No "Gotinhas" desta semana, estas e outras novas que passaram.
Ora, vamos lá ver o que há em cartaz.
A agendar... Esta semana no Coliseu do Porto
PEDRO ABRUNHOSA "INTEIRO"29.01.2015 > 21.30 h PEDRO ABRUNHOSA "INTEIRO"30.01.2015 > 21.30 h PEDRO ABRUNHOSA "INTEIRO"31.01.2015 > 21.30 h url q=http%3A%2F%2Fwww.coliseu... Nestes escuros tempos que atravessamos, a Música tem coberto de luz a estrada de muitos, restituindo-lhes esperança, identidade, noção de paz e pertença. Ela é um território que habitamos, tanto quanto o é o País donde vimos. Onde quer que estejamos, cantamos os mesmos refrões, choramos a dor idêntica, celebramos alegrias, partilhamos o bem e sentimo-nos Um, e no entanto somos parte duma multidão da qual nunca saberemos o nome. Tal é o poder da Música: nos espectáculos, nas rádios, nas redes sociais, a Música faz-nos menos sós.Até hoje apenas escrevi sete discos. É pouco para o que quero ainda fazer, mas são sete discos que me levaram à descoberta de mim próprio, do País e da força da língua que me leva por diante. Aos poucos fui encontrando-me num Portugal muito diferente, muito melhor do que aquele a que tantas vezes nos tentaram reduzir. Este é um país de gente enorme, de realizações, de afectos, de sonhos inteiros e de horizontes que mergulham no impossível porque da impossibilidade nasce a concretização, o trabalho, a luta e a esperança de todos os dias. Com este novo conhecimento de nós parti de novo para a estrada num percurso que entremeei apenas com a reclusão do estúdio. Das histórias que muitos generosamente partilharam comigo ao longo dos anos, fiz canções. Dos milhares e milhares de quilómetros corridos a palmo e amor, recolhi um mar de afectos que hoje sou por dentro. E é dessa espuma que são feitos discos e espectáculos, noite após noite, numa tentativa vã de devolver o que me é apenas emprestado, o que não é meu mas de todos. Através da Música fizemos memória, história e futuro. Encontrei eco nas vozes de tantos tornadas fortes pelo uníssono da consistência, da vontade, das revoltas e da dádiva. E é essa capacidade de regeneração que brota de nós em cada concerto e que continua a ser o motor emocional da minha escrita.INTEIRO é o espectáculo que celebra o quanto ainda aí vem, o muito que há para fazer. Todos os dias são dias de recomeçar, de tentar ser maior, de buscar na palavra certa o tempo fugaz da vida. Estas noites de INTEIRO serão o início de muita mais estrada, mais Canções, da perpétua busca de algo que espero nunca vir a encontrar.' Pedro Abrunhosa
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Biblioteca Municipal Almeida Garrett-Auditório Palestra: "O Porto de Sophia" por César Santos Silva - sab-31/01- 15h30 -
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Na Casa da Música Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música 21 Sáb
Consulte a restante programação de Fevereiro Janeiro Em cada bolso uma cancao Banda Sinfónica Portuguesa 01 Fev Steve Lehamn Octet 01 Fev Quarteto de Cordas de Matosinhos Invicta.Musica.Filmes Bandas Sonoras Instantaneas III Orquestra Sinfónica 07 Fev Pequenos Piratas 08 Fev Benjamin Grosvenor 08 fev Phonambient Remix Ensemble 10 Fev Glenn Miller 12 Fev Batucada Brasil 14 Fev Samba na Casa 14 Fev Bebé Waka 25 Fev Concerto de Carnaval 13 e 15 Notações e Partituras do Papel ao Computador Deau 21 Fev Orquestra Sinfónica 21 Fev Do Bolso de Walt 21 Fev Pequenos Piratas 22 Fev Orquestra Sinfónica 27 Fev Jose Cid 28 Fev
A cultura deixa marcas nas crianças O programa Pegada Cultural - Artes e Educação tem agora uma variante: Primeiros Passos. A Direcção-Geral das Artes vai apoiar projectos dirigidos a crianças até aos cinco anos, numa parceria com a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega. Um montante de 136 mil euros será distribuído por cinco projectos - um por cada região de Portugal continental: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
Pianista Maria João Pires atua no Festival Internacional de Música das Canárias A pianista Maria João Pires vai atuar a 26 e 28 de janeiro no 31.º Festival Internacional de Música das Canárias, num concerto em que tocará obras de Debussy, Ravel e Beethoven. O festival está a decorrer em vários locais das ilhas Canárias desde 11 de janeiro, e vai prolongar-se até 13 de fevereiro, organizado pelas autoridades locais.
