Em cada um reside a fonte da partilha, e seja ela um dom ou não, deixa-me semear no teu ser o prazer da Música. Ela tem inspirado o Homem no revelar o seu pensamento, o interpretar e sentir o Universo ao longo de milénios. Bem vindo!
30 de Setembro de 2014

"O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz." Aristóteles

GRANDES MÚSICAS... GRANDES ÉPOCAS!...

MÚSICA CLÁSSICA (1750-1810)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Vida e obra

"Nosso Wolfgang Amadeus Mozart nasceu Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart, no dia 27 de janeiro de 1756, em Salzburgo, Áustria. Seu pai, Leopold Mozart, era um músico de talento e excelente professor de violino. Ele trabalhava como segundo mestre de capela da corte do arcebispado (Salzburgo era um Estado papal), servindo diretamente ao Príncipe-Arcebispo Siegmund von Schrattenbach, um homem culto e sensível às artes." (...) - (http://geniosmundiais.blogspot.pt/2006/01/biografia-de-wolfgang-amadeus-mozart.html)

Mozart - Oboe Concerto in C major KV314, Allegro aperto (1º and.) http://videos.sapo.pt/7t98dQ6UMdZMnNjKAzbE

Mozart - Oboe Concerto in C major KV314, Andante ma non troppo (2º and.) http://videos.sapo.pt/gZZTMMi8gliC3E9DeiYO

Mozart - Oboe Concerto in C major KV314, Allegro (3º and.) http://videos.sapo.pt/asWZbRN3ah8OhtO4sBS5

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Allegro maestoso-allegro molto (1º and.) http://videos.sapo.pt/ZalbYGb5R6fO4s8wzVgG

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Andante (2º and.) http://videos.sapo.pt/B7a2tNNzF1A65p1rqtH3

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Menuetto (3º and.) http://videos.sapo.pt/EBWhOWsL4Rmgju9oil2W

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Rondo-allegro (4º and.)

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Menuetto galante (5º and.)

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Andante (6º and.)

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Menuetto (7º and.)

Mozart - Haffner Serenade in D major KV 250- Adagio-allegro assai (8º and.)

E muito mais ainda há a explorar e conhecer. Boa audição!

"Por isso!... Não percas o próximo post... porque nós... também não!!!"
publicado por Musikes às 17:02 link do post
25 de Setembro de 2014

"A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação." Fernando Pessoa

No "Gotinhas..." desta semana!

"Guitarra portuguesa será sempre um cadáver" Cinco anos depois de "Luminismo", Ricardo Rocha regressa aos discos com "Resplandecente"

A música pimba no palco de Bruno Nogueira Bruno Nogueira chama a Deixem o Pimba em Paz "um espectáculo de desconstrução". E, de facto, quando o ouvimos declamar 24 Rosas, de José Malhoa, em tom de diseur latino romântico ou cantar Azar na Praia, de Nel Monteiro, como se fosse um tema entre o dixieland de Nova Orleães e a música de saloon, ou até mesmo quando Manuela Azevedo (dos Clã) agarra em Sozinha, de Ágata, e a transforma numa canção que poderia ser recuperada do reportório teatral/cabaret de Édith Piaf, percebemos que aquilo a que se chama pimba está a ser desmantelado diante dos nossos olhos e ouvidos.

O Alentejo canta, logo resiste A primeira imagem de Alentejo, Alentejo, o novo filme de Sérgio Tréfaut, é a de um morto. Não que isso seja explícito: é, antes, uma homenagem íntima ao mentor de um grupo de cante alentejano de Pias, que morreu durante a montagem do filme. Mas, sabendo isso, e vendo depois as gerações mais velhas conjugarem sempre no passado - perfeito, imperfeito -, não é difícil concluir: o cante alentejano já não devia existir.

Como a repetição explica por que gosta tanto de ouvir aquela canção Autora do livro "On Repeat: How Music Plays the Mind", Elizabeth Margulis explica como a repetição é um elemento essencial para uma pessoa se deixar envolver com uma peça musical. cropped-886910543 Elizabeth Margulis explica o que amarra o cérebro a uma peça musical

Não, não e... sim (a reflectir sobre...) Algumas referências recentes na imprensa sobre a educação das crianças, as regras e os limites do seu comportamento e ainda o lançamento de uma obra interessante do professor Mário Cordeiro, Educar com Amor, levam-me a umas notas a propósito de algo que considero bens de primeira necessidade na vida das crianças, o "não" e o "sim".

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"Guitarra portuguesa será sempre um cadáver" http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4135288&seccao=M%FAsica

Cinco anos depois de "Luminismo", Ricardo Rocha regressa aos discos com "Resplandecente", surgindo assim três heterónimos que formam com o guitarrista o Quarteto Boreal, responsável pelas peças inéditas para quarteto de guitarras incluídas neste novo álbum. Resplandecente, o seu terceiro álbum, já foi gravado há dois anos mas só foi editado agora. Porquê? Só não saiu antes porque houve uma catadupa de entraves que levaram a que fosse adiado constantemente. Problemas de mercado, envolvendo as regras e as supostas datas ideais para os discos saírem, e com isto o tempo foi passando. As primeiras cinco peças, para um quarteto de guitarras, foram gravadas inteiramente por si. Porque não escolheu outros músicos para formar o quarteto? Eu tentei. Só aconteceu assim porque fui obrigado, porque do ponto de vista da disponibilidade das pessoas que eu queria reunir era inviável. Isto ia exigir muita disponibilidade e dedicação de cada um. Houve imensa vontade, mas não havia disponibilidade física e não podia escolher outras pessoas porque não o conseguiriam fazer. Ao longo destes anos tenho tentado dar uma direção à guitarra neste sentido mais académico e erudito, mas sozinho tenho a noção de que não consigo fazer milagres. Daí ter de me dividir em quatro.

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A música pimba no palco de Bruno Nogueira http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/nem-altar-nem-cadafalso--a-musica-pimba-no-palco-de-bruno-nogueira-1669976

Bruno Nogueira chama a Deixem o Pimba em Paz "um espectáculo de desconstrução". E, de facto, quando o ouvimos declamar 24 Rosas, de José Malhoa, em tom de diseur latino romântico ou cantar Azar na Praia, de Nel Monteiro, como se fosse um tema entre o dixieland de Nova Orleães e a música de saloon, ou até mesmo quando Manuela Azevedo (dos Clã) agarra em Sozinha, de Ágata, e a transforma numa canção que poderia ser recuperada do reportório teatral/cabaret de Édith Piaf, percebemos que aquilo a que se chama pimba está a ser desmantelado diante dos nossos olhos e ouvidos. E se o riso - por se tratar de Nogueira e o arranque se fazer com esse tom inesperadamente enfático de 24 Rosas - ainda sai com facilidade de início, logo se percebe que a presença do humor em Deixem o Pimba em Paz é quase fortuita e trazida sobretudo à tona sempre que emergem criações de Quim Barreiros. "Há temas que são propositadamente engraçados", reconhece Bruno Nogueira ao PÚBLICO. "O Quim Barreiros tem muito disso, desses temas mais brejeiros, com letras muito engraçadas - nem que eu tirasse quatro cursos lá fora conseguiria fazer o mesmo e para ele aquilo é natural." E exemplifica com o refrão que nos ensina que o melhor dia para casar "É o 31 de Julho / porque depois entra Agosto". "Isto, para mim, não é Alexandre O'Neill mas está lá perto", comenta. Depois, há um conjunto de outras canções que "infelizmente para os autores, são tão trágicas que dão a volta e acabam por ser desconfortavelmente engraçadas". "Gosto desse desconforto porque a música não foi feita com esse fim. Essas músicas, de forma um pouco perversa, dão-me um quentinho", confessa. Entre elas incluir-se-á, provavelmente, Vem Devagar, Emigrante um trágico épico familiar da autoria de Graciano Saga que Manuela Azevedo reconhece ter sido "essencial e quase de definição" daquilo que procuravam para o projecto. O projecto nada tem de risível quando Na Minha Cama com Ela (Mónica Sintra) é apresentada com um insuspeito fulgor pop ou Comunhão de Bens (Ágata) se mostra como uma sombria e dramática balada ao piano, tudo cortesia dos arranjos do pianista de jazz Filipe Melo e do guitarrista pop/rock Nuno Rafael (director musical de Sérgio Godinho). A prova de que as cartas se baralham na totalidade é inequívoca nos convidados chamados ao palco: Camané e Marante (cantor do Grupo Diapasão), predisposto a levar o seu tema Som de Cristal para terras de um crooning que Tony Bennett e Jamie Cullum não desdenhariam, numa canção que fazia parte da "fantasia de música pimba" de Nogueira. E que obriga à conclusão de que tudo está nas pequenas escolhas de cada um. Se Marante cantasse habitualmente neste registo a sua imagem pública seria outra. A mesma coisa se tivesse calhado Camané ser vocalista do Grupo Diapasão. "Isto está para lá do humor", defende Manuela Azevedo, colocando Deixem o Pimba o Paz no mesmo patamar de Odisseia, a série que Bruno Nogueira e Gonçalo Waddington criaram para a RTP. "A maneira de o Bruno utilizar o humor faz-nos olhar para as coisas de forma diferente, é mais desafiante do que parodiante, e acho que quem gosta do trabalho dele gosta dessa vertigem que ele coloca naquilo que faz. Embora haja coisas que nos fazem rir, têm que ver com desconstrução, com rirmo-nos de nós próprios, da realidade e dos clichés de muita gente." Deixem o Pimba em Paz funciona, por isso, como um espelho de efeito duplo virado para o país. Por um lado, celebra de forma descomplexada a sua cultura popular, mais genuína e menos preocupada com aquilo que deve ou não ser, confrontando o público com essa massa de povo de que faz parte (enquanto em palco os intérpretes assumem a sua inscrição nessa cultura, mesmo que torcendo-lhe alguns códigos). Por outro, obriga também cada um a escarafunchar nas suas certezas e nos seus preconceitos. São as subcamadas óbvias debaixo do desejo inicial e simples de montar um espectáculo. "Fizemos isto para nos divertirmos", diz Nogueira. "Não queremos dar lição nenhuma, não há aqui nenhuma moral nem nenhum olhar sobranceiro sobre a música. Não temos vontade nem nos cabe esse papel de evangelizar pessoas para o que quer que seja. Isto não pretende pôr a música pimba num altar nem num cadafalso É só um espectáculo."

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O Alentejo canta, logo resiste http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-alentejo-canta-logo-resiste-1669881

A primeira imagem de Alentejo, Alentejo, o novo filme de Sérgio Tréfaut, é a de um morto. Não que isso seja explícito: é, antes, uma homenagem íntima ao mentor de um grupo de cante alentejano de Pias, que morreu durante a montagem do filme. Mas, sabendo isso, e vendo depois as gerações mais velhas conjugarem sempre no passado - perfeito, imperfeito -, não é difícil concluir: o cante alentejano já não devia existir. Quase todas as expressões de música popular que Fernando Lopes-Graça e Michel Giacometti recolheram nos anos 1960, do Minho ao Algarve, são hoje arqueologia. Que chances de sobrevivência tem um canto colectivo nascido e criado nos rituais do trabalho no campo se a agricultura foi ocupada por máquinas? Com que voz se destrona uma debulhadora? Na era Facebook, que utilidade têm modas cantadas por rapazes às raparigas em bailes? "Sobe acima ó laranjinha,/Dá meia volta ao par,/Ainda tu hás-de ser minha,/Ainda eu te hei-de deixar." Alentejo, Alentejo Realização: Sérgio Tréfaut E o Alentejo é grande, mas cada vez mais vazio. "Pias e Vila Nova tinham mais população dantes, quando eram aldeias, do que tem hoje Serpa, que é cidade", constata Sérgio Tréfaut. A morte é tema tão frequente no cante alentejano que é como se o próprio tivesse preparado o seu requiem. Alentejo, Alentejo abre com uma sequência de rostos: um homem, depois outro, e assim sucessivamente, estáticos como fotografias, de olhar frontal, por vezes desafiante. É como se estes rostos é que estivessem a olhar para nós, mais do que nós a olharmos para eles. É isso: o espectador sente-se olhado. Se fosse um western, esta seria a cena do duelo. O fundo é negro porque é de noite, mas é tentador ver nisso uma metáfora sobre o próprio cante alentejano. O som é de pés a marchar sobre a terra. Zeca Afonso começa a cantar Grândola Vila Morena. Mas o que é isso de "o povo é quem mais ordena" num país que prefere a resignação? Portanto: o cante alentejano já não devia existir. A serenata É fácil esvaziar um tanque de gasóleo no Alentejo porque Sérgio Tréfaut conhece o território como se estivesse em casa. Nascido em São Paulo, no Brasil, filho de um alentejano e de uma francesa, tinha 12 anos quando visitou pela primeira vez o Alentejo. "Senti na pele o abismo que existia entre o mundo cosmopolita em que eu tinha crescido, primeiro no Brasil, depois em Paris, rodeado de exilados políticos, jornalistas e universitários, e o modo de vida pobre de uma pequena aldeia alentejana, onde toda a gente trabalhava no campo e, com sorte, aprendera a escrever o nome depois dos anos 40 anos", escreveu o realizador numa nota de imprensa sobre Alentejo, Alentejo. Muitos dos seus filmes têm uma ligação com o Alentejo: em Outro País (1999) filmou o reencontro de fotógrafos estrangeiros com os lugares que tinham fotografado durante a revolução portuguesa, em particular Baleizão e Pias, no Baixo Alentejo. Fleurette (2002), documentário confessional em que confronta a própria mãe com a sua biografia e história familiar, também tem cenas filmadas no Alentejo. Viagem a Portugal (2011) foi rodado em Serpa, embora a acção se passe no aeroporto de Faro. A sua próxima ficção, que começa a ser rodada em Janeiro, será uma adaptação de Seara de Vento, de Manuel da Fonseca, inteiramente filmada em Beja. Foi quando filmava Viagem a Portugal que o presidente da Câmara de Serpa, João Rocha (hoje presidente da Câmara de Beja), o convidou para fazer o filme de candidatura do cante alentejano a Património Cultural da Humanidade, apresentada no ano passado à UNESCO, com a duração de dez minutos, e uma longa-metragem. O filme de dez minutos está disponível no site de Alentejo, Alentejo. Embora muitas imagens sejam comuns aos dois filmes, eles são muito diferentes: a curta-metragem é narrada por uma voz off, como um documentário sobre a vida selvagem, que dita informações básicas sobre o cante alentejano. "É uma peça informativa, que cumpre uma função de dar a compreender o cante alentejano a pessoas dos cinco continentes - um tailandês, um guatemalteco, um sul-africano ou um egípcio que, eventualmente, nunca ouviu falar de cante alentejano, nunca ouviu falar do Alentejo, se calhar nem sabe onde fica Portugal", resume Sérgio Tréfaut. O realizador já tinha filmado cante alentejano antes, em Outro País e Fleurette, mas não chegara a incluir essas sequências nos filmes - uma delas com a sua mãe "a chorar baba e ranho numa taberna de Pias, a ouvir cante alentejano". "O meu pai convenceu a minha mãe a vir morar para Portugal pondo uma serenata de cantores alentejanos debaixo da janela dela na primeira noite que ela dormia na quinta [perto de Moura, no Alentejo]", conta. "Sendo que o meu pai é surdo - surdo no sentido de que não consegue distinguir A Marselhesa de nada. Não tem ouvido musical nenhum e não sabe trautear nada. Mas é alentejano. E um sedutor completo." Pode então dizer-se que havia antecedentes, até familiares, que levaram Tréfaut a rodar um filme sobre cante alentejano. "Nunca encarei isso como uma encomenda", diz. As filmagens arrancaram em 2012 e terminaram no final de 2013, com "um ou dois planos" em Janeiro deste ano. O filme não se centra num particular grupo ou aldeia alentejana. São nove os grupos de cante alentejano que figuram em Alentejo, Alentejo, e a diversidade é visível - grupos de homens, grupos de mulheres, grupos de crianças, grupos de jovens - mas o resultado é um retrato de família, comunitário. Este é um documentário que dispensa alguns pormenores mais burocráticos ou informativos (como a identificação dos intervenientes) para poder estar mais perto das pessoas. Pode surpreender ouvir homens depois dos 60 anos a cantarem sobre a mãe ou mulheres da mesma idade a cantarem sobre amores de juventude. Mas não estão a cantar sobre uma experiência individual. Um alentejano não canta sozinho. A ideia inicial era fazer um filme musical, "praticamente sem conversa". Pode-se contar a história do século XX português através do cante alentejano. "Você tem letras sobre o rei D. Carlos, letras sobre a Pide, hinos ao Salazar, muitas coisas da Catarina Eufémia, coisas sobre a ponte Salazar, coisas sobre a Guerra Colonial, depois começa a haver muitas elegias políticas no período revolucionário - 'como é grande o meu partido' e 'a seara de vermelho'", conta Tréfaut. Os grupos de cante alentejano foram instrumentalizados pelo Estado Novo, que os transformou em bandeira do folclore português, controlando o cancioneiro e o traje. "Uma manipulação que não é menor acontece depois, durante o período revolucionário, em que os grupos são muito utilizados como bandeira política", nota o realizador. Grândola Vila Morena, o hino da revolução, é um tributo ao cante alentejano. E o grande boom dos grupos femininos de cante alentejano dá-se após o 25 de Abril, "quando os direitos e o estatuto da mulher estão muito presentes em toda a estratégia política do Alentejo comunista", diz Tréfaut. "O simples facto de mostrar que este universo ou que estas pessoas têm valor é uma maneira de dizer: 'Isto tem valor e a merda que vocês estão a ver na televisão não tem valor'" Sérgio Tréfaut E apesar de a grande maioria de grupos cantar temas tradicionais, cuja autoria e origem se perdeu, também há letras novas, que reflectem a actualidade, como o tema que se ouve no filme, Portugal Está Na Crise. Mesmo que sacrificando o lirismo figurado ou panteísta de outros tempos - não há nada de alegórico numa moda em que se canta: "Neste nosso Portugal/Não sabemos que fazer/Tanta gente na miséria/Nem ganham para comer." Um filme-ensaio Catarina Amador, 80 anos feitos no dia 15 de Agosto, abre a porta da sua casa térrea no Baleizão, terra de Catarina Eufémia, a ceifeira morta à queima-roupa por um GNR em 1954 quando reivindicava um aumento dos salários dos trabalhadores rurais. A televisão, ligada na TVI, é a única iluminação numa sala de estar escura, sem janelas, e daí passa-se para a cozinha, onde o marido de Catarina come sardinhas assadas com salada de tomate. "Se têm mandado dizer, não iam comer a outro lado. Tinha feito aqui uma coisinha boa, uma coisinha à minha maneira", lamenta Catarina. É impossível esquecer Catarina depois de ver Alentejo, Alentejo. Ela é a mulher que conta uma infância dickensiana, de pobreza e fome, enquanto cozinha uma açorda e faz plateias inteiras rirem disso. Ela viu o filme no final de Junho, quando Alentejo, Alentejo foi apresentado em Beja. Quando viu a sua imagem aparecer soltou um "Ai minha mãe, já cá estou!" "Quando eu digo que a gente não usava cueca, [as pessoas que estavam a assistir] mataram-se de festa! Hahahaha! Não podia ser mais bonito do que o que foi." O marido: "Não fui ver, não posso gabar."

