponente, muito usados para críticas aos administradores (políticos) da época medieval.” (http://www.clerioborges.com.br/oficinatrovadorismo.html)
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Cantigas de Flauta y Tamboril - Alis y Felix http://videos.sapo.pt/DFdUy4O4PzEtAhlBkeih
Cantigas de Flauta y Tamboril - La Nave Cargada de Trigo http://videos.sapo.pt/B5k3ZzriZ6H0hqF6zeZJ
Cantigas de Flauta y Tamboril - De Romeria Sentada en Silla http://videos.sapo.pt/lOmd5z9U4KN5EfvF7LOm
“Nem só de poesia viveu o Trovadorismo. Também floresceu um tipo de prosa ficcional, as novelas de cavalaria, originárias das canções de gesta francesas (narrativas de assuntos guerreiros), onde havia sempre a presença de heróis cavaleiros que passavam por situações preciosíssimas para defender o bem e vencer o mal. Sobressai nas novelas a presença do cavaleiro medieval, concebido segundo os padrões da Igreja Católica (por quem luta): ele é casto, fiel, dedicado, disposto a qualquer sacrifício para defender a honra cristã. Esta concepção de cavaleiro medieval opunha-se à do cavaleiro da corte, geralmente sedutor e envolvido em amores ilícitos. A origem do cavaleiro-herói das novelas é feudal e nos remete às Cruzadas: ele está diretamente envolvido na luta em defesa da Europa Ocidental contra sarracenos, eslavos, magiares e dinamarqueses, inimigos da cristandade.” (http://www.clerioborges.com.br/oficinatrovadorismo.html)
Cantigas de Flauta y Tamboril - La Ofrenda de Clavos http://videos.sapo.pt/W9z39HzIDehFchG4zhmg
Cantigas de Flauta y Tamboril - La Harina de los Romeros http://videos.sapo.pt/jEY3PZRYzzQvbCht1FIo
“As novelas de cavalaria estão divididas em três ciclos e se classificam pelo tipo de herói que apresentam. Assim, as que apresentam heróis da mitologia greco-romana são do ciclo Clássico (novelas que narram a guerra de Tróia, as aventuras de Alexandre, o grande); as que apresentam o Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda pertencem ao ciclo Arturiano ou Bretão (A Demanda do Santo Graal); as que apresentam o rei Carlos Magno e os doze pares de França são do ciclo Carolíngeo (a história de Carlos Magno). Geralmente, as novelas de cavalaria não apresentam uma autoria. Elas circulavam pela Europa como verdadeira propaganda das Cruzadas, para estimular a fé cristã e angariar o apoio das populações ao movimento. As novelas eram tidas em alto apreço e foi muito grande a sua influência sobre os hábitos e os costumes da população da época. As novelas Amandis de Gaula e A Demanda do Santo Graal foram as histórias mais populares que circulavam entre os portugueses.” (http://www.clerioborges.com.br/oficinatrovadorismo.html)
Cantigas de Flauta y Tamboril - No Trabajar en Sabado http://videos.sapo.pt/gbA6FzgLb8APVPVpt4WV
Estamos mesmo a um palmo de encerrar este grande capítulo da História da Música Ocidental. Respira fundo, pois a jornada musical está mesmo no fim, e não vais desistir agora, pois não? Boa! Assim é que se fala! .
Por isso!... Não percas o próximo post… porque nós… também não!!!