Maestro Rui Massena apresenta disco de estreia em Alfândega da Fé A vila transmontana de Alfândega da Fé é o palco escolhido pelo maestro Rui Massena para apresentar o disco de estreia num concerto agendado para sábado, divulgou hoje a autarquia do distrito de Bragança. O auditório da Casa da Cultura Mestre José Rodrigues recebe, no sábado à noite, a apresentação oficial do álbum que marca a estreia de Rui Massena como compositor, com o trabalho "Solo", que estará à venda a partir de segunda-feira.
Amélia Muge: "No fundo, fui à procura de uma conversa com Amália" Lançado em finais de 2014 e votado melhor disco nacional do ano pelo PÚBLICO e pelo Expresso, o disco de Amélia Muge só com versos de Amália Rodrigues chega agora a palco. Um ano depois de ter sido anunciado oficialmente como projecto, Amélia com versos de Amália é estreado esta sexta-feira, na Culturgest, às 21h30, isto depois de uma ligeira antevisão (dois temas apenas) na Gulbenkian, onde Amélia surgiu como convidada especial no concerto do Kronos Quartet, a 11 de Novembro.
Biblioteca Nacional adquire espólio de Eduardo Lourenço A Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) adquiriu o acervo do filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço (n. São Pedro de Rio Seco, Almeida, 1923) para o integrar no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, anunciou esta segunda-feira a Secretaria de Estado da Cultura (SEC). São milhares de documentos, manuscritos e até correspondência trocada com grandes nomes da Cultura como Vergílio Ferreira, Jorge de Sena ou Sophia de Mello Breyner. Numa nota enviada às redacções, o gabinete de Jorge Barreto Xavier diz tratar-se "de um bem cultural fundamental para a investigação filosófica, literária, histórica e sociológica não só da obra de Eduardo Lourenço, mas do pensamento português dos séculos XX e XXI".
Morreu a pintora Madalena Cabral Madalena Cabral foi pioneira a desenvolver serviços educativos nos museus portugueses, e foi distinguida com o grau de Oficial da Ordem de Santiago da Espada. A pintora e conservadora Madalena Cabral morreu no sábado, no Porto, aos 92 anos, e o corpo será cremado na quinta-feira no Cemitério do Perpétuo Socorro, disse hoje à agência Lusa fonte próxima da família. Pioneira da introdução, qualificação e divulgação dos serviços educativos nos museus em Portugal, Madalena Cabral foi distinguida com o Prémio Personalidade do ano 2013 pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM).
Menos de duas semanas para ver este retrato da Humanidade 7 mil milhões de outros está patente no Museu da Eletricidade até 8 de fevereiro. Mais de 20 mil pessoas já visitaram este labirinto de histórias contadas por gente dos quatro cantos do mundo A videoexposição 7 mil milhões de Outros, que inaugurou a 8 de novembro no Museu da Eletricidade, em Lisboa, conta já 20 mil espetadores que por ali passaram para ver e ouvir o que têm a dizer acerca da vida as seis mil pessoas a quem foram feitas 45 questões acerca do medo, da morte, de Deus ou da duração do amor. A quem foi pedido que cantassem uma canção ou que dissessem uma oração. Depois de Paris, Xangai, Dakar ou São Paulo, a exposição está em Lisboa, onde pode ser vista até 8 de fevereiro.
Será este o túmulo de Cervantes? Passaram 400 anos desde a morte do autor de D. Quixote e o local da sua sepultura continua por identificar. Ou continuava. Cientistas acreditam que podem tê-lo encontrado este sábado passado, mas ainda não há conclusões.