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Como a repetição explica por que gosta tanto de ouvir aquela canção http://observador.pt/2014/09/18/como-repeticao-explica-por-que-gosta-tanto-de-ouvir-aquela-cancao/

O que acontece na música de que você gosta que faz com que a queira ouvir novamente?". E "como é que uma canção acaba por conseguir ficar registada na sua cabeça?". Estas são duas das questões a que Elizabeth Hellmuth Margulis, diretora do Music Cognition Lab, responde no livro "On Repeat: How Music Plays the Mind", obra em que a repetição é considerada como um elemento fundamental para que uma pessoa se deixe envolver por uma peça musical. No livro, a investigadora explica como o fenómeno designado "mere-exposure effect" é relevante para que uma canção se vá colando à mente à medida que se torna mais familiar. Um vídeo disponível no TED-Ed resume as conclusões de Margulis e explica como o cérebro reage, fazendo com que quem escuta um tema se entusiasme com aquilo que está a ouvir.

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Não, não e... sim http://www.publico.pt/sociedade/noticia/nao-nao-e-sim-1670294

Algumas referências recentes na imprensa sobre a educação das crianças, as regras e os limites do seu comportamento e ainda o lançamento de uma obra interessante do professor Mário Cordeiro, Educar com Amor, levam-me a umas notas a propósito de algo que considero bens de primeira necessidade na vida das crianças, o "não" e o "sim". Acontece que, por diferentes razões, na vida das famílias, de muitas famílias, parece estar a ser progressivamente mais difícil administrar o "não" usando-se de forma, por vezes excessiva, o "sim", seja de forma mais activa ou apenas por omissão do "não". Tal cenário acaba por estar associado a situações em que as crianças evidenciam grandes dificuldades em perceber as regras e os limites do seu comportamento, uma das funções mais importantes do "não". Como consequência, o comportamento das crianças torna-se despótico, desregulado, transformando-as no "pequeno ditador" de que alguns falam e muitos conhecem, gerando-se situações sociais de grande embaraço para as famílias e climas educativos e relacionais pouco saudáveis entre graúdos e miúdos. Assistimos com muita frequência a cenas bem exemplificativas deste funcionamento, pais envergonhados e impotentes e meninos a fazer o que lhes passa pela cabeça, quando lhes passa pela cabeça. Em muitas circunstâncias, os estilos de vida dos pais, o pouco tempo que têm para as crianças, instalam de mansinho um sentimento de culpa que leva a que os pais, quase sempre sem se dar conta, se inibam, para evitar situações de tensão ou crispação que "estraguem" o pouco tempo que têm para os filhos, de dizer de forma firme e persistente, "não", "não podes fazer isso". Acontece que o "não" inicial desencadeia na criança uma reacção de birra, mais ou menos exuberante, a que os pais frequentemente não resistem e, é uma questão de tempo, o "não" passa a "sim" quase sempre acompanhado de um "só desta vez", "só uns minutos" ou qualquer outra expressão que na circunstância atenue o desconforto. As crianças são inteligentes, percebem muito facilmente quando um "não" é "não" ou quando o "não" passa rapidamente a "sim". E como são inteligentes também aprendem com serenidade as regras e os limites. É, pois, fundamental que os pais se sintam confiantes e usem o "não" de forma adequada, ainda que flexível, sem medos das "birras" ou de perderem o afecto dos miúdos por serem "duros". Na verdade, as crianças precisam dessas regras e dos limites para estabelecer relações de afecto positivas, a sua ausência é que é um risco. Por outro lado, quando se assiste ou se comenta alguns comportamentos das crianças sobretudo quando se trata de birras ou a imposição de desejos ou vontades aos adultos, quase sempre os pais, que com maior ou menor constrangimento acabam por satisfazer, surge com muita frequência a explicação "é dos mimos" ou outra da mesma natureza. Neste tipo de diálogos, "mimos" é entendido quase como sinónimo de "afecto", "amor", "gostar", etc. Tal justificação costuma depois servir para se afirmar a ideia de que as crianças hoje em dia têm muitos mimos que as estragam, dito de outra maneira, têm "afecto" a mais ou ainda "gosta-se de mais" das crianças. Estes discursos parecem-me sempre muito curiosos pois assentam, do meu ponto de vista, num enorme equívoco. As crianças, de uma forma geral, não terão afecto a mais, não me parece que exista "afecto a mais", pode existir "mau afecto". Não é mau por ser "muito", é mau porque asfixia, oprime, não deixa que cresçam. Mas não é este o tipo de situações que leva as pessoas a falar dos mimos a mais. Insisto, as crianças não têm mimos a mais, têm "nãos" de menos, os adultos sendo quase sempre capazes de dar os mimos, muitas vezes mostram-se incapazes de dar os "nãos", de estabelecer os limites e as regras que, insisto, são tão necessárias às crianças como respirar e alimentar-se. Esta dificuldade dos adultos em oferecer os "nãos" às crianças, decorre muitas vezes, como já referi, de algum desconforto culpabilizante sentido com as circunstâncias e estilos de vida que inibem o tempo e a disponibilidade que desejariam ter para os filhos. Ficando sem "nãos", muitas crianças, a coberto do afecto dos pais, transformam-se, de facto, em pequenos ditadores que infernizam a vida de toda a gente, a começar por si próprias. Mas as crianças não têm mimos, afecto, a mais. Nas mais das vezes têm, repito, "nãos" a menos.

"Já agora... Talvez valha a pena pensar nito!..."

E aqui está! O "Gotinhas " volta para a semana!

Até breve!
publicado por Musikes às 11:30 link do post
19 de Setembro de 2014

"O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz.” Aristóteles

GRANDES MÚSICAS… GRANDES ÉPOCAS!...

MÚSICA CLÁSSICA (1750-1810)

O período clássico é uma época muito rica, e portanto, espero que sejas persistente e continues esta saga ao longo do classicismo. Como já foi referido, há importantes compositores que não podemos deixar de conhecer, e por tal… fica o desafio a vires com o “Musikes” conhecê-los. 

“Nos séculos XVII e XVIII, chamavam-se câmaras os aposentos do príncipe e de mecenas aristocráticos, onde se executava música instrumental profana, em oposição à música sacra, executada na igreja. A sinfonia, confiada a orquestras maiores, logo passou às salas de concerto. Com o declínio do mecenato aristocrático, porém, a música de câmara, quando não executada domesticamente, por amadores, também se destinou a um público mais amplo. De suas origens históricas, a obra de câmara guardou a intimidade aristocrática. A partir da segunda metade do século XVIII, define-se como música instrumental com número limitado de executantes e para audição em salas menores. Também é aceita a expressão "canto camerístico", porque o Lied tradicional exige apenas a voz e o piano. As formas mais simples são as duo-sonatas, para instrumento de cordas acompanhado por instrumento de teclas. É habitualmente atribuída a Haydn a criação da moderna música de câmara e da sinfonia em sua estrutura definitiva, gênero em que deixou mais de cem composições. Introduziu a forma sonata em todos os gêneros da música camerística e aboliu o baixo contínuo. De sua obra imensa fazem parte ainda mais de oitenta quartetos de corda e mais de cinqüenta sonatas para piano.” (…)

Mozart_ Divertimento In B Flat (1º and.) http://videos.sapo.pt/2QPL8dcBidsb6HzFaUhU

Mozart_ Divertimento In B Flat(2º and.) http://videos.sapo.pt/ZfgVpeFt2NQVgYsPMqgW

Mozart_ Divertimento In B Flat (3º and.) http://videos.sapo.pt/DkqKfh2r2g5Q7eeOysFk

Mozart_ Divertimento In B Flat (4º and.) http://videos.sapo.pt/Pam79DDe4bKZDe2K5sOo

Mozart_ Divertimento In B Flat (5º and.) http://videos.sapo.pt/GzpWhEjNgTMrqLhjU67a

“Mozart, menino-prodígio cujo genial espírito criativo se apagou prematuramente aos 35 anos, representou ao lado de Haydn o classicismo vienense, arquétipo da época. Cultivou todos os gêneros da época com êxito incomparável. Compôs quarenta sinfonias, numerosas sonatas, quartetos de corda e concertos para instrumentos solistas -- sobretudo para piano -- que se tornaram modelos de inspiração e perfeição formal. O mesmo se pode dizer de sua música vocal. Entre suas óperas, sobressaem Don Giovanni (1787) e Die Zauberflöte (1791; A flauta mágica); e, entre suas várias missas, o Réquiem (1791). Ainda assim, o classicismo distinguiu-se sobretudo pela preponderância da obra instrumental e de composição simples sobre as peças litúrgicas e dramáticas.” (http://www.oliver.psc.br/musica/desenv.htm)

Mozart_ Divertimento In D, K 136 (1º and.) http://videos.sapo.pt/bovEVYA8IFA7FBpNyhU5

Mozart_ Divertimento In D, K 136 (2º and.) http://videos.sapo.pt/h23BGk1MzIsCYo645WaK

Mozart_ Divertimento In D, K 136 (3º and.) http://videos.sapo.pt/vDvaS2Mm0n8zCztNNfEN

Mozart - Sonata para piano nº11, KV331 (1º and.) http://videos.sapo.pt/2KUJrUZE6ZvgtmG8ln8n

Mozart - Gran Partita http://videos.sapo.pt/hyrN384N74ArOjduUMqE

Mozart - Ária de concerto http://videos.sapo.pt/J6Ya25u30GhZIE4p0DGK

Mozart - Quinteto de cordas http://videos.sapo.pt/es832BVyC4SboAHRSqlN

Mozart - As Bodas de Fígaro http://videos.sapo.pt/3LkKdmRr7ZA728qoIzCl

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Kyrie - (1º and.) http://videos.sapo.pt/v1ob6SJj4oQiVQ3jNziU

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Gloria- Gloria in excelsis - (2º and.) http://videos.sapo.pt/8N5i0fow7UCKWShT0RG5

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Laudamus te (3º and.) http://videos.sapo.pt/4moHCpyHCyf37wiCMZbi

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Gratias agimus tibi (4º and.) http://videos.sapo.pt/pS2zZswU5lYZcmGUQG6l

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Domine Deus (5º and.) http://videos.sapo.pt/EEGHZNUdsmZGfvzkPsT8

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Qui tollis (6º and.) http://videos.sapo.pt/eGIzK7ZOAw6ane7aqzRe

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Quoniam tu solus (7º and.) http://videos.sapo.pt/MrObgKMYYaQM7I2PRhYo

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Jesu Christie (8º and.) http://videos.sapo.pt/2Gehn793eCSbBL8NTFJW

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Cum Sancto Spiritu (9º and.) http://videos.sapo.pt/5p4I4bcEMMQs7DhhIvZ9

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Credo- Credo in unum Deum (10º and.) http://videos.sapo.pt/4TGije8FtkaNnRLRwrDZ

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Et incarnatus est (11º and.) http://videos.sapo.pt/teoT6Rp8Ly0Mb4SPttUv

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Sanctus (12º and.) http://videos.sapo.pt/teoT6Rp8Ly0Mb4SPttUv

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Hosanna (13º and.) http://videos.sapo.pt/EI1dfvZC8SZwoKMFlRyb

Mozart - Camerata Wurzburg, et al - MESSE ~ Grosse Messe, KV 427 (417a) - Benedictus (14º and.) http://videos.sapo.pt/SwCtGdCu84bTFLTngFsO

E muito mais ainda há a explorar e conhecer. Boa audição!

“Por isso!... Não percas o próximo post… porque nós… também não!!!”
publicado por Musikes às 13:45 link do post
18 de Setembro de 2014

“A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.” Fernando Pessoa

No “Gotinhas…” desta semana!

Rapaz cego de 9 anos – é o novo prodígio do jazz http://boasnoticias.sapo.pt/noticias_rapaz-cego-de-9-anos-e-o-novo-prodigio-do-jazz_20837.html

A nova estrela da música boliviana é um menino de nove anos, cego, que dá pelo nome de José António Montaño. O jovem pianista tem percorrido várias salas um pouco por toda a América do Sul. Segundo o jornal britânico Mirror, José começou a tocar bateria com apenas quatro anos e surpreendeu os professores pela forma rápida com que aprendia. Pouco depois começou a tocar piano e revelou a mesma destreza. Num vídeo divulgado pela BBC Mundo, José afirma que já tocou em países como o Brasil ou o Perú, além de ter atuado em várias cidades da Bolívia. "Gosto muito da música jazz, inspira-me muito, ouço muito este tipo de música", salienta o menino. O rapaz, de Cochabamba, na Bolívia, formou o seu primeiro trio de jazz com apenas cinco anos.

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Bob Dylan, The Cure e B. B. King em homenagem Paul Mccartney http://observador.pt/2014/09/10/bob-dylan-cure-e-b-b-king-em-homenagem-paul-mccartney/

The Art of McCartney é o que se pode chamar de uma homenagem de luxo. As canções da carreira do ex-Beatle Paul McCartney vão ser cantadas por 38 artistas, entre os quais B.B. King, Bob Dylan, The Cure, Kiss, Def Leppard e Yusuf Islam, antes conhecido como Cat Stevens. Do hino “Yesterday” à eterna “Let it Be”. De “All My Loving”, canção que apresentou os Beatles à América, em 1964, a “Maybe I’m Amazed”, do primeiro álbum a solo de McCartney. O “Beatle” é omnipresente e, ao mesmo tempo, sempre ausente nesta compilação, com data de saída marcada para 18 de novembro, em CD e vinil.

Brian Wilson, fundador dos Beach Boys, foi o primeiro de 38 artistas a aceitar o convite para fazer uma versão. Escolheu “Wanderlust”, de 1982. Barry Gibb, dos Bee Gee’s, fez uma versão de “When I’m 64″, dos Beatles. “Things We Said Today”, também dos Beatles, terá o cunho de Bob Dylan. Dos improváveis Kiss chegará uma versão de “Venus and Mars/Rock Show” um medley de duas canções escritas por Paul e Linda McCartney. Ao todo são 42 músicas reinventadas. Para dar alguma consistência à sonoridade, vários artistas cantaram com a banda que já acompanhou Paul McCartney em digressão durante mais de 10 anos, pode ler-se na página oficial. O primeiro passo deste projeto já foi desvendado. “Hello Goodbye”, dos Beatles, ganha aqui uma versão da banda britânica The Cure, acompanhada por James, filho de Paul McCartney:

Eis o alinhamento completo: 1- Billy Joel – “Maybe I’m Amazed” 2- Bob Dylan – “Things We Said Today” 3- Heart – “Band on the Run” 4- Steve Miller – “Junior’s Farm” 5- Yusuf Islam – “The Long and Winding Road” 6- Harry Connick, Jr- – “My Love” 7- Brian Wilson – “Wanderlust” 8- Corinne Bailey Rae – “Bluebird” 9- Willie Nelson – “Yesterday” 10- Jeff Lynne – “Junk” 11- Barry Gibb – “When I’m 64″ 12- Jamie Cullum – “Every Night” 13- Kiss – “Venus and Mars”/”Rock Show” 14- Paul Rodgers – “Let Me Roll It” 15- Roger Daltrey – “Helter Skelter” 16- Def Leppard – “Helen Wheels” 17- The Cure, featuring James McCartney – “Hello Goodbye” 18- Billy Joel – “Live and Let Die” 19- Chrissie Hynde – “Let It Be” 20- Cheap Trick’s Robin Zander and Rick Nielsen – “Jet” 21- Joe Elliott – “Hi Hi Hi” 22- Heart – “Letting Go” 23- Steve Miller – “Hey Jude” 24- Owl City – “Listen to What the Man Said” 25- Perry Farrell – “Got to Get You Into My Life” 26- Dion – “Drive My Car” 27- Allen Toussaint – “Lady Madonna” 28- Dr- John – “Let ‘Em In” 29- Smokey Robinson – “So Bad” 30- The Airborne Toxic Event – “No More Lonely Nights” 31- Alice Cooper – “Eleanor Rigby” 32- Toots Hibbert with Sly & Robbie – “Come and Get It” 33- B.B. King – “On the Way” 34- Sammy Hagar – “Birthday” Canções extra: 1- Robert Smith – C Moon” 2- Booker T- Jones – “Can’t Buy Me Love” 3- Ronnie Spector – “P-S- I Love You” 4- Darlene Love – “All My Loving” 5- Ian McCulloch – “For No One” 6- Peter, Bjorn and John – “Put It There” 7- Wanda Jackson – “Run Devil Run” 8- Alice Cooper – “Smile Away” Partilhe

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U2 lançam álbum gratuito no iTunes http://boasnoticias.sapo.pt/noticias_u2-lancam-album-gratuito-no-itunes_20840.html

A banda irlandesa anunciou esta terça-feira a oferta do seu novo álbum "Songs of Innocence", em exclusivo na iTunes Store. Este álbum digital poderá ser descarregado por mais de 500 milhões de utilizadores. O disco conta com onze músicas novas, depois da banda ter estado cinco anos sem lançar originais. Os temas estão disponíveis para os clientes da iTunes Store, em 119 países, durante cinco semanas.

Bono Vox, vocalista dos U2, afirma, num comunicado da Apple, que "desde o início, os U2 quiseram levar a sua música ao maior número de pessoas possível, como indica o nosso nome [em português, 'tu também']". O "Songs of Innocence" é o trabalho mais pessoal da banda até à data e junta influências do rock dos anos 70 e do punk rock dos anos 80. O álbum foi gravado em Nova Iorque, Londres, Los Angeles e Dublin e foi produzido por Danger Mouse em parceria com Paul Epworth, Ryan Tedder, Declan Gaffney e Flood.

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D'Bandada volta em 2015 após dar música a 250 mil http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4126316&seccao=M%FAsica

O festival de música de rua D'Bandada, no último fim de semana, contou com pelo menos 250.000 pessoas que assistiram a mais de 62 espetáculos distribuídos por 19 palcos montados na Baixa do Porto, segundo um balanço da autarquia. Em comunicado enviado às redações, a Câmara do Porto admite que "os números, embora aproximados e de difícil apuramento, foram calculados com base em estimativas de ocupação dos espaços", tendo ainda em conta que "terá ocorrido várias vezes fenómenos de renovação de públicos" que poderão, portanto, ter ultrapassado o quarto de milhão de pessoas. A forte adesão popular à quarta edição da D'Bandada motivou a renovação da aposta da Porto Lazer no evento para 2015, que poderá ser acompanhada de uma possível expansão "mais para a zona da Ribeira ou da Câmara Municipal", de acordo com o diretor de comunicação do festival, Pedro Moreira da Silva, de modo a acompanhar "o seu crescimento constante". A autarquia refere ainda que o público da D'Bandada foi superado apenas pelo que estima terem sido mais de 500 mil pessoas a festejar o São João do Porto, que acrescidas das cerca de 70.000 no festival Primavera Sound, realizado em junho, terá feito com que "em apenas três eventos o Porto tenha conseguido atrair pouco menos de um milhão de pessoas" para eventos culturais em 2014.

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A noite em que o Rivoli voltou a dançar http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-noite-em-que-o-rivoli-voltou-a-dancar-1669576

Quando o espectáculo inaugural do programa O Rivoli Já Dança! – Mozart Concert Arias, da coreógrafa belga Anne Teresa de Keersmaeker – chegou ao fim, esta sexta-feira à noite, a Companhia Nacional de Bailado (CNB) foi aplaudida de pé durante longos minutos. Sem nenhum demérito para a CNB, não é de excluir que algumas dessas palmas invulgarmente prolongadas saudassem também a devolução simbólica do Rivoli à cidade, sete anos após a entrega da sala à empresa de Filipe La Féria. «Acho que foi um bocadinho as duas coisas”, admitiu o vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, cujo pelouro foi directamente responsável pela programação dos 12 espectáculos de O Rivoli Já Dança!, um aperitivo bastante substancial a anteceder a temporada que se iniciará em Janeiro de 2015, já desenhada pelo novo director artístico, Tiago Guedes. “Quando as portas do Rivoli se abriram, sentiu-se que aquele lado um bocadinho soturno e traumático associado a este equipamento tinha desaparecido e que as pessoas entravam aqui com o encantamento doutros tempos”, resumiu Paulo Cunha e Silva. Entre essas pessoas que ontem à noite esgotaram a lotação da sala, contava-se o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e muita gente dos meios portuenses da dança, da música e do teatro. O director artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, mal transpôs a porta de entrada, afirmou: “O Rivoli finalmente devolvido à cidade”. Cunha e Silva quis dedicar expressamente este ciclo de espectáculos, que marca o regresso do Rivoli à condição de teatro municipal, a Isabel Alves Costa, que o dirigiu até o então presidente da autarquia Rui Rio ter extinguido a Culturporto e entregado a sala a privados. “Quisemos com este momento prestar uma justíssima homenagem a uma pessoa que se bateu por um teatro municipal capaz de cumprir a sua vocação mais nobre: Isabel Alves Costa, que nos deixou há precisamente cinco anos”, escreve o vereador da Cultura na agenda editada para acompanhar o programa. Também Tiago Guedes, que quando assumiu o lugar manifestara a convicção de que iria ser uma luta difícil recuperar os públicos que o Rivoli perdera ao longo dos últimos anos, estava satisfeito com o que viu nesta reinauguração do teatro. “Ver tantas pessoas entusiasmadas em torno deste projecto é uma grande alegria e uma indicação de que as coisas poderão correr bem” e de que esta aposta na revitalização do teatro municipal “pode vir a dar frutos rapidamente”. Passes esgotados Mas o director do Rivoli não ignora que “mobilizar o público em volta de um projecto cultural”, sobretudo quando há “muita oferta e menos capacidade económica”, é “complicado”, de modo que quer construir uma programação que ao mesmo tempo consiga “reconquistar o público que se divorciou do Rivoli pelas razões que sabemos”, mas que também não aliene os que frequentaram o teatro nestes últimos anos. “Queremos que essas pessoas continuem a vir e se deixem seduzir pela nova programação”, diz. Defendendo que a programação “não pode ser apresentada de forma elitista” e que “um teatro municipal tem de abranger toda a gente”, Tiago Guedes considerou que para este momento simbólico da reabertura da sala “a escolha de Mozart Concert Arias foi excelente, porque é um espectáculo mais consensual, com música ao vivo, ópera, dança”. Centrado na dança e no modo como esta se cruza com outras práticas artísticas, mas abrangendo também outros domínios e procurando que a coerência do conjunto não inviabilize a diversidade de registos, do mais popular ao mais experimental, O Rivoli Já Dança! “dá algumas pistas”, diz Tiago Guedes, “para o que vai acontecer no próximo ano”. E se Mozart Concert Arias, que Cunha e Silva descreve como “uma peça altamente contemporânea, mas com formato clássico, cheia de ironias sobre a própria dança”, pode agradar a públicos muito diversos, já o espectáculo que se segue, De repente fica tudo preto de gente, do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin, “está quase nos antípodas” do anterior, observa Tiago Guedes. “É uma peça de lotação reduzida, com o público em cima do palco”. Foi precisamente o facto de este espectáculo, que será exibido no sábado e no domingo, não permitir mais do que 120 espectadores por sessão que levou a que só tenham sido emitidos 240 passes gerais, que dão acesso a todos os 12 espectáculos pelo preço bastante simbólico de 25 euros. Como estes passes se esgotaram rapidamente e nenhum dos outros espectáculos previstos terá as limitações de público da peça de Marcelo Evelin, foram já lançados novos passes – agora a 20 euros –, que cobrem apenas os dez espectáculos restantes.

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Arte urbana sobe às paredes no Porto http://news.google.com/news/url?sa=t&fd=R&ct2=us&usg=AFQjCNE6Pal47maiyPc6lid1s2nxWHnZjA&clid=c3a7d30bb8a4878e06b80cf16b898331&cid=52778964832356&ei=718QVKbxK4OBmgL41YDwAw&url=http://expresso.sapo.pt/arte-urbana-sobe-as-paredes-no-porto%3Df888842

Câmara do Porto convidou dois artistas, Hazul e Mr. Dheo, a intervirem numa área com 250m2 no parque de estacionamento da Trindade. O projeto executado nas traseiras do parque de estacionamento da Trindade será levado a outras paredes e espaços do Porto / Rui Duarte O tempo é de mudança. Tantas vezes perseguidos, os artistas de rua, responsáveis por alguns memoráveis murais espalhados por incontáveis espaços urbanos por esse mundo fora, começam a ter no Porto algum reconhecimento oficial e esta terça-feira o Porto deu um passo crucial nesse sentido ao assinalar a conclusão do primeiro "mural de arte livre urbana", como o classifica a autarquia. Quem passasse na tarde de segunda-feira pelas traseiras do parque de estacionamento da Trindade, numa zona de grande circulação pedonal, por ser de acesso à estação de Metro, não podia deixar de reparar nas cores que começavam a ganhar forma e expressar conteúdos. Retratado numa das paredes, o pai do 'graffiter' Hazul Luzah confraterniza com Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto Rui Duarte Silva Retratado numa das paredes, o pai do 'graffiter' Hazul Luzah confraterniza com Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto Hazul Luzah e Mr. Dheo, cada a seu cargo com metade da parede com uma área global de 250 m2, desenvolviam dois conceitos diferentes de pintura urbana, um a roçar os domínios do hiperrealismo, o outro mais empenhado em recriar imaginários nem sempre apoiadas na âncora realista. São as senhas de identidade dos trabalhos habituais de Mr. Dheo e Hazul. Arte em contexto urbano A disposição de Paulo Cunha Silva, vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, neste caso em colaboração com o vereador da Inovação e do Ambiente, Filipe Araújo, e a PortoLazer, é a de continuar a dar espaço a este conjunto de intervenções com carácter artístico, capazes de, como sublinha a autarquia, "contribuir positivamente para a divulgação e sensibilização de criação artística em contexto urbano, incentivando a sua prática num enquadramento institucional autorizado". O autarca portuense posa para a fotografia com Mr. Dheo, que dividiu com Hazul Luzah a intervenção nas paredes do parque de estacionamento da Trindade Rui Duarte Silva O autarca portuense posa para a fotografia com Mr. Dheo, que dividiu com Hazul Luzah a intervenção nas paredes do parque de estacionamento da Trindade Esta será a parte mais polémica de todo este processo, uma vez que pode conter a tentação de controlar uma intervenção artística que, por definição, costuma evitar ser alheia e estar à margem de qualquer tipo de poder institucional. Um problema similar foi já suscitado aquando da exposição de graffiti organizada nas paredes das salas do edifício AXA, na qual foram chamados a participar os principais nomes da cidade e alguns estrangeiros. O vereador da Inovação e do Ambiente, Filipe Araújo, à conversa com o o seu colega autarca responsável pelo pelouro da Cultura, Paulo Cunha Silva. Entre ambos, um elemento da empresa PortoLazer Rui Duarte Silva O vereador da Inovação e do Ambiente, Filipe Araújo, à conversa com o o seu colega autarca responsável pelo pelouro da Cultura, Paulo Cunha Silva. Entre ambos, um elemento da empresa PortoLazer Este projeto será em breve alargado a outras paredes da cidade. Neste momento está a decorrer a convocatória Street Art Porto - Caixas EDP, para a intervenção artística em 15 caixas de distribuição de energia elétrica na Rua das Flores. Em outubro será lançada a convocatória para um novo ciclo de intervenções artísticas em 19 cabines telefónicas da cidade. Em abril foram já intervencionadas seis cabines na zona da Avenida dos Aliados.