Amazon lança ferramenta para criar manuais escolares digitais A Amazon anunciou o lançamento do Kindle Textbook Creator, uma ferramenta que tem como público-alvo os professores e que permite converter PDF de livros escolares, apontamentos, guias de estudos e outros conteúdos educativos, incluindo informação visual complexa, como gráficos, quadros e equações, em ebooks Kindle, que poderão ser lidos numa grande diversidade de dispositivos, como os tablets Kindle Fire, iPad, iPhone, Android, Mac e PC. Os ebooks produzidos com esta ferramenta oferecerão um série de funcionalidades
A cultura deixa marcas nas crianças http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-cultura-deixa-marcas-nas-criancas-1683411
O programa Pegada Cultural - Artes e Educação tem agora uma variante: Primeiros Passos. A Direcção-Geral das Artes vai apoiar projectos dirigidos a crianças até aos cinco anos, numa parceria com a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega. Um montante de 136 mil euros será distribuído por cinco projectos - um por cada região de Portugal continental: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. "O apoio não é muito elevado para cada um, mas vai chamar a atenção para este público-alvo. É muito importante o contacto precoce com as artes", diz ao PÚBLICO Susana Graça, responsável pelo programa, que aceita candidaturas até 20 de Fevereiro. As ilhas ficaram de fora por questões de "incapacidade legal" da Direcção-Geral das Artes (DGArtes). "Podem concorrer companhias de teatro, de dança, escolas de criação artística, associações culturais e outras entidades ligadas às artes", diz a também directora de serviços de planeamento, informação e recursos humanos da DGArtes. Informa que "as candidaturas deverão ser apresentadas em parceria com uma ou mais entidades artísticas dos outros países doadores". Daí terem de ser apresentadas em inglês. As áreas artísticas definidas são: arquitectura, artes digitais, artes visuais, dança, design, cruzamentos disciplinares, fotografia, música e teatro. "Cada projecto seleccionado contará com um financiamento máximo de 85% das despesas elegíveis, num montante máximo de 27.200 euros", pode ler-se no site da DGArtes.
O bom exemplo da Noruega Susana Graça valoriza "a colaboração próxima com a embaixada da Noruega" e quer realçar a experiência do Arts Council daquele país, "são muito focados na infância e investem bastante nos serviços educativos das instituições". Uma das iniciativas que descreve ao PÚBLICO chama-se "mochila cultural", em que há uma mistura de várias artes que são depois apresentadas e dinamizadas nas escolas. "Existe há muitos anos e funciona a nível regional. A Noruega já colhe os frutos desta atenção dada às crianças." Em Portugal, a experiência da Pegada Cultural (sem restrição a um público-alvo específico) começou no ano passado e aquela responsável espera que a adesão seja idêntica para esta variante dos Primeiros Passos. Os cinco projectos seleccionados em Fevereiro de 2014 foram: Othello's Anatomy - Arts and Education for Citizenship (várias valências, Lisboa); The Giant and the Little (teatro de marionetas, Évora); Mothers (teatro, Faro); Circus Lab (novo circo, Viseu) e Write a Science Opera (ópera, Porto). Para se poder avaliar se os trabalhos "marcaram" efectivamente os intervenientes com uma "pegada cultural", Susana Graça diz haver "uma série de indicadores, como número de escolas e de alunos envolvidos, e registos visuais e fílmicos do impacto do programa nos miúdos". E está certa de que, "daqui a uns anos, os meninos que agora participarem nos projectos hão-de encher as salas de espectáculos".
Pianista Maria João Pires atua no Festival Internacional de Música das Canárias http://www.dnoticias.pt/actualidade/5-sentidos/494536-pianista-maria-joao-pires-atua-no-festival-internacional-de-musica-das
A pianista Maria João Pires vai atuar a 26 e 28 de janeiro no 31.º Festival Internacional de Música das Canárias, num concerto em que tocará obras de Debussy, Ravel e Beethoven. O festival está a decorrer em vários locais das ilhas Canárias desde 11 de janeiro, e vai prolongar-se até 13 de fevereiro, organizado pelas autoridades locais. As atuações de Maria João Pires, que estará acompanhada pelo seu discípulo Julien Brocal, estão previstas para segunda-feira no Auditório de Tenerife Adán Martin, e na quarta-feira no Auditório Alfredo Kraus, na Gran Canária. De acordo com a organização, citada pela agência EFE, a relação artística da pianista portuguesa, de 70 anos, com Julien Brocal, de 27, surgiu no âmbito do projeto Partitura que Maria João Pires tem vindo a desenvolver no centro belga Queen Elisabeth Music Chapel. Depois de Julien Brocal ter realizado uma ´masterclass´ em Paris com Pires, a pianista convidou-o para juntar-se àquele projeto musical, que segue a linha pedagógica que a criadora portuguesa tem desenvolvido paralelamente à da interpretação. Em 2015, Maria João Pires atuará, entre outras orquestras, com a London Philharmonic Orchestra, Concertgebouw Orkest, Boston Symphony, Deutsche Staatsoper Orchester Berlin, Orchestre National de Lille, Lucerne Symphony, London Chamber Orchestra, Orquesta Nacional de España, Orchestre de Capitole de Toulouse, Orchestra Filarmonica della Scala, Budapest Festival Orchestra e a Chamber Orchestra of Europe.