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Afinal, geração milénio lê livros mais que gerações anteriores http://observador.pt/2014/09/11/afinal-geracao-milenio-le-livros-mais-que-geracoes-anteriores/

Para quem não sabe o que é a “geração milénio”: aquele grupo que nasceu entre o início dos anos 80 e o ano 2000 e que geralmente é caracterizado pelo narcisismo excessivo demonstrado em selfies nas redes sociais, pela obsessão com o smartphone e pela superficialidade, muitas vezes associada à ideia de que “os jovens já não leem livros”. É exatamente essa geração que, revela um estudo do Pew Research Center, lê, em média, mais livros do que o grupo imediatamente a seguir, ou seja, acima dos 30 anos de idade. E frequenta mais as bibliotecas também. De acordo com este estudo, que inquiriu mais de seis mil americanos, cerca de 88% dos jovens entre os 16 e os 29 anos leu um livro no ano passado. No grupo dos mais de 30 essa percentagem foi de 79%. Para além disso, entre os mais novos, 43% disse ler livros diariamente, um valor que é semelhante ao registado no grupo dos adultos. Segundo o site News.mic, estes dados podem estar relacionado com o facto de muitos daqueles que se encontram no grupo dos 16-29 serem estudantes. Nestes casos, as leituras podem corresponder a exigências curriculares. Como explica a revista Atlantic, este estudo mostra também que a relação dos norte-americanos com as bibliotecas públicas está a mudar, uma vez que os leitores mais jovens têm menos a perceção de que estas são essenciais nas suas comunidades. Para além disso, os americanos em geral compram mais livros do que aqueles que levam emprestados. E apesar de menos pessoas visitarem bibliotecas, estão a aumentar as visitas virtuais aos sites destes locais. E neste cenário em que a biblioteca parece deixar de ser central, os jovens, mais uma vez, surpreendem. Metade daqueles com idades entre os 16 e os 29 disse ter visitado uma biblioteca nos últimos 12 meses. Entre os mais velhos, apenas 47% disse o mesmo. E são precisamente os mais jovens que mais visitam os sites das bibliotecas. Há ainda dados relevantes sobre a utilização da internet. Cerca de 98% dos jovens abaixo dos 30 anos disse recorrer à internet, mas 62% acredita que há “muita informação útil e importante” que não está disponível online. Apenas 53% dos inquiridos com mais de 30 anos concordou com essa afirmação.

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Há menos editoras, menos livrarias e vendem-se menos livros em Portugal (pergaminho a descobrir…) http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/ha-menos-editoras-menos-livrarias-e-vendemse-menos-livros-em-portugal-1669737

Estas são as principais conclusões de um estudo encomendado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) ao ISCTE-IUL, depois de no ano passado várias livrarias independentes terem acusado redes livreiras como a FNAC e a Bertrand de violarem a lei do preço fixo do livro. As conclusões não são propriamente uma novidade mas para o presidente da APEL vêm dar força à necessidade de uma mudança no mercado livreiro, que precisa de ser dinamizado. Em 2004 existiam 694 livrarias (empresas com actividade principal de comércio a retalho de livros) e o volume de negócios destas era de 140,1 milhões de euros. Em 2012, já só se registavam 562 livrarias com um volume de negócio de 126,2 milhões de euros, de acordo com os números divulgados nesta segunda-feira no estudo Comércio Livreiro em Portugal – Estado da Arte na segunda década do século XXI, levado a cabo pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE com a coordenação de José Soares das Neves. Esta quebra, lê-se no estudo, acentua-se essencialmente a partir de 2008. Nas editoras, o estudo nota também um decréscimo na actividade e a partir de 2008 “as empresas dissolvidas são por norma mais do que as empresas constituídas”. Ainda no que diz respeito às empresas com actividade principal de edição de livros, lê-se no documento que “o volume de negócios regista depois de 2008 – ano que constitui um pico sem paralelo na edição, com 404 milhões de euros – uma queda contínua que atinge em 2012 um valor (356 milhões de euros) abaixo do patamar registado em 2007 (em torno dos 360 milhões de euros)”. Com isto, sofre também a oferta de novos títulos em suporte papel, que tende a diminuir até 2012 sem que “seja compensada pela edição de e-books”. No entanto, é de realçar que os “indicadores disponíveis para 2013 mostram alguns sinais de recuperação a nível da oferta”. José Soares das Neves destaca a forma como este estudo ajudou a identificar os problemas que afectam o sector, entre os quais destaca a “crise aguda gravíssima que afectou o tecido cultural português” e por consequência o mercado livreiro. Mas garante: “O comércio livreiro não está morto”. “Tem de haver agora uma articulação entre a produção de informação [o estudo] e as medidas a tomar. Não se esperam soluções nem imediatas nem fáceis”, diz o investigador, que entrevistou ao longo dos últimos meses vários livreiros para melhor entender a situação portuguesa. “Procurámos dar apontamentos que possam ser úteis para que a reflexão agora seja informada”, continua. Sem apontar qualquer medida, mas esperando que o estudo indique o caminho futuro a seguir, Rui Beja, que também participou nesta investigação, defende a tomada de uma posição forte "para que o livro se mantenha como elemento essencial". "Em geral, as pessoas que ouvimos sentem uma necessidade de se organizarem, de trabalharem em conjunto, além de sentirem que a própria APEL podia ir mais longe." João Alvim, presidente da APEL, diz que a associação sozinha "nunca poderá fazer nada". “Este estudo traz a evidência das dificuldades do sector, já não há forma de fugir a esta evidência”, diz Alvim, que encomendou o estudo depois de ano passado vários livreiros se terem manifestado, queixando-se de concorrência desleal por parte de grandes superfícies como a FNAC e a Bertrand. “Vai permitir-nos chegar mais longe, foram detectadas as fragilidades e por isso agora temos de começar a pensar em conjunto como agir”, acrescenta Alvim, que conta entregar em breve estas conclusões ao secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. “Fica claro que é preciso uma dinamização do mercado, vivemos num mundo em mudança. Apelo agora aos livreiros para que cooperem entre si, tenham ideias e juntem sinergias. A mudança tem de partir de nós.” Além das livrarias, o estudo analisa ainda a venda de livros em grandes superfícies, concluindo que esta registou em 2009 um pico, com 229 milhões de euros de facturação, verificando-se a partir desse ano uma quebra, com a facturação, em 2012, a situar-se nos 203 milhões de euros. De acordo com os dados, a tendência de diminuição é mais vincada nas grandes superfícies não alimentares como a FNAC, do que nas alimentares (híper e supermercados). O estudo nota que a generalização de estratégias concorrenciais, como cartões de desconto e promoções, muito usados nestas grandes superfícies, são "susceptíveis de gerar disfuncionalidades no mercado", afectando sobretudo as livrarias independentes, como estas se tinham queixado. João Alvim pede a clarificação da Lei do Preço Fixo: “Existem variadíssimas posturas perante a mesma lei”. “A lei não pode estar dependente de interpretações pessoais, tem de ser igual para todos, é importante então que se aprecie esta situação”, acrescenta o presidente, lamentando ainda a falta de regulação no sector, nomeadamente no que diz respeito à pirataria. “Todos sabemos que se fotocopiam livros inteiros todos os dias e ninguém faz nada. Há livrarias especializadas que estão a fechar por causa disso”, aponta. “É preciso uma mudança.”

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O último duelo entre Saramago e Lobo Antunes http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4124474&seccao=Livros

A edição nas próximas semana de dois livros de José Saramago e António Lobo Antunes vai recriar por uma última vez a rivalidade que existia entre os dois escritores - em vida do Nobel - e que atingia maiores proporções ao coincidirem nos lançamentos de originais. O inédito de Saramago e o novo romance de Lobo Antunes são os dois principais títulos da rentrée literária deste ano, a que se juntam quase todos os maiores autores portugueses também, verificando-se assim um raro momento em que a literatura de língua portuguesa domina a maioria das edições que serão feitas até ao Natal. José Rodrigues dos Santos, Lídia Jorge, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, Mários de Carvalho, José Luís Peixoto e Ana Teresa Pereira, entre outros, são os principais escritores a editarem obras, numa rentrée literária em que a presença simultânea de inéditos de Saramago e Lobo Antunes é o ponto alto, como a reportagem do DN revela.

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Caderno Moleskine converte escrita manual em ficheiro digital – http://lerebooks.wordpress.com/2014/09/10/caderno-moleskine-converte-escrita-manual-em-ficheiro-digital/

A Moleskine acaba de lançar uma nova edição do seu famoso bloco de notas que transforma o que se escrever nas suas páginas num ficheiro digital. A funcionalidade pressupõe a utilização de uma caneta Livescribe, que se liga por Bluetooth a um equipamento iOS e permite que o que se escreve no caderno seja enviado em tempo real para uma app no dispositivo eletrónico. Os cadernos, já à venda nos EUA e brevemente na Europa, custam 29,95 €, a que se tem de acrescentar o preço da smartpen Livescibe (entre 150 e 200 € de acordo com o modelo).

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E Agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto, vai representar Portugal nas candidaturas aos Óscares http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/e-agora-lembrame-de-joaquim-pinto-vai-representar-portugal-nos-oscares-1669307

O filme E Agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto, foi escolhido pela Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas (Academia Portuguesa de Cinema) para representar Portugal como candidato às nomeações ao Óscar 2015 de Melhor Filme Estrangeiro. Em comunicado enviado à Lusa, a Academia Portuguesa de Cinema anuncia que este foi o filme escolhido pelos seus membros para representar o país naquela categoria dos óscares da Academia de Cinema Americana. E Agora? Lembra-me é um documentário autobiográfico produzido pela C.R.I.M Produções estreado no final de Agosto, em Lisboa, e já premiado em vários festivais de cinema nacionais e estrangeiros. Narra a história do próprio Joaquim Pinto, ao longo de vinte anos e da vivência com a sida e a hepatite C, através de apontamentos variados sobre ensaios clínicos com drogas tóxicas, memórias e o amor. O documentário foi distinguido no Festival de Locarno, na Suíça, com o Prémio Especial do Júri, o Prémio da Crítica e o Prémio Júri Jovem. Também foi premiado, entre outros, nos festivais DocLisboa, nos Encontros Internacionais do Documentário, em Montréal, e no Cineport, no Brasil. Criada em 2011, a Academia Portuguesa de Cinema, presidida pelo produtor Paulo Trancoso, é composta por mais de uma centena de membros, desde realizadores, actores, produtores e directores de fotografia.

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"O Portugal dos Maias é igual ao Portugal de hoje" (entrevista) http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/para-joao-botelho-o-portugal-dos-maias-e-hoje-16691088

Dificilmente encontraríamos cineasta menos unânime para adaptar Os Maias ao grande écrã, mas João Botelho atirou-se ao romance de Eça sem medo. "Isto" – o cinema, o dinheiro para o fazer – "é tão raro que um gajo só pode filmar coisas importantes", diz. Para lá das telas pintadas, do guarda-roupa de época, do artifício, Os Maias é um filme sobre Portugal, hoje.

Se há um livro unânime como grande romance português, é Os Maias, de Eça de Queirós, um enorme fresco, entre crónica de costumes e alta literatura, de um Portugal oitocentista que continua a falar aos nossos dias como raras obras literárias o conseguiram. Dificilmente encontraríamos cineasta menos unânime para adaptar Os Maias ao grande écrã do que João Botelho, 65 anos, autor de um dos universos mais singulares e menos consensuais do cinema português desde a sua estreia em 1981 com Conversa Acabada. Saído do êxito de Filme do Desassossego (2010) – que lançou sem distribuidor em digressão pelo país, somando 30 mil espectadores que dificilmente o teriam ido ver no circuito tradicional –, abalançou-se ao romance de Eça sem medo. Os Maias Realização: João Botelho Actor(es): Graciano Dias, Maria Flor, João Perry, Pedro Inês, Adriano Luz, Rita Blanco, Filipe Vargas, Ana Moreira, Rui Morrison, Catarina Wallenstein “Não quero fazer um filme de época”, diz numa esplanada com vista sobre a Avenida da Liberdade, numa tarde de fim de Verão, referindo-se ao artificialismo assumido de um filme todo ele em interiores sobre uma Lisboa impossível de recriar fisicamente em exteriores. Pelo meio de muitos cigarros e de um discurso entusiasmado, num intervalo entre a finalização de A Arte da Luz Tem 20.000 Anos (média-metragem que estreará este fim de semana em Foz Côa no âmbito do festival Cinecoa) e as exigências do lançamento de Os Maias, que chega esta semana ao circuito de exibição (em duas versões, uma “curta” de 2h20 e outra, “longa”, com três horas), Botelho explica como o seu filme aposta num “distanciamento pelo artifício”: fiel à narrativa e ao espírito, mesmo que não à letra, de um romance sobre o Portugal de ontem que fala muito ao Portugal de hoje. Qual é a verdadeira duração de Os Maias: um filme de duas horas que expande para três, ou um filme de três horas encurtado para duas? Se fôssemos fiéis ao Eça, deveriam ser 20... Mas é um filme de três horas. A Lusomundo mostrou-se interessada em distribuir – nem é por mim, é pelos Maias, pelo Eça... – e pediram-me uma versão mais curta. Que não é muito diferente – é mais concentrada, mais rápida, as cenas são mais curtas, vai mais pela narrativa dos costumes e do incesto. Vou ter a versão longa apenas no Cinema Ideal, em Lisboa, mas depois vou fazer a mesma distribuição do Filme do Desassossego [no circuito das escolas e dos cine-teatros de província], com a curta à tarde, e à noite a versão longa. E ainda há uma versão maior, para televisão, com quatro horas. Como é que se “desbasta” Os Maias para três horas? O grande trabalho foi conseguir concentrar. O [Filme do] Desassossego foi mais fácil porque apesar de [o livro] ser mais abstracto era mais fragmentado, mais disperso. Este não, é uma narrativa entrelaçada. O trabalho de adaptação levou meses. Mas esse é o trabalho do cinema: corta e cola. O que tentei fazer foi encontrar equivalências às descrições maravilhosas do Eça, tentar fazer isso com a luz e não com a voz-off. A chave do filme está no genérico; a partir do momento em que mostro os desenhos, as maquetas, o guarda-roupa e ponho o Jorge Vaz de Carvalho, que é cantor de ópera, a fazer de narrador, instalei o artifício. A partir do momento em que há uma instalação do artifício, os dados estão lançados e o que me interessa é o texto ou os gestos que as personagens fazem a dizer aquele texto. Para mim, o fundamental é o texto do Eça. Que tem invenções prodigiosas; ele tem outros romances maravilhosos, mas este é o livro que posso transpor para hoje. O Portugal dos Maias é igual ao Portugal de hoje, e permite-me falar desta raiva. Das imitações da D. Branca, que, coitadinha, inventou a pirâmide ou copiou de outros sítios e foi presa e aquilo correu-lhe muito mal. Estes Salgados todos do mundo copiaram-lhe o sistema e nem lhe pagaram direitos de autor e andam aí à solta. E esta ronceirice portuguesa é muito engraçada, porque se mantém – a intriga do Silveirinha, o Dâmaso Salcede, o tédio dos ricos que vivem de rendimentos... Mesmo o incesto é um incesto político, é um incesto de classes: como já não tem ninguém com quem dormir, para se manter a raça dorme-se com a irmã! E depois aquela história dos portugueses não correrem nem para o governo nem para a glória, mas para o jantarinho sim... Estão sempre atrasados e só se apressam para a comidinha... Os padres, a demagogia, os políticos, os poetas, a música, a Sonata Patética... O jantar do Central é uma invenção incrível – começam por criticar os fadistas e os faias e as facadas com uma distância de aristocratas, de civilizados, e passado um bocado estão piores do que eles! Portugal é um tema recorrente desde sempre no teu cinema. Filmei o Frei Luís de Sousa do Almeida Garrett numa altura em que a Avenida da Liberdade era toda espanhola – as lojas, os bancos eram todos espanhóis, e os Filipes eram o dinheiro. O Quem És Tu? [2001] era uma ideia de falar disso. Quando fiz Tempos Difíceis [1988], tinha acabado o Adeus Português [1986] e precisava de um texto forte, e o que me levou aos Tempos Difíceis foi o Eisenstein, que disse que quem inventou o cinema foi o Dickens e não o Griffith, que aquilo estava cheio de formulações cinematográficas. E estávamos naquela euforia dos novos-ricos em Portugal a seguir ao 25 de Abril. O Jacques, o Fatalista do Diderot [O Fatalista, 2005] também, foi a ideia de falar sobre a libertinagem, sobre o falso destino; quando fiz Tráfico [1998], era para anunciar esta bandalheira que ia acontecer... "O cinema não é o que se passa nem quando se passa: é como se filma. Os Maias com dez realizadores diferentes dá dez filmes diferentes" Há um lado de teatrinho de ridículos, de fogueira das vaidades. Gostei de criar uma espécie de montagem de atracções, quase como quadros numa ópera – porque aquilo é aberto de mais para ser teatro. O espectáculo mais fantástico do ponto de vista das emoções é a ópera. Pode-se ter uma senhora gorda de 60 anos mas que cante bem a fazer uma adolescente de 17, e as pessoas podem chorar, podem ir às lágrimas com isso desde que ela cante bem e represente bem. Falando de ópera, é impossível não pensar em Visconti. Que é muito melhor do que eu. Mas o único filme que mostrei aos actores no início do trabalho foi O Intruso [1976], do Visconti. Não mostrei mais nada. [pausa] Porque não é aquilo, mas é uma ideia muito parecida, sobretudo para a representação. A atitude artística deste filme, que é fazer papelão, não é Visconti. Fiz papelão por duas razões: primeiro porque gosto do artifício, em segundo lugar porque é economicamente justo para Portugal. É impossível filmar o Chiado hoje, ficava ridículo, fazer enquadramentos à volta dos carros e dos sinais de trânsito, dos eléctricos. Não podia ser e não tinha dinheiro para fazer isso. O filme está cheio de anacronismos e de brincadeiras: ponho lá uma senhora a ler A Capital, que só saiu depois de o Eça morrer, tenho uma Brasileira que não existe, só abriu em 1905, não há nenhum exterior, são tudo telões, é tudo falso. O que não é falso é o texto e as situações. Joguei muito com a ideia de levar o artifício ao limite para ficar verdade. Mas o mérito é do Eça. Não inventei nada, está lá tudo – o Beethoven, o Meyerbeer, o fado... Mesmo a Traviata, que me deu um jeito enorme, estava no São Carlos na altura em que ele escreveu Os Maias e quando se passa a acção. As descrições do Ramalhete [no livro] são o Son Nom de Venise dans Calcutta désert da Marguerite Duras: corres as paredes, lês o texto em off e aquilo dá um filme fantástico. Eu respeito os textos, mesmo que os corte. O Pessoa dizia que a luz que ilumina os sapatos tem de ser igual à luz que ilumina as caras dos santos. É um termo que me indica a luz que eu devo fazer! Eu gosto muito da frase do Manoel de Oliveira: “Não há dinheiro para filmar a carruagem? Filma-se a roda, mas tens de filmar bem a roda." O cinema é uma coisa falsa. A verdade é o que as pessoas sentem, porque o que lá está é tudo falso. Para mim, as premissas do cinema são duas. A primeira, a luz e as sombras e seres humanos aflitos lá no meio, a saírem da luz para a sombra quando são pessimistas ou da sombra para a luz quando são optimistas. A segunda é que o cinema não é o que se passa nem quando se passa: é como se filma. Os Maias com dez realizadores diferentes dá dez filmes diferentes. É aquela brincadeira do Flaubert, “a Madame Bovary sou eu” – e depois há quantas Bovary maravilhosas e diferentes? Então quem nos Maias é o João Botelho? Mais o Ega. Mas nós não inventamos nada, roubamos aos outros todos. O cineasta é um vampiro, vai buscar à literatura, ao teatro, à poesia, às artes abstractas, à arquitectura. O cinema é um ponto de vista. Quando vês um filme do Oliveira, do Pedro Costa, do José Álvaro Morais, desses miúdos novos, do Miguel Gomes, do João Salaviza, há um ponto de vista. As pessoas escolhem. Escolhem um modo de filmar. Não temos mercado, não temos indústria... Quando as pessoas falam de indústria, acho que deviam emigrar para os EUA. Porque ali é que é a indústria; aqui é outra coisa, é o artesanato. É uma coisa que não tem mercado, não tem sentido, mas é um luxo. Não há nenhum filme português que se tenha pago no mercado. Nenhum. O que nos dá uma impotência grande em relação à vida, mas dá-nos uma liberdade que não tem preço. Poder filmar assim Os Maias é um luxo, um privilégio. Outra coisa que aprendi com o senhor Oliveira: uma pessoa deve-se prostituir para arranjar dinheiro para filmar, para vender o filme, mas durante o filme nunca, não se pode interferir na obra. A única imposição que tive [aqui] foi em relação à versão mais curta, para poder fazer quatro sessões por dia e não duas. Quando fiz o Desassossego em Lisboa e no Porto perdi muita gente porque fiz poucas exibições. Mas fiz muito bem na província, nos cine-teatros, à tarde fazia duas sessões para os miúdos das escolas e à noite para os pais, e as pessoas vestiam-se a rigor. Já não via disto há muito tempo. Casacos de pele, os senhores de fato e gravata...