Maestro Rui Massena apresenta disco de estreia em Alfândega da Fé http://www.dnoticias.pt/actualidade/5-sentidos/495138-maestro-rui-massena-apresenta-disco-de-estreia-em-alfandega-da-fe
A vila transmontana de Alfândega da Fé é o palco escolhido pelo maestro Rui Massena para apresentar o disco de estreia num concerto agendado para sábado, divulgou hoje a autarquia do distrito de Bragança. O auditório da Casa da Cultura Mestre José Rodrigues recebe, no sábado à noite, a apresentação oficial do álbum que marca a estreia de Rui Massena como compositor, com o trabalho "Solo", que estará à venda a partir de segunda-feira. O maestro, que atualmente é jurado de um programa televisivo de talentos, já esteve envolvido em vários projetos nacionais e internacionais e escolheu a vila transmontana para preparar e apresentar o novo projeto, com "um novo registo: o do piano a solo". Há um ano, Rui Massena decidiu instalar residência artística na Casa da Cultura de Alfândega da Fé, durante a qual preparou e gravou este primeiro álbum de originais, como recorda a autarquia local, em comunicado. Rui Massena justificou, naquela ocasião, a escolha de Alfândega da Fé para inspiração deste trabalho alegando que se apaixonou "pelo território, pela energia mística que se sente" no concelho transmontano. O projeto foi entendido pela autarquia local como uma prova de que "é possível fazer as coisas acontecer fora dos grandes centros" e como "uma forma de promoção e valorização do território, ao mesmo tempo que se confere visibilidade aos equipamentos de excelência existentes". O concerto de apresentação do primeiro trabalho de originais terá lugar no principal espaço cultural desta localidade e a entrada é gratuita. A autarquia transmontana apresenta Rui Massena como o primeiro maestro português a dirigir no histórico Carnegie Hall de Nova Iorque, onde conduziu o New England Symphonie Ensemble. Foi maestro convidado principal da Orquestra Sinfónica de Roma, durante as temporadas 2009/2011, diretor artístico e maestro titular da Orquestra Clássica da Madeira entre 2000 e 2012, e trabalhou com nomes como José Carreras, Ute Lemper, Wim Mertens, Ivan Lins, José Cura ou Mário Laginha e Bernardo Sassetti. Rui Massena desenvolveu ainda projetos com as bandas portuguesas Da Weasel e Expensive Soul, "unindo, assim, música erudita com Hip-Hop", segundo ainda a autarquia.