E por esta semana... ficamos por aqui. Até breve! :)
publicado por Musikes às 15:28 link do post
11 de Setembro de 2014

"A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação." Fernando Pessoa

Hoje no "Gotinhas Culturais"...

* De pequenino se torce o ouvido Que o ensino da música é proveitoso para a aprendizagem já todos sabem, praticamente desde que o filósofo grego Pitágoras estabeleceu, já no século VI a.C.

* Professor e artesão "salvam" viola amarantina A viola amarantina esteve quase extinta, mas a missão concertada de um professor e de um artesão, ambos de Amarante, permitiu ensinar dezenas de jovens a tocarem o instrumento, assegurando um futuro, outrora incerto.

* E se um monge lhe aparecer em Serralves, isso é... Theaster Gates Começa este domingo, no Museu de Serralves, o retiro monástico de Theaster Gates e The Black Monks of Mississippi.

* "Em vez de bandas de garagem, surgem grupos de cante" Sérgio Tréffaut passou dois anos a filmar o cante alentejano. O resultado está em "Alentejo, Alentejo", que chega às salas de cinema a 18 de setembro, a três meses de se saber se será classificado património imaterial pela UNESCO.

* Partilha, prazer, paixão - Pergaminho?...

* Teatro Nacional São João anuncia sete estreias até Dezembro O Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, apresenta, entre Setembro e Dezembro, espectáculos cuja "grande nota é a contemporaneidade" resumiu o director artístico, Nuno Carinhas, que esta segunda-feira apresentou uma programação que conta com sete estreias.

* Entrar num museu e tirar uma selfie: um novo olhar sobre o objecto artístico Enquanto estamos num museu - em qualquer museu - há outro museu a acontecer nas redes sociais: mais pessoal e em constante actualização. Na galeria física tiram-se fotografias às paredes com telemóveis e tablets e com esses mesmos aparelhos elas vão parar aos feeds do facebook, do instagram ou do twitter - umas vezes mostra-se só a pintura, outras está alguém ao lado como se dissesse "eu estou aqui".

* Feira do Livro é a "primeira de muitas" organizadas pela Câmara do Porto

Agora... resta-me desejar-te... ;) Boas leituras! :)

De pequenino se torce o ouvido http://www.SOL.pt/noticia/114474

Que o ensino da música é proveitoso para a aprendizagem já todos sabem, praticamente desde que o filósofo grego Pitágoras estabeleceu, já no século VI a.C., as leis da harmonia musical em relação estreita com a matemática. Um estudo agora divulgado vem reforçar esta ideia. Aprender música durante dois anos, ainda na primeira infância, é uma forma de dar um upgrade ao cérebro dos miúdos. A experiência, de que resultou um estudo publicado no Journal of Neuroscience, foi feita a um grupos de 44 crianças que fazem parte do Harmony project, uma associação norte-americana que ensina os sons a jovens carenciados. A idade média do início das aulas de música dos miúdos que participaram no estudo era de oito anos. Com recurso a eléctrodos implantados na cabeça das crianças, a equipa que conduziu a investigação, da Universidade Northwestern, percebeu que a reacção do cérebro de quem aprende música muito cedo à pronúncia das sílabas, por exemplo, é mais rápida e a flexibilidade de raciocínio destas crianças perante a linguagem verbal é maior. O grupo responsável pelo estudo defende, por isso, um reforço do ensino da música na escolaridade básica.

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Professor e artesão "salvam" viola amarantina http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4112233

A viola amarantina esteve quase extinta, mas a missão concertada de um professor e de um artesão, ambos de Amarante, permitiu ensinar dezenas de jovens a tocarem o instrumento, assegurando um futuro, outrora incerto. Há alguns anos que Eduardo Costa, docente no ensino básico, e António Silva, marceneiro, unem esforços, o primeiro tocando e ensinando o instrumento, o segundo fabricando violas amarantinas de forma artesanal. O esforço de ambos, com a ajuda de alguns amigos, permitiu acabar com as nuvens negras que se abatiam sobre o futuro da viola, ao ponto de haver hoje em Amarante dezenas de executantes do instrumento que ostenta o nome do concelho. A centenária viola amarantina, de origem medieval, é parecida com a viola braguesa, tocada na zona do Minho. Ambas são consideradas "violas de arame" e têm cinco cordas duplas, mas a variante de Amarante, menos conhecida do que a minhota, diferencia-se por ter uma escala mais comprida, até à boca, única no país, e ostenta dois corações, que se julga estarem ligados a uma história de amor envolvendo um trovador medieval. Eduardo Costa é também um dos elementos do grupo "Propagode", de Amarante, que se dedica à música tradicional, em especial à divulgação da viola amarantina. É nesse âmbito que pessoas de várias idades aprendem, semanalmente, a executar o instrumento, com ajuda dos dois tocadores do grupo mais experientes. Recentemente, o docente criou um clube de música na escola onde leciona, na qual 24 crianças e adolescentes aprendem a tocar a "Amarantina". Ao mesmo tempo, o grupo tem feito oficinas, em vários locais, nas quais divulga e ensina o instrumento, para além de realizar dezenas de espetáculos. "Antes deste trabalho, a nossa viola estava praticamente esquecida", recordou à agência Lusa. A recente dinâmica criada em torno do instrumento tradicional permite a Eduardo Costa concluir que "a Viola de Amarante nunca mais vai ser esquecida". Mas todo aquele trabalho só se tornou possível depois de se encontrar alguém que construísse instrumentos suficientes e adaptados para as crianças e adultos darem os primeiros passos na música. O marceneiro António Silva, que já tinha alguma experiência com cavaquinhos, foi então desafiado pelo "Propagode" para a construção de violas amarantinas. Há cerca de três anos que, nas horas vagas, o artesão constrói com minúcia e paciência, numa oficina dos fundos da sua casa, dezenas de violas amarantinas. Cada uma leva 35 horas a fazer, e todas, garante, cumprem as exigências de qualidade, inclusive nos vários tipos de madeira utilizados. Cada exemplar de qualidade média custa cerca de 300 euros, um valor que o artesão considerada pequeno face ao trabalho que dá. Apesar disso, disse à Lusa que executa "a arte" pelo amor que sente pelo instrumento da sua terra, que até já aprendeu a tocar, ajudado pelos amigos do "Propagode". O sucesso da revitalização do instrumento teve recentemente um momento alto, quando cerca de duas dezenas de tocadores se juntaram numa feira em Amarante e fizeram uma arruada pelas ruas da cidade. Os dois falaram à Lusa, emocionados, da "sonoridade apaixonante" do instrumento que hoje os amarantinos se orgulham de exibir em cada festa, em cada convívio, executando melodias tradicionais, na companhia de cavaquinhos e rabecas, ou trechos mais clássicos, só ao alcance dos tocadores mais dotados. *
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E se um monge lhe aparecer em Serralves, isso é... Theaster Gates http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/e-se-um-monge-lhe-aparecer-em-serralves-isso-e-theaster-gates-1668417

Começa este domingo, no Museu de Serralves, o retiro monástico de Theaster Gates e The Black Monks of Mississippi. Quem é Theaster Gates? Os mais atentos à actualidade do mundo da arte saberão: nascido em Chicago em 1973, Gates é um dos artistas que mais e melhor têm aproximado a intervenção artística da actividade cívica, recuperando edifícios e colaborando com outros artistas, arquitectos, músicos e investigadores. O seu trabalho faz-se através da escultura e da performance e com um sensibilidade muito especial dedicada ao planeamento urbano, ao espaço público, ao trabalho manual e à noção de comunidade, como se verificou há três anos com Dorchester Projects, no Sul de Chicago, onde transformou edifícios devolutos num centro cultural. Ou seja, a responsabilidade social não é um conceito alheio ao pensamento e à prática de Gates. Este professor da Universidade de Chicago, que já expôs nos principais museus e galerias internacionais, vai transformar o museu, a casa e o parque de Serralves num lugar de meditação sobre a arte e a natureza, no que será mais um capítulo da série The Black Monastic, com intervenções cénicas, leituras, sermões, momentos de contemplação e música ao vivo e gravada, em sessões públicas e privadas. O blues e o gospel estarão em destaque mas sempre envolvidos numa celebração com outras tradições musicais. Os visitantes poderão assistir às performances públicas ou encontrar, em plena visita ao museu (sem hora nem local determinados), Theaster Gates e os monges negros. Já agora, estes Black Monks não são todos afro-americanos, nem monges. São um colectivo de músicos aberto à participação de outros artistas e fundado por Gates para preservar a ligação da música negra americana a uma certa noção de espiritualidade e introduzi-la no mundo da arte. A formação (base) dos Black Monks of Mississippi presente em Serralves incluirá, para além de Gates, os músicos Yaw Agyeman, Khari Lemuel, Joshua Abrams, Mikel Avery, Justin Thomas e Lisa Alvarado e e estão previstos dois concertos: a 12 de Setembro, com Mário Costa, e a 15, com os contrabaixistas Henrique Fernandes e Rui Leal.

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"Em vez de bandas de garagem, surgem grupos de cante" http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4108855&seccao=M%FAsica

"Em vez de bandas de garagem, surgem grupos de cante" Música. Sérgio Tréffaut passou dois anos a filmar o cante alentejano. O resultado está em "Alentejo, Alentejo", que chega às salas de cinema a 18 de setembro, a três meses de se saber se será classificado património imaterial pela UNESCO. "Houve um tempo em que o cante era foleiro", diz o cantador Carlos Arruda, da membro do grupo da Casa do Povo de Serpa, no filme Alentejo, Alentejo, de Sérgio Tréffaut, que estreia no dia 18 de setembro. "Gozavam com ele", explica o realizador ao DN. Esse tempo que nada tem a ver com os 150 grupos ativos que se contam hoje no Alentejo. Muito menos com os dois, formados espontaneamente por jovens que nasceram, em Serpa, já depois da candidatura a patrimónia imaterial da Humanidade. "Em vez de aparecerem bandas de garagem, surgem grupos de cante", diz Tomé Pires, presidente da câmara de Serpa, de onde partiu a candidatura a património imaterial da Humanidade da UNESCO.

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Partilha, prazer, paixão http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/partilha-prazer-paixao-1668861

O programa do concerto foi organizado de forma criteriosa, aliando a variedade de épocas e estilos à coerência da sequência das obras interpretadas. A primeira parte do concerto foi constituída por três obras que fizeram dialogar o antigo e o moderno: Chacony em sol menor de Henry Purcell e duas obras do século XX de espírito neoclássico, Lachrymae Op. 48a de Benjamin Britten e Le Tombeau de Couperin de Maurice Ravel. Na Chacony a postura da orquestra revelou a consciência da actual interpretação historicamente informada, evidenciando uma noção clara de fraseado e respeitando o carácter do repertório de dança do período barroco.