Amélia Muge: "No fundo, fui à procura de uma conversa com Amália" http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/amelia-muge-na-culturgest-no-fundo-fui-a-procura-de-uma-conversa-com-amalia-1682922
Lançado em finais de 2014 e votado melhor disco nacional do ano pelo PÚBLICO e pelo Expresso, o disco de Amélia Muge só com versos de Amália Rodrigues chega agora a palco. Um ano depois de ter sido anunciado oficialmente como projecto, Amélia com versos de Amália é estreado esta sexta-feira, na Culturgest, às 21h30, isto depois de uma ligeira antevisão (dois temas apenas) na Gulbenkian, onde Amélia surgiu como convidada especial no concerto do Kronos Quartet, a 11 de Novembro. A ligação Amélia-Amália, universos distintos separados por uma só vogal, começou na admiração da primeira pelo canto e pela carreira da segunda. E isso levou-a ao livro Versos, de Amália, editado em 1997 pela Cotovia. "Eu comprei logo o livrinho, mal ele saiu. E já naquela altura achei muito curioso encontrar, em termos poéticos, uma Amália que não era só a que eu conhecia das composições mais ligadas ao fado. Ora quando a [actriz] Manuela de Freitas me fez a sugestão de musicar poemas da Amália aceitei imediatamente a ideia e com muito entusiasmo, porque na verdade eu andava à procura de fazer um trabalho que homenageasse o fado e os fadistas, pelo muito que esses fadistas me foram dando ao longo dos últimos anos. Porque não sendo eu fadista, foram eles que me ajudaram a perceber como é que um tema pode entrar nesse mundo." Mísia foi a primeira fadista para quem Amélia compôs, contando-se hoje entre os vários que a cantam Ana Moura, Camané, Cristina Branco, Mafalda Arnauth ou Pedro Moutinho. Do popular ao erudito Agora, para abordar as palavras de Amália sem recorrer ao fado, Amélia trabalhou com José Mário Branco (um dos maiores músicos, compositores e arranjadores portugueses), Michales Loukovikas (cantor e compositor grego com ela quem gravou Periplus, em 2012) e António José Martins (seu indispensável parceiro desde a estreia, com Múgica). "A minha entrada nos versos da Amália não foi pela procura de um universo poético, mas de um universo onde eu encontro uma ligação com ela." O próprio "com versos" do título do disco, diz Amélia, "faz lembrar conversas". "No fundo, fui à procura de uma conversa com ela. E tudo aquilo que foi para mim o desvendar dessa pessoa, que vai tão fundo nos versos e por isso tão fundo naquilo que ela é. Traz a enorme pena, aquele lado sombrio, mas também traz o lado luminoso. E há o lado telúrico, com o qual eu também me identifico muito, não sei se por ter nascido em Moçambique. Quando ela diz 'sou filha das ervas e pouco mais sei', há ali um olhar sobre o mundo." O envolvimento com os poemas foi crescente: "Há ali um lado que imediatamente identifiquei como sendo de uma poesia popular, de origem oral, mas ao mesmo tempo, à medida que fui trabalhando e descodificando os poemas frase a frase, fui percebendo que também há ali uma contaminação dela pelos poetas mais eruditos que cantou. E é isso que torna a poesia de Amália muito interessante. Expoente máximo disso é a carta a Vitorino Nemésio: há ali uma reflexão que não é só sobre ela própria mas também sobre a poesia que faz." A selecção cingiu-se a poemas que não tinham sido musicados, com excepção de um: "Pedi autorização para tornar a musicar Sou filha das ervas, porque aquilo é tão Amália que pensei que não poderia deixar de ter esse poema." E a escolha foi-se fazendo por si mesma. "Há um lado que é quase uma trilogia, e que tem mais a ver com a pena, a dor, o lado sombrio; há o lado mais humorístico, cujos arranjos estiveram a cargo do José Martins; há o lado mais rural, que no fundo faz ligação à família dela, da Beira Baixa, exemplarmente demonstrado num tema que o Zé Mário [Branco] musicou, Eu tenho dois corações; E há o lado, que é um pouco mais ameliano, das canções que não têm raízes em género musical nenhum." Um fado, só em palco Do ponto de vista musical, todo este trabalho "foi concebido de uma forma muito partilhada", diz Amélia. "Penso que isso se nota e é uma mais-valia muito importante." Se na autoria das músicas é Amélia que assina a maioria (11 das 16, sendo as restantes assinadas por José Mário Branco, 3, e Michales Loukovikas, 2), no capítulo dos arranjos é José Mário Branco o autor da maior parte: 11, três dos quais em parceria, um com Michales Loukovikas e dois com José Martins, assinando este sozinho os restantes 5.
Biblioteca Nacional adquire espólio de Eduardo Lourenço http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/biblioteca-nacional-adquire-espolio-de-eduardo-lourenco-1683394
A Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) adquiriu o acervo do filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço (n. São Pedro de Rio Seco, Almeida, 1923) para o integrar no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, anunciou esta segunda-feira a Secretaria de Estado da Cultura (SEC). São milhares de documentos, manuscritos e até correspondência trocada com grandes nomes da Cultura como Vergílio Ferreira, Jorge de Sena ou Sophia de Mello Breyner. Numa nota enviada às redacções, o gabinete de Jorge Barreto Xavier diz tratar-se "de um bem cultural fundamental para a investigação filosófica, literária, histórica e sociológica não só da obra de Eduardo Lourenço, mas do pensamento português dos séculos XX e XXI". Comentando esta comunicação da SEC, Eduardo Lourenço disse ao PÚBLICO que ele próprio já não tinha "uma ideia muito precisa" da dimensão do acervo. "Já o perdi de vista há algum tempo", acrescenta, lembrando que este é um processo que foi iniciado há já vários anos. "A decisão [de entregar a colecção de manuscritos à BNP] estava sempre implícita na minha cabeça, mais ainda quando se tornou claro que eu passaria os meus últimos anos em Portugal", justifica Lourenço, dizendo que os mais de dez milhares de documentos que constituem a colecção estiveram depositados na Torre do Tombo - "mas, como não tinham o carácter de espólio de reis, isso era uma situação transitória", graceja. O responsável pela organização dos documentos é João Nuno Alçada - "agora está tudo arrumadinho; parece uma loja de calçado!", comentou o filósofo sobre o trabalho realizado por aquele investigador, que tem também em vista a edição da Obra Completa de Eduardo Lourenço pela Fundação Calouste Gulbenkian, actualmente em preparação. Sobre o conteúdo do acervo, que tem peças desde os anos 1940 e correspondência trocada com várias personalidades nacionais e estrangeiras contemporâneas de Lourenço - e que faz deste, assinala a nota da SEC, "um dos mais extensos espólios" a integrar o Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da BNP -, Lourenço diz que "são coisas que [eu] ia escrevendo ao longo do tempo", como "uma espécie de diário cultural". E admite que o número de textos inéditos é bem superior àquilo que imaginava. Entre eles, assinala os escritos sobre as artes da pintura e da música. "São mais de três milhares de páginas escritas sobretudo lá fora e resultantes de uma paixão tardia", nota. Sobre a publicação da Obra Completa pela Gulbenkian, Lourenço confirma que está a trabalhar nela há já algum tempo. "Estou a tratar de uma obra que, não sendo póstuma no sentido próprio, sê-lo-á na prática", diz. Mas acrescenta que espera ainda poder surpreender-se, e surpreender os seus leitores, quando começarem a sair os primeiros capítulos da publicação. Actualmente, o acesso ao acervo de Lourenço na BNP é ainda restrito, estando a consulta limitada aos investigadores que trabalham na edição da Gulbenkian. O acervo bibliográfico de Eduardo Lourenço, recorde-se, está já representado em duas outras instituições no país: a biblioteca municipal da Guarda (distrito natal do filósofo), que desde 2008 tem mesmo o seu nome e uma colecção de cerca de três mil volumes em português - "são os livros dos meus amores, dos meus estudos, das minhas paixões literárias", disse Lourenço aquando da sessão formal da doação -; e a biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde o filósofo estudou, e que recebeu uma colecção de obras relacionadas com os temas da filosofia e da história das ideias. Eduardo Lourenço, de 91 anos, autor de obras como Pessoa Revisitado ou O Labirinto da Saudade, é considerado um dos maiores pensadores portugueses. Passou parte da sua vida entre França e Portugal, mas manteve-se sempre ligado ao país onde nasceu, reflectindo a sociedade portuguesa no seu trabalho. O seu trabalho foi amplamente reconhecido com prémios nacionais e internacionais, entre os quais se destaca o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon (1988) e os Prémios António Sérgio (1992), Camões (1996), Vergílio Ferreira (2001) e Pessoa (2011). Foi também agraciado com as ordens portuguesas de Sant'Iago da Espada (1981, 2003), do Infante D. Henrique (1992) e da Liberdade (2014).
Morreu a pintora Madalena Cabral http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4365612
Madalena Cabral foi pioneira a desenvolver serviços educativos nos museus portugueses, e foi distinguida com o grau de Oficial da Ordem de Santiago da Espada. A pintora e conservadora Madalena Cabral morreu no sábado, no Porto, aos 92 anos, e o corpo será cremado na quinta-feira no Cemitério do Perpétuo Socorro, disse hoje à agência Lusa fonte próxima da família. Pioneira da introdução, qualificação e divulgação dos serviços educativos nos museus em Portugal, Madalena Cabral foi distinguida com o Prémio Personalidade do ano 2013 pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM). Nascida no Porto, em 1922, Maria Madalena Figueiredo Cabral dedicou-se ainda jovem à pintura, tendo estudado aguarela com o pintor Heitor Cramez. Foi viver aos vinte anos para Lisboa, onde fez o curso de Artes Decorativas da Escola António Arroio, e começou a trabalhar no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), lançando, em 1953, quando João Couto era diretor, um serviço de extensão escolar que seria pioneiro em Portugal e génese do serviço educativo da entidade. Em 1985, foi distinguida com o grau de Oficial da Ordem de Santiago da Espada.