Orquestra XXI, Dinis Sousa (Direcção) e Jano Lisboa (Viola d'arco) Obras de Henry Purcell, Benjamin Britten, Maurice Ravel, Luís Antunes Pena e Ludwig van Beethoven. Sala Suggia, Casa da Música, 5 de Setembro, 21h (sala cheia) Em Lachrymae o violetista Jano Lisboa demonstrou as suas excelentes qualidades técnicas e expressivas, nomeadamente a precisão de ataque, a justeza da afinação e a excelente noção de dinâmica e de fraseado. O solista foi acompanhado pela orquestra de cordas na qual se destacou o excelente desempenho da secção grave. Le Tombeau de Couperin deu a conhecer um naipe de sopros muito equilibrado e de alto nível. Estes jovens revelaram uma exímia execução das partes solistas mas também uma excelente noção de naipe e de diálogo tímbrico tão importante no repertório raveliano. No geral a orquestra apresentou uma sonoridade coesa e equilibrada possibilitando a audição de todos os detalhes da obra. A segunda parte foi iniciada com a estreia nacional de Vermalung IV - Ludwig V. composta em 2008 por Luís Antunes Pena. A peça insere-se num ciclo de cinco peças compostas entre 2005 e 2013. Vermalung IV é uma peça de cerca de quatro minutos que explora de um modo perspicaz e imaginativo a dimensão tímbrica, rítmica e dinâmica da orquestra. Apesar da sua curta duração, a peça é reveladora da excelente técnica orquestral do compositor e da sua capacidade em explorar ideias musicais simples e de as projectar num discurso sonoro muito coerente e atraente. O destaque do naipe de percussão é feito de forma inventiva e subtil, promovendo um harmonioso enlace entre os seus timbres e o resto da orquestra. O concerto concluiu com a execução da Sinfonia nº 5 de Ludwig van Beethoven que confirmou a maturidade da orquestra, surpreendendo pela leitura rigorosa da partitura e pela atenção dada às transições temáticas e de pathos, resultando numa interpretação plena de jovialidade e intenção dramática. Neste concerto a Orquestra XXI demonstrou uma perfeita consciência de que a partilha é o meio para se atingir uma interpretação cuidada, rigorosa e profundamente expressiva. A disponibilidade física, auditiva e emocional dos membros da orquestra foi elemento fundamental para a eficácia da interpretação, revelando um total envolvimento com o maestro. Na sua juventude, o maestro Dinis Sousa evidencia uma maturidade impressionante no respeito pela partitura e pelo domínio de tão amplo repertório, revelando uma justa noção de estilo e uma excelente técnica de direcção. Este maestro apresenta uma capacidade de liderança alicerçada na cumplicidade e na partilha da experiência musical, motivando o envolvimento do colectivo da orquestra sem inibir as suas individualidades. Isto foi perfeitamente visível nos olhares cúmplices e atentos que os intérpretes trocavam constantemente entre si, reveladores de um enorme sentido de comunicação baseado no prazer de fazer música. Foi emocionante assistir ao concerto desta orquestra integralmente constituída por jovens músicos portugueses (com idades entre os 20 e os 30 anos), oriundos de escolas de música portuguesas de todas as regiões do país (continente e ilhas) que actualmente estudam ou desenvolvem uma carreira no estrangeiro. A Orquestra XXI é um projecto que, a meu ver, merece continuar a ser apoiado porque espelha o que de melhor se constrói e desenvolve no país, tanto ao nível formativo como profissional, promovendo de maneira consequente o investimento em valores verdadeiramente nacionais.

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Teatro Nacional São João anuncia sete estreias até Dezembro http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/teatro-nacional-sao-joao-anuncia-sete-estreias-ate-dezembro-1669023

O Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, apresenta, entre Setembro e Dezembro, espectáculos cuja "grande nota é a contemporaneidade" resumiu o director artístico, Nuno Carinhas, que esta segunda-feira apresentou uma programação que conta com sete estreias. Exactamente esta segunda-feira, pelas 21h30, pode ser vista a antestreia de Os Maias, Cenas da Vida Romântica, um filme realizado por João Botelho que reconheceu a "dificuldade" em tocar numa obra "tão intocável" como a de Eça de Queirós e desafiou o público "a ver a película e ir para casa preencher os buracos que faltam" face ao livro. Colocando em evidência as performances de artistas nacionais e internacionais, vai seguir-se, de terça-feira a dia 18, a mostra de processos MAP/P no Mosteiro de São Bento da Vitória (MSBV), espaço que a par do TNSJ e do Teatro Carlos Alberto (TeCA) completa os três palcos que durante estes meses vão receber um total de 15 espectáculos. Entre 18 de Setembro e 5 de Outubro estará em cena Pílades, de Pier Paolo Pasolini, encenada por Luís Miguel Cintra. "[É uma] peça profundamente política que luta por afirmar a maneira de ver a política. Pretende-se conduzir a uma renovação", descreveu. Já o autor e encenador Gonçalo Waddington confessou esta segunda-feira estar numa fase "muito apaixonada" pela obra de Proust, da qual nasceu a peça Albertine, O Continente Celeste, um espectáculo que estará em cena no TeCA de 26 deste mês a 5 de Outubro. "Se quisermos fazer alguma ponte por exemplo entre a peça de Pasolini que revisita a tragédia grega com o teatro comunitário onde no fundo são convocadas 150 pessoas da cidade, podemos perguntar se essas pessoas são ou não o coro da contemporaneidade. E podemos falar da relação da arte com a ciência em vários", resumiu Nuno Carinhas à margem da apresentação. Os 150 convocados, aos quais se referia, em declarações à Lusa, são os membros de cinco grupos teatrais das zonas oriental, ocidental e central do Porto que interpretam Mapa - O Jogo da Cartografia, peça da associação PELE que pode ser vista entre 31 de Outubro e 2 de Novembro no MSBV. Relativamente à ciência, Carinhas falava da peça Biodegradáveis com texto original de Ana Vitorino e Carlos Costa, que entre 6 e 16 de Novembro pisa o TeCA, enquanto o MSBV acolhe Caixa 3 Bobina 5, a Última Bobina de Beckett, do dramaturgo Jorge Palinhos, de 7 a 16 do mesmo mês. "Todos os autores são contemporâneos, ou seja do Século XXI. Ou experiências de elaboração de textos porque não são espectáculos de dramaturgias já feitas mas são textos que reflectem contemporaneidade", vincou Nuno Carinhas. A par da apresentação de uma programação que junta cinema, teatro, dança e novo circo, a presidente do Conselho de Administração do TNSJ, Francisca Fernandes, aproveitou para dar conta de que os objectivos anuais estão a ser "superados" pois é "expectável" um aumento de 3% de valor de bilheteira face a 2013. Durante o primeiro semestre deste ano foram 67 mil as pessoas que passaram pelos espaços do TNSJ, cuja obra de restauro da fachada do edifício principal é inaugurada, anunciaram os responsáveis, sexta-feira.

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Entrar num museu e tirar uma selfie: um novo olhar sobre o objecto artístico http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/entrar-num-museu-e-tirar-uma-selfie-um-novo-olhar-sobre-o-objecto-artistico-1668095

Enquanto estamos num museu - em qualquer museu - há outro museu a acontecer nas redes sociais: mais pessoal e em constante actualização. Na galeria física tiram-se fotografias às paredes com telemóveis e tablets e com esses mesmos aparelhos elas vão parar aos feeds do facebook, do instagram ou do twitter - umas vezes mostra-se só a pintura, outras está alguém ao lado como se dissesse "eu estou aqui". A National Gallery de Londres é um dos últimos grandes museus a acabar com a proibição de fotografar - as vozes mais críticas dizem que é o fim de um dos grandes templos de contemplação da arte e que nasceu uma central de selfies. Quando em Julho a National Gallery passou a permitir fotografias, começou também a oferecer uma rede wi-fi aos seus visitantes para que "partilhem as suas experiências com amigos e família através das redes sociais", escreveu Nicholas Penny, director do museu, num comunicado de imprensa. Fê-lo sem anúncio prévio: apenas começou a deixar que se tirassem fotografias, desde que sem flash. Bastou para que se instalasse a polémica. "Tenho que dizer que um pouco da minha alma morreu de cada vez que alguém fotografava uma obra ou, pior, tirava uma selfie sem sequer ver a peça com os seus próprios olhos", escreveu um visitante da National Gallery, que tem seis milhões de visitantes por ano, numa carta ao blogue Art History News. Michael Savage, autor do blogue Grumpy Art Historian, escreveu que a colecção de pintura que tem obras como A Virgem dos Rochedos, de Leonardo da Vinci, Vénus e Marte, de Botticelli ou Os Girassóis, de Van Gogh, se ia tornar numa "central de selfies". Não há mais entradas por causa disso, mas há mais coisas partilhadas [nas redes sociais]. Vai-se a um museu com uma disposição diferente Elisabete Caramelo, Fundação Gulbenkian A proibição é neste momento uma raridade pelos museus do mundo - das grandes e importantes colecções resistem o Prado de Madrid e os Uffizi de Florença. A editora do jornal Telegraph lembrou a propósito do assunto uma visita que fez ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA): ao entrar no piso onde estão expostos Picasso, Matisse e os mestres do expressionismo abstracto, voltou para trás porque o espaço estava lotado de fotógrafos. "Era impossível parar, pensar e olhar para uma pintura no meio da multidão que se acotovelava", conta Sarah Crompton. "Não é um caminho para tornar a arte mais popular e acessível. Mas é de certeza uma maneira de lhe tirar todo o seu propósito e significado. A National Gallery devia ter lutado contra esta tendência", conclui, fazendo referência aos grandes museus em que é permitido fotografar - Louvre, Metropolitan, Rijksmuseum ou Hermitage. Estas opiniões mais críticas dizem que a sede de fotografar nos está a impedir de contemplar e usufruir da arte. Não estão só em causa os incómodos ruídos das fotografias e das massas de gente à frente das pinturas. Estudos feitos no Louvre revelam que os seus visitantes olham em média 15 segundos para a Mona Lisa, e o Metropolitan de Nova Iorque diz que cada pessoa gasta 32,5 segundos em cada uma das suas obras. O crítico de arte Robert Hughes dizia que as pessoas hoje não vão aos museus para olhar para as obras, mas para as ter visto. No Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a política é semelhante à da National Gallery: pode fotografar-se as exposições e usufruir de uma rede wi-fi de acesso gratuito há quase dois anos - uma decisão que quis possibilitar aos visitantes um rápido acesso à informação, diz Elisabete Caramelo, responsável pela comunicação da Gulbenkian. "Não há mais entradas por causa disso, mas há mais coisas partilhadas [nas redes sociais]. Vai-se a um museu com uma disposição diferente", diz. Elisabete Caramelo admite que fotografar nas exposições pode criar situações desconfortáveis, mas a Gulbenkian nunca recebeu nenhuma reclamação relativa a isso. "Por exemplo, não temos, códigos QR no museu por causa do barulho que podem fazer ao ser descarregados", explica. "As pessoas podem deixar de contemplar, mas é uma escolha sua. O museu não pode decidir isso", conclui. Filipe Braga "discorda completamente" das opiniões pessimistas. O fotógrafo da Fundação Serralves, no Porto, passa muito tempo nas exposições para fotografar as obras e acaba por observar a maneira como os visitantes se movem naquele espaço. "Há pessoas que é só olhar e fotografar. Olham através da máquina. O interesse se calhar é mostrar no facebook. Mas penso que há mais a contemplar", diz. Serralves também tem uma rede de wi-fi para uso dos visitantes. Dizia às pessoas para irem fotografar pelo museu durante uma hora e que só podiam trazer 10 fotografias. É muito difícil: hoje tiramos dez fotografias num minuto Filipe Braga, fotógrafo da Fundação Serralves A sua visão optimista não se deve só às horas que passa nas salas de exposição à procura do ângulo e do momento certo para disparar, quando o público desimpede o espaço à frente da obra. Filipe Braga tem dado nos últimos tempos workshops em Serralves sobre fotografia para leigos: já ensinou a fotografar com smartphones, a fotografar obras de arte, e deu aulas sobre como fotografar no museu, o que mostra a tendência da câmara fotográfica em punho. Aqueles que se inscreveram nas suas aulas "queriam chegar a um museu e levar uma fotografia de uma obra que admiravam ou do espaço arquitectónico, mas não tinham recursos técnicos para o fazer", diz, explicando que ensina a fotografar sem os aparatos de um fotógrafo profissional. Para chegar à boa fotografia, é preciso esperar e dar tempo à observação, o contrário dos 15 segundos para a Mona Lisa. "Dizia às pessoas para irem fotografar pelo museu durante uma hora e que só podiam trazer 10 fotografias. É muito difícil: hoje tiramos dez fotografias num minuto", conta. O segredo era "criar uma relação com a obra", mover-se em torno dela. "Incentivo as pessoas a observar primeiro e só depois fotografar." A maioria das pessoas que fizeram os workshops com Filipe Braga dizem-lhe que se sentem motivadas a visitar mais museus para os fotografar, o que neste caso quer dizer tirar algum tempo para cada obra. "A ideia não é que se traga uma recordação turística, mas sim uma recordação artística", diz Elizabete Caramelo. Aquilo que observa das publicações que são feitas nas redes sociais com fotografias da Gulbenkian - no instagram há mais de seis mil com a hashtag Gulbenkian - é que são "uma forma de as pessoas estarem mais ligadas ao museu, de ficarem a fazer parte dele e de o recordarem". O resultado, diz, é a produção e difusão de um novo "olhar artístico sobre o objecto artístico". Esta produção de conteúdos é um dos objectos de estudo do filósofo Lawrence Lessing, da Universidade de Harvard, que explica que a cultura actual é de read/write (ler/escrever) ao contrário da cultura anterior às redes sociais - read-only (apenas ler). A justificação está na produção individual e constante de informação que as redes sociais possibilitam. Assim, na Gulbenkian vai-se compondo um top das obras com mais difusão na internet e lá está Figura de Velho, de Rembrandt, que quando foi pintado no século XVI não podia adivinhar o moderno conceito de selfie. Pelo contrário, Jeppe Hein, o autor de Cage and Mirror, parece ter noção desta nova relação do espectador com a arte: na sua gigante gaiola, os visitantes da Gulbenkian podem entrar e ver-se ao espelho que está lá dentro para isso mesmo. Muitos tiram a sua selfie contra o espelho - Cage and Mirror está também nas mais partilhadas. Na National Gallery, a direcção do museu não parece estar preocupada com as fotografias aos seus Rembrandts: "Queremos sempre que as pessoas se concentrem numa só obra, mas nós temos seis milhões de visitantes por ano, e provavelmente há seis milhões de maneiras de olhar para a arte. Temos que nos lembrar que as outras pessoas podem não usufruir dela da mesma maneira que nós", explicou ao PÚBLICO a directora do departamento de comunicação, Susan Foister. Os mais críticos podem, no entanto, ficar descansados. Zoe Williams, jornalista do Guardian, foi a este museu e assegura: "Não havia ninguém a tirar fotografias na National Gallery na quinta-feira; ninguém, tirando eu."

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Feira do Livro é a "primeira de muitas" organizadas pela Câmara do Porto http://www.dnoticias.pt/actualidade/5-sentidos/467914-feira-do-livro-e-a-primeira-de-muitas-organizadas-pela-camara-do-porto

Actualizado em 6 de Setembro, às 19:42 Lusa O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, garantiu hoje que a Feira do Livro que decorre no Palácio de Cristal até 21 de setembro é "apenas a primeira de muitas" que a autarquia vai organizar no futuro. A Feira do Livro do Porto deste ano abriu as portas na sexta-feira, no Palácio de Cristal, e é a primeira em mais de oito décadas sob organização exclusiva da Câmara Municipal, tendo hoje decorrido o momento mais simbólico de todo o evento: a homenagem a Vasco Graça Moura, com a atribuição do nome do escritor a uma tília. No discurso após o descerramento da placa colocada junto à referida árvore na Avenida das Tílias -- para a edição do próximo ano será Agustina Bessa Luís com o seu nome eternizado -- Rui Moreira antecipou a intenção da autarquia continuar a organizar a Feira do Livro. "A nossa Feira do Livro. Realizada onde a queremos, como a queremos, com os recursos que temos, mas aberta a todos. Mesmo a todos, porque esta será apenas a primeira de muitas que iremos organizar no futuro", garantiu. Recorde-se que esta feira era promovida habitualmente em articulação com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), tendo, no entanto, o processo negocial para a edição deste ano sido suspenso em fevereiro pela autarquia devido a um diferendo quanto aos custos da iniciativa. "Nesta Feira do Livro o Porto dá um exemplo de caráter de quem não se deixa vencer pelo fatalismo ou pelo ditame que vem de um diretório ou de um lobby. Do caráter de quem não aceita o joguete ou a arrogância dos supostos insubstituíveis. Mas fá-lo com tempero. Com nível, pelo trabalho, com trabalho e com resultados", disse. Rui Moreira disse ainda que este gesto simbólico "é a homenagem dos portuenses à palavra de um portuense", considerando que Vasco Graça Moura era "um sereno guerreiro da palavra". "A tília é, por outro lado, uma árvore típica de climas temperados, mas com estações bem demarcadas, como o Porto. Como a alma dos portuenses e a alma de Vasco Graça Moura. Somos senhores de temperados relacionamentos, mas não escondemos caráter quando chega a hora de lutar contra o inverno que nos impõem ou que nos pretendem impor", opinou. Neste momento simbólico durante a Feira do Livro estiveram todos os vereadores eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, o vereador socialista Manuel Pizarro e também o histórico do PSD, Miguel Veiga. Ao presidente da Assembleia Municipal do Porto, Miguel Pereira Leite, coube ler um poema de Vasco Graça Moura, intitulado "Post-Scriptum sobre o 25 de Abril". A Feira do Livro do Porto foi pela primeira vez aberta à participação de livrarias, alfarrabistas, editores e associações e cooperativas do setor, estando inscritas 72 entidades, distribuídas por 107 pavilhões. A feira está aberta de segunda a sexta-feira a partir das 16:00, sendo que ao sábado e ao domingo abrirá as portas às 12:00.

E por esta semana... ficamos por aqui. Até breve! :)
publicado por Musikes às 09:20 link do post
09 de Setembro de 2014

"O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz." Aristóteles

GRANDES MÚSICAS... GRANDES ÉPOCAS!...

MÚSICA CLÁSSICA (1750-1810)

FRANZ JOSEPH HAYDN - vida e obra (II PARTE)

Haydn é o primeiro nome da tríade 'clássica', seguido por Mozart e Beethoven. Mas não deve ser tomado por um iniciador primitivo de um estilo depois aperfeiçoado. Sua obra, ou pelo menos a parte válida de sua obra imensa, já é perfeita dentro de suas proposições. E o que se propôs foi justamente o aperfeiçoamento de uma nova linguagem musical. Sua origem foi o folclore musical da Baixa Áustria, e nesse sentido a sua música é inconfundivelmente austríaca, mas seu ponto de chegada, o enriquecimento da música instrumental, foi um idioma universal falado por todos os músicos modernos, e não só pelos clássicos vienenses. Pela importância histórica, não se lhe disputa seu lugar de um dos maiores mestres de todos os tempos.

Haydn - Symphony No. 101 (_The Clock_)_ I (1º and.) http://videos.sapo.pt/q96U7656qhZLvzaFN8qf

Haydn - Symphony No. 101 (_The Clock_)_ I (2º and.) http://videos.sapo.pt/FFGMvta2EsIccRdoeIWQ

Haydn - Symphony No. 101 (_The Clock_)_ I (3º and.) http://videos.sapo.pt/AuwUTjrgqo6suEeFBD6H

Haydn - Symphony No. 101 (_The Clock_)_ I (4º and.) http://videos.sapo.pt/BVJgp6bgTSAczgQ5GKqo

Haydn - Trumpet Concerto In E-Flat Major (1º and.) http://videos.sapo.pt/PEQzs2f6AzOvwc4fY4Tt

Haydn - Trumpet Concerto In E-Flat Major (2º and.) http://videos.sapo.pt/ibjwqPgG9rFBKya6NNZ0

Haydn - Trumpet Concerto In E-Flat Major (3º and.) http://videos.sapo.pt/qKq3ge0DagB1YVisVQ2E

A produção de Haydn foi imensa, abrangendo cerca de meio século de atividade. Embora tenha sido compositor essencialmente instrumental, sua produção compreende todos os gêneros instrumentais e vocais, sacros e profanos. À quantidade enorme se superpõe a dificuldade de, não se tendo ainda estabelecido uma edição completa de suas obras, muitas atribuições serem errôneas. Não sendo possível percorrer uma evolução cronológica, sua obra deve ser considerada em uma divisão básica: instrumental e vocal." (http://scultural.8m.com/haydn.htm)

Haydn - Cello Concerto No. 2 In D Major (1º and.) http://videos.sapo.pt/8UogdUH7iCqYsU6lAG17

Haydn - Cello Concerto No. 2 In D Major (2º and.) http://videos.sapo.pt/iHl9H789JJft0DDKHZil

Haydn - Cello Concerto No. 2 In D Major (3º and.) http://videos.sapo.pt/7BI3DpiYFuZZPEVHpj0z

Haydn - String Quartet In C Major, Op. 1 (1º and.) http://videos.sapo.pt/Kk0C6iwP3gJNYjdnM4uZ

Haydn - String Quartet In C Major, Op. 1 (2º and.) http://videos.sapo.pt/6rTrzgUag9YHCbWRgaWR

Haydn - String Quartet In C Major, Op. 1 (3º and.) http://videos.sapo.pt/ptiTzzZyuk9jZgaE7bK6

Haydn - String Quartet In D Major, Op. 1 (1º and.) http://videos.sapo.pt/FzzQ4tsRaOrroMPvVaw8

Haydn - String Quartet In D Major, Op. 1 (2º and.) http://videos.sapo.pt/AbVGLw33jmqdf4BgQvqL

Haydn - String Quartet In D Major, Op. 1 (3º and.) http://videos.sapo.pt/JwdrcrJE5GVlIpawh9PI

Haydn - String Quartet In D Major, Op. 1 (4º and.) http://videos.sapo.pt/OZ0pmtJIqkMTZ1J5mLz0

E terminamos esta breve viagem pela vida e obra de tão grandioso compositor - Haydn. Mas... No link abaixo podes ainda vir a descobrir muito mais! http://scultural.8m.com/haydn.htm

"Por isso!... Não percas o próximo post... porque nós... também não!!!"
publicado por Musikes às 08:38 link do post
04 de Setembro de 2014

"A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação." Fernando Pessoa

Musikes mensageiro...

Na vontade de tanto crescer, por vezes, apressamo-nos a não atentar que a vida é a melhor das escolas. Tudo o que nos rodeia nos ensina, nos transmite esse dom de nos enriquecer.

Urge não nos deixarmos ir na corrente da estagnação. Teremos ser nós mesmos, tijolo a tijolo, a construir o ser Humano que um dia viremos a querer ser. A Música; a Literatura; a Pintura; o Teatro; os Museus; as Exposições, entre tantas outras formas de arte que marcam este século XXI, são dádivas dos seus autores. Em conjunto com o conhecimento académico, a sua expressão artística contribui para o processo de partilha, de construção cultural identitária do pensar, agir e fazer do nosso "Eu".

Com a rúbrica do "Gotinhas... Culturais", pretende o "Musikes" veicular aqui alguma divulgação cultural dos conselhos do Porto, esperando que aponte um maior desejo por saber. Eis aqui os primeiros "gotinhas culturais" destes encontros que espero que sejam semanais.

A todos... Boas audições e leituras! Até breve!

***

Feira do Livro do Porto abre ao público nos Jardins do Palácio de Cristal http://blogtailors.com/feira-do-livro-do-porto-tem-inicio-ja-7508703

É já na sexta-feira, dia 5, a partir das 18.00, que a Feira do Livro do Porto abre ao público nos Jardins do Palácio de Cristal e na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, onde pode ser visitada até dia 21. Além da participação de várias livrarias e editores, especialmente do norte do país, o evento será acompanhado por um ciclo de debates que decorrerá no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett. A feira abre o seu primeiro fim de semana com três debates. No dia 6 (sábado), a partir das 15.30, José Maria Vieira Mendes e João Tordo conversam, com moderação de José Mário Silva, sobre <>. A partir das 17.30, Gonçalo M. Tavares e Germano Silva juntam-se na mesa <
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"A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação." Fernando Pessoa

Musikes mensageiro...

Na vontade de tanto crescer, por vezes, apressamo-nos a não atentar que a vida é a melhor das escolas. Tudo o que nos rodeia nos ensina, nos transmite esse dom de nos enriquecer.

Urge não nos deixarmos ir na corrente da estagnação. Teremos ser nós mesmos, tijolo a tijolo, a construir o ser Humano que um dia viremos a querer ser. A Música; a Literatura; a Pintura; o Teatro; os Museus; as Exposições, entre tantas outras formas de arte que marcam este século XXI, são dádivas dos seus autores. Em conjunto com o conhecimento académico, a sua expressão artística contribui para o processo de partilha, de construção cultural identitária do pensar, agir e fazer do nosso "Eu".

Com a rúbrica do "Gotinhas... Culturais", pretende o "Musikes" veicular aqui alguma divulgação cultural dos conselhos do Porto, esperando que aponte um maior desejo por saber. Eis aqui os primeiros "gotinhas culturais" destes encontros que espero que sejam semanais.

A todos... Boas audições e leituras! Até breve!

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Feira do Livro do Porto abre ao público nos Jardins do Palácio de Cristal http://blogtailors.com/feira-do-livro-do-porto-tem-inicio-ja-7508703

É já na sexta-feira, dia 5, a partir das 18.00, que a Feira do Livro do Porto abre ao público nos Jardins do Palácio de Cristal e na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, onde pode ser visitada até dia 21. Além da participação de várias livrarias e editores, especialmente do norte do país, o evento será acompanhado por um ciclo de debates que decorrerá no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett. A feira abre o seu primeiro fim de semana com três debates. No dia 6 (sábado), a partir das 15.30, José Maria Vieira Mendes e João Tordo conversam, com moderação de José Mário Silva, sobre <<A Nova Literatura Portuguesa>>. A partir das 17.30, Gonçalo M. Tavares e Germano Silva juntam-se na mesa <<A Viagem: do Mundo à Cidade>>, com moderação da jornalista Maria João Costa. No domingo, pelas 15.30, Mário Cláudio está à conversa com Augusto Santos Silva na mesa <<O Livro Proibido é o Mais Apetecido>>, juntamente com José Pacheco Pereira. No dia 10 (quarta-feira), às 19.00, Salvato Telles de Menezes e Pedro Mexia, acompanhados por Vasco Telles de Menezes, conversam na mesa <<Quem tem medo de... David Foster Wallace e Pier Paolo Pasolini>>. No dia 13 (sábado), às 15.30, Teolinda Gersão e Rosa Alice Branco conversam, guiadas por Ana Sousa Dias, com o tema <<Quem tem medo de... James Joyce e Marcel Proust>>. Pelas 17.30, <<From Here to Eternity>> junta Richard Zenith e Manuel Villaverde Cabral, com Fernando Pinto do Amaral. No domingo, 14, às 15.30, João Luís Barreto Guimarães e Manuel Alegre são moderados pelo jornalista Sérgio Almeida, na mesa <<Literatura em Censura>>. Na quarta, dia 17, pelas 19.00, Lídia Jorge e Paulo Moura estão com Valdemar Cruz na mesa <<O Silêncio da Guerra>>. Sábado, dia 20, Maria João Lopo de Carvalho e Rita Ferro estão, às 15.30, com Helena Vasconcelos, conversando sobre o tema <<Cânone vs. Mercado?>>. A última mesa da feira decorre no dia 21, domingo, com início pelas 15.30, na qual Rui Ramos e Dulce Maria Cardoso estão com o jornalista Carlos Vaz Marques na conversa <<E Agora, o Futuro.>> A Feira do Livro do Porto estará aberta ao público a partir das 16.00 (de segunda a sexta-feira) e das 12.00 (ao sábado e domingo). O evento encerra às 22.00 (de quinta-feira a domingo) e às 23.00 (à sexta-feira e sábado). Além da feira do livro e do ciclo de debates, está ainda previsto um ciclo de cinema, leituras, exposições, concertos, oficinas e sessões de spoken word. Acompanhe a página da Feira do Livro do Porto no Facebook, aqui.

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Mariza vence prémio Artista Womex 2014 http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/mariza-vai-receber-premio-artista-womex-2014-1668522

A carreira e difusão do fado a nível global premiados por uma das maiores montras das músicas do mundo - a Womex. A cantora portuguesa Mariza é a vencedora do prémio Artista Womex 2014. A notícia foi avançada nesta quarta-feira pela organização daquele que é um dos eventos de vocação global mais conhecidos no campo das chamadas músicas do mundo - a Womex, misto de feira internacional e de festival de música. No comunicado que revela a atribuição do prémio, pode ler-se sobre a cantora portuguesa: "Desde a edição do seu primeiro álbum há 13 anos, Mariza tornou-se conhecida como o expoente máximo vivo do fado, bem como a artista mais visionária e inovadora no estilo. Ela criou o seu próprio som que é igual nas tabernas de Lisboa ou nas mais prestigiadas salas de espectáculo no mundo, e é tanto uma estrela em Portugal como no seio da comunidade da world-music. Por ter trazido o estilo para novos níveis de reconhecimento internacional e por alcançar novos patamares artísticos dentro do género, atribuímos-lhe o prémio Artista Womex 2014. " Palavras que acabam por enquadrar o seu percurso nos últimos anos. Um caminho que é, cada vez mais, concretizado em duas direcções apenas aparentemente distintas. Por um lado, trata-se de respeitar a memória fadista, porque, no mundo globalizado de hoje, esse tipo de singularidade acaba por constituir um valor acrescentado. Por outro lado, a sua acção tem sido propor uma espécie de fado transcontinental, capaz de ser facilmente apreendido nos circuitos internacionais, porque a diferença só é mais-valia se aqueles que a ela se submetem a entenderem. Agora, treze anos depois da estreia em disco, mais de um milhão de discos vendidos, com edição em mais de 35 países e inúmeras digressões mundiais nas salas mais prestigiadas, este prémio junta-se a outras distinções, como ter sido vencedora de três BBC Music Awards, na categoria de "Best European Act", e duas nomeações para os Grammys. O prémio será entregue por Lucy Durán (Universidade de Londres e ex-apresentadora da Rádio BBC) no próximo dia 26 de Outubro em Santiago de Compostela. Após a cerimónia, que decorre no âmbito da edição de 2014 do prestigiado evento de músicas do mundo, fará o concerto de encerramento da Womex deste ano, revelando algumas das canções que integram o seu Best of Mariza da carreira, lançado em Abril último.

***Músico Renato Bettencourt leva sons da viola da terra dos Açores à Holanda http://www.acorianooriental.pt/noticia/musico-renato-bettencourt-leva-sons-da-viola-da-terra-dos-acores-a-holanda

O músico Renato Bettencourt leva à Holanda, no final de setembro, os sons da viola da terra, instrumento tradicional dos Açores, num concerto que surgiu do convite de um holandês residente na ilha de S. Jorge. "O primeiro concerto será no dia 27, se bem que já tenho a indicação que no dia 28 faremos também um concerto numa galeria de arte", afirmou à agência Lusa Renato Bettencourt, que não esconde o seu contentamento com esta oportunidade de atuar no estrangeiro pela primeira vez. Renato Bettencourt explicou que o convite para atuar na Holanda foi feito por Pieter Adriaans, que em conjunto com outros holandeses amantes dos Açores organizaram um fim de semana tipicamente açoriano naquele país e onde, além da música, haverá declamação de poemas de Vitorino Nemésio e gastronomia das ilhas. "Essa oportunidade surge a partir de um convite do Pieter Andriaans, que é um holandês que vive nos Açores, comprou uma residência na ilha de S. Jorge. Ele recebeu um convite do diretor da Orquestra Sinfónica de VechtStreek", referiu Renato Bettencourt, revelando que Pieter Andriaans vai estrear no concerto do dia 27 de setembro a "Suite açoriana", um 'medley' de músicas do arquipélago. Apesar de estar ligado aos instrumentos de corda desde a infância, Renato Bettencourt confessou só ter começado a tocar viola da terra há cerca de um ano. "Nasci numa família que tocava vários instrumentos de corda. Comecei de pequeno a tocar violino, depois passei para o bandolim e violão. Por isso, foi mais fácil depois pegar na viola da terra" disse o músico açoriano, que atualmente toca com uma viola da terra feita por medida nas Flores, com o seu nome gravado no tampo e em forma de "b", em homenagem à família Bettencourt. Segundo disse, no concerto da Holanda deverá atuar com uma nova viola da terra feita na ilha de S. Jorge, com um formato mais tradicional. A viola da terra, que produz um som característico devido ao encordoamento de 12 cordas, também é conhecida como viola de arame ou viola de dois corações, sendo semelhante ao violão, mas de dimensões mais pequenas. Uma das suas características é a abertura ou boca da viola ser constituída por dois corações, com as pontas em sentidos opostos e unidos numa lágrima, que simboliza a saudade e a ligação entre os açorianos que emigram e aqueles que ficam nas ilhas. "Cada ilha tem a sua maneira própria de tocar. Comecei a desenvolver a técnica que usamos cá em S. Jorge. Ouvi os mais antigos a tocar. É um instrumento que é nosso. É único. É verdadeiramente açoriano", frisou Renato Bettencourt. A viola da terra, que durante anos caiu em desuso, voltou a estar na moda, com jovens interessados em aprender a tocar este instrumento tradicional quer nas escolas de música criadas para o efeito, quer nas aulas do Conservatório Regional de Ponta Delgada.

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O Rivoli começa a dançar com a CNB - e a seguir anda de skate com John Romão http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-rivoli-comeca-a-dancar-com-a-companhia-nacional-de-bailado--e-a-seguir-anda-de-skate-com-john-romao-166

Oito anos depois, as portas do teatro municipal do Porto voltam a abrir-se à cidade. A preços de amigo: o passe para os 12 espectáculos do ciclo O Rivoli Já Dança custa 25 euros. E pronto, o Porto voltou a ter um teatro municipal: a reabertura oficial do Rivoli é só no próximo dia 12, com uma visita especialmente simbólica da Companhia Nacional de Bailado (CNB) à sala onde em 1977 apresentou o primeiro espectáculo da sua vida, mas a bilheteira está a vender desde ontem os passes gerais para esta temporada zero. A preços "um bocadinho brutais", sublinhou o vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, na conferência de imprensa de apresentação do ciclo O Rivoli Já Dança!, que ocupará o teatro até 20 de Dezembro: 12 espectáculos, 25 euros, para deixar bem claro que "este é um território aberto a toda a gente". E a todo o tipo de práticas, do skate que se atravessa no espectáculo pasoliniano de John Romão, Teorema (25 de Outubro), ao vira do Minho que Filipa Francisco reconfigurará com o Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto em mais uma versão de A Viagem (15 de Novembro). Embora ainda sem o dedo do novo director artístico, Tiago Guedes, que na prática só em Janeiro de 2015 (e depois das obras de restauro do palco do Grande Auditório) assumirá a programação do Teatro Municipal do Porto, O Rivoli Já Dança! é um trailer bastante indicativo (e bastante exaustivo) daquilo que se pretende que seja o espírito da sala da Praça D. João I. "Este ciclo assinala a tendência de um teatro que dará prioridade à dança e às artes do corpo, mas sempre em diálogo com as outras disciplinas - e que será também um importantíssimo território do pensamento, onde de resto decorrerá já em Novembro o Fórum do Futuro, para o qual foram convocados grandes teóricos da contemporaneidade, incluindo dois prémios Nobel e quatro Pritzker. Entendemos que o Rivoli deve ser um mediador da cidade, um lugar onde a cidade se revê e se apresenta - um lugar simultaneamente popular e cosmopolita, histórico e contemporâneo, local e nacional", explicou Paulo Cunha e Silva. A abertura com a CNB (que trará ao Porto a sua remontagem da peça Mozart Concert Arias - Un Moto di Gioia, de Anne Teresa De Keersmaeker) e o fecho com a versão portuense do Atlas de Ana Borralho & João Galante (uma espécie de cartografia da cidade a partir de 100 dos seus habitantes) sinalizam essa tensão entre o nacional e o local que será um dos eixos do novo Rivoli. Pelo meio, haverá lugar para que o resto do mundo entre no teatro da Praça D. João I - primeiro com De Repente Fica Tudo Preto de Gente, do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin (26 e 27 de Setembro), que participou na conferência de imprensa via Skype, e depois com Shelters, encontro entre o coreógrafo israelita Hofesh Shechter e a Companhia Instável (18 de Outubro), que teve uma primeira vida no ano em que Guimarães foi Capital Europeia da Cultura. E também haverá lugar para que uma série de estruturas e de criadores da cidade ali estreiem novos espectáculos: é o caso da Circolando, que a 10 e 11 de Outubro apresenta Rios do Sono, sobre o mal que andamos todos a dormir; de Victor Hugo Pontes, que mostrará Fall em primeira mão a 8 de Novembro; de Né Barros, actualmente a reescrever duas das suas peças (o solo Untraceable Patterns e um reflexão sobre o despovoamento da Lituânia, Million) para o palco do Rivoli (20 de Novembro); e do Núcleo de Experimentação Coreográfica, que convidou Dinis Machado a desenvolver no Porto mais um capítulo da sua investigação sobre um futuro sem capitalismo (será Cyborg Sunday, a 22 de Novembro). Um ciclo de Solos Icónicos programados pela Companhia Instável, incluindo momentos "históricos" da dança contemporânea portuguesa como Os Olhos de Gulay Cabbar, de Olga Roriz, e uma misteriosa Coisa, disse o e.e. cummings, de Vera Mantero, completa o núcleo duro da programação para estes primeiros meses. Fora deste baralho ficam dois concertos (de resto não incluídos no pacote de espectáculos a que o passe geral dá acesso), um de Sérgio Godinho (1 de Novembro) e outro dos Dead Combo (12 de Dezembro). Postos à venda os bilhetes, resta perceber como responderá uma cidade que durante tantos anos esteve privada do seu teatro municipal ao grande comeback do Rivoli. É um público que tem de ser recuperado, reconhece o vereador da Cultura, para o qual o preço totalmente abaixo do mercado do passe geral é um "instrumento político" indispensável nesta fase. E que, reconhece também, dificilmente será replicado no pós-temporada zero: "Para este arranque tivemos de adoptar uma estratégia de captação de públicos um bocadinho brutal. Depois, o comportamento da bilhética terá de ser adaptado à procura do teatro, até porque nem é salutar na relação do teatro municipal com as outras salas da cidade este tipo de dumping." De resto, é cedo para saber como estarão as finanças do Rivoli no próximo ano: o orçamento da Câmara Municipal do Porto só deverá ser aprovado em Novembro. Paulo Cunha e Silva desvalorizou os sinais de desagrado manifestados pelo CDS-PP depois da entrevista de Tiago Guedes ao PÚBLICO, mas admitiu que "todos os vereadores estão preocupados com o orçamento dos seus pelouros e a trabalhar para que sejam compatíveis com as suas missões". A do Rivoli, para já, é deixar a cidade entrar. Para quem, como André Braga, da Circolando, estava há dez anos sem lá ir, "foi uma emoção fortíssima ver aquela porta lá em baixo a abrir-se".

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D'Bandada atravessa Aliados para unir os dois lados da Baixa do Porto http://www.jn.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=4105529

A Câmara do Porto vai ser "o ponto de partida" da quarta edição da D'Bandada, que, neste ano, vai abranger as "duas margens" da Avenida dos Aliados. No próximo dia 13, serão 62 os artistas que irão tentar criar, em 19 palcos, um "S. João da Música" na Baixa da cidade. São esperadas mais de 100 mil pessoas. "O D'Bandada não é uma iniciativa nova. Mas identifica-se muito com a nossa visão da cidade. É termos festa e animação de boa qualidade na cidade. É termos pessoas a viver um S. João musical na cidade", referiu o presidente da Câmara, Rui Moreira, esta terça-feira, na apresentação do cartaz do evento, que vai ganhar uma nova dimensão geográfica, atravessando a Avenida dos Aliados para levar animação a novos espaços, como a Rua Passos Manuel e a Praça dos Poveiros. Convicto de que, apesar de todas as dificuldades com que se vive no país, já começa a haver "um sentimento de ânimo na cidade", Rui Moreira acredita ser possível ultrapassar as 100 mil pessoas que se calcula terem assistido à D'Bandada do ano passado. "Temos condições para termos mais gente", considera, defendendo que, para tal, poderão contribuir as "maiores facilidades" existentes em termos de mobilidade. Em causa, o facto de o metro e de a STCP terem serviços a funcionar durante 24 horas nos fins-de-semana. Nova "festa da cidade" Além do alargamento geográfico, o D'Bandada conta, neste ano, com novos palcos, como o Ateneu Comercial do Porto, o Edifício Axa e o Varandim da Torre dos Clérigos, além da passagem obrigatória pelo Maus Hábitos. "Não havia melhor sítio na cidade do que aquela torre de granito dos Clérigos para Tiago Pereira", sublinha o responsável pela programação, Henrique Amaro, antecipando o concerto dos Mind Da Gap e dos Dealema na Praça dos Poveiros, além do DJ Marfox no Armazém do Chá.

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Na primeira vez que sai do Brasil, a Bienal de São Paulo mostra-se em Serralves http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/na-primeira-vez-que-sai-do-brasil-a-bienal-de-sao-paulo-mostrase-em-serralves-1668373

Conjunto de obras de arte contemporânea ainda por seleccionar será exposto no museu portuense no Outono de 2015. A estreia internacional da Bienal de São Paulo, uma das mais relevantes mostras de arte contemporânea do mundo, acontecerá em 2015 no Museu de Serralves, no Porto. O acordo entre as duas instituições foi anunciado nesta segunda-feira pelo presidente da Fundação da Bienal de São Paulo, Luis Terepins, em conferência de imprensa no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. É nesse edifício, desenhado por Oscar Niemeyer, que se encontram as peças - algumas em processo de finalização - que farão a história da 31.ª edição da Bienal, que abre ao público no sábado, dia 30, e decorre até 7 de Dezembro. Entre elas estão dois conjuntos de imagens de Bruno Pacheco, o único artista português no histórico pavilhão do Parque do Ibirapuera. Não é certo, no entanto, que Meeting Point e Outros Trabalhos, as peças de Pacheco, integrem o "recorte" da Bienal que chegará ao Norte de Portugal nos três meses de Outono do próximo ano. Essa será uma decisão a tomar pelo colectivo de curadores da mostra brasileira, que no início de 2015 viajarão para o Porto, em articulação com a equipa do Museu de Serralves. "Temos de trabalhar em conjunto. [Antes de decidir] vamos lá para aprender um pouco sobre o Porto, para perceber a realidade da cidade", declarou Charles Esche ao PÚBLICO. O curador escocês desta edição da Bienal disse ainda que será tida em conta "a condição particular" de Portugal quando foram escolhidas as obras, que respondem ao tema Coisas que não existem. É um tema propositadamente poético, diz o colectivo de curadores da Bienal, que quis que os artistas convidados se debruçassem sobre o processo de transformação por que passam as sociedades actuais, sem no entanto se saber para onde caminham. É um desafio à imaginação. Ou, em alternativa, ao reconhecimento de coisas que existem, mas que estão escondidas. Esche sublinhou que, dadas as relações históricas entre os dois países - e a itinerância inédita da Bienal para fora do Brasil -, os curadores pretendem responder ao "fardo colonial" português. Assim como ao seu "fardo contemporâneo", a União Europeia. "É um espaço de conflito", segundo o escocês, que "faz mais sentido" para esta estreia "do que a Suécia". Outra curadora da Bienal, Galit Eilat, disse ao PÚBLICO que Serralves foi uma aposta do presidente da Fundação da Bienal. A israelita, que destaca a história do museu português e considera "interessante" tratar-se de uma entidade privada, também vê nesta parceria uma espécie de "justiça colonial" - por serem agora os brasileiros a levar cultura para Portugal. Apesar destas ideias embrionárias dos curadores, "ainda é cedo" para mais detalhes, refere Charles Esche. O que se sabe, para já, é que o acordo assinado a 25 de Julho pela directora de Serralves, Suzanne Cotter, prevê que o conjunto de obras ocupe cerca de 1400 metros quadrados do museu portuense. Segunda a assessoria da Bienal, os custos da produção serão repartidos.

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Em jeito de sugestão, aqui ficam algumas propostas de leitura.

Sérgio Godinho estreia-se na na ficção com contos http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4107077&seccao=Livros

A estreia do músico e compositor Sérgio Godinho na ficção, com o livro de contos "VidaDupla", é uma das novidades editoriais do grupo BertrandCírculo, que hoje apresentou à imprensa os títulos a publicar até ao final deste ano. A obra, que sucede a histórias do músico para crianças, sairá em outubro com a chancela da Quetzal, dirigida por Francisco José Viegas, depois da chegada às livrarias, esta semana, do primeiro romance de J. Rentes de Carvalho, "Montedor", datado de 1968, com o qual a editora prossegue a publicação da obra completa do escritor de 83 anos, que viveu grande parte da vida na Holanda e foi tardiamente reconhecido em Portugal, com títulos como "A Amante Holandesa", "Ernestina" e "Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia", entre outros. Sobre "Montedor", protagonizado por um rapaz sem futuro, escreveu José Saramago: "O autor dá-nos o quase esquecido prazer de uma linguagem em que a simplicidade vai de par com a riqueza (...), uma linguagem que decide sugerir e propor, em vez de explicar e impor". Na ficção em língua portuguesa, destaque também para a edição em outubro de um novo romance de José Luís Peixoto e, na ficção traduzida, da obra vencedora do mais recente Man Booker Prize, "Os Luminares", de Eleanor Catton, na Quetzal e na Bertrand, respetivamente. Igualmente na Bertrand, chancela dirigida por Eduardo Boavida, assistir-se-á ao regresso do jovem escritor norte-americano Philipp Meyer, com um épico do Oeste americano intitulado "O Filho", depois da auspiciosa estreia com "Ferrugem Americana", há três anos. "Herzog", de Saul Bellow, em setembro, e "O Rei Pálido", o romance inacabado de David Foster Wallace, em novembro, são outros títulos de ficção traduzida que dão continuidade à publicação da obra destes dois autores pela Quetzal. Na não-ficção, o maior destaque vai para aquele que é considerado o melhor livro de economia da década: "O Capital no século XXI", do economista francês Thomas Piketty, que chega às livrarias em outubro pela mão da Temas e Debates, chancela que completa 20 anos de atividade, com direção da editora Guilhermina Gomes. No mesmo mês, a Temas e Debates lança também um novo livro de Mário Soares, intitulado "Cartas e Intervenções Políticas do Exílio", que junta textos escritos antes de Abril de 1974 e, em novembro, o ensaio "O Passageiro Clandestino", de Leonor Xavier, além da obra "Bom dia, Sr. Mandela", o testemunho da assistente africânder do Presidente sul-africano Nelson Mandela, Zelda de la Grange. Entre as propostas de não-ficção na Quetzal, contam-se ainda as obras "Da Europa de Schumann à Não Europa de Merkel", de Eduardo Paz Ferreira, "O Puto", de Ricardo Saavedra, uma Biografia de Marcello Caetano, por Luís Menezes Leitão, e "A Mística de Putin", de Anna Arutunyan. Em novembro, em "O Fado da Tua Voz. Amália e os Poetas", Vítor Pavão dos Santos guia os leitores numa viagem ao mundo da poesia cantada por Amália Rodrigues, analisando as letras e reconstruindo, de memória, a história de cada fado. A tradução de Aquilino Ribeiro de "A Retirada dos Dez Mil", de Xenofonte, com prefácio de Mário de Carvalho, e, com chancela do Círculo de Leitores, os últimos três volumes da Obra Completa do Padre António Vieira (30 volumes), assim como o início de uma nova coleção dedicada à literatura tradicional portuguesa, da autoria de José Viale Moutinho, completam a lista das principais novidades editoriais do grupo BertrandCírculo.

E... Por esta semana ficamo-nos por aqui. Até às próximas "gotinhas... culturais"! :)
publicado por Musikes às 10:50 link do post
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