Menos de duas semanas para ver este retrato da Humanidade http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4366640
7 mil milhões de outros está patente no Museu da Eletricidade até 8 de fevereiro. Mais de 20 mil pessoas já visitaram este labirinto de histórias contadas por gente dos quatro cantos do mundo A videoexposição 7 mil milhões de Outros, que inaugurou a 8 de novembro no Museu da Eletricidade, em Lisboa, conta já 20 mil espetadores que por ali passaram para ver e ouvir o que têm a dizer acerca da vida as seis mil pessoas a quem foram feitas 45 questões acerca do medo, da morte, de Deus ou da duração do amor. A quem foi pedido que cantassem uma canção ou que dissessem uma oração. Depois de Paris, Xangai, Dakar ou São Paulo, a exposição está em Lisboa, onde pode ser vista até 8 de fevereiro. "Tudo começou com a avaria de um avião no Mali. Enquanto aguardava pelo piloto, passei um dia inteiro à conversa com um aldeão", explicava em Lisboa o autor Yann Arthus-Bertrand, fotógrafo francês conhecido pelo grande público através do livro La Terre vue du Ciel(A Terra Vista do Céu). Desde aí, em 2007, várias equipas de repórteres estiveram em 84 países a criar o acervo de histórias que compõe este projeto da fundação GoodPlanet, a que Bertrand preside. Atualmente, o Museu da Eletricidade está repleto de salas e passagens forradas a cortiça onde podem ser vistos os 19 vídeos que figuram nesta videoexposição. Entre eles, há quem nos fale da China ou do Afeganistão em vídeos como Primeiras lembranças ou Histórias de amor. A novidade que proveio da passagem por Lisboa desta exposição itinerante foi o vídeo Portugueses. São 40 rostos - 20 portugueses e 20 estrangeiros a viver no país - que nos falam da nossa identidade e de muito do que não tem geografia. Os próprios visitantes podem, durante a visita, entrar numa pequena cabine onde lhes são feitas algumas perguntas cujas respostas filmadas se tornarão parte deste arquivo em constante crescimento mundo fora. Os bilhetes custam dois euros.
Será este o túmulo de Cervantes? http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/sera-este-o-tumulo-de-cervantes-1683401
Há quase um ano que os arqueólogos e especialistas forenses procuram no Convento das Trinitárias Descalças, em Madrid, o túmulo de Miguel de Cervantes (1547-1616), o autor de D. Quixote de la Mancha. Este sábado, a busca pode ter chegado ao fim. Segundo a imprensa espanhola, os cientistas localizaram um caixão em avançado estado de decomposição e com as iniciais "MC" em ferro muito oxidado numa das laterais. Ainda que não tenha sido feito qualquer estudo dos restos mortais aí encontrados, os cientistas estão já em condições de afirmar que dentro desse caixão estão ossadas de vários corpos e não apenas de adultos. A sua primeira tarefa será agora separar os vestígios infantis dos restantes e, depois, distinguir os masculinos dos femininos, com base nas evidentes diferenças anatómicas. Reunidos os que pertenceram certamente a homens, os cientistas procurarão provas das lesões que terão deixado marcas profundas no corpo do escritor e dramaturgo. Cervantes terá sido ferido na Batalha de Lepanto - conflito naval de 1571, que opôs a República de Veneza e o reino de Castela, entre outros estados que apoiavam o Papa, ao poderoso império otomano, que saiu derrotado -, no peito e na mão esquerda. Em virtude desses ferimentos, precisa o diário espanhol El País, os cientistas vão agora procurar nos restos mortais traços de atrofia óssea do metacarpo da mão esquerda e marcas do impacto de balas de arcabuz no esterno. Estes dados específicos juntam-se a outros, como a idade do poeta e dramaturgo - teria 68 anos quando morreu, praticamente sem dentes (restavam-lhe apenas seis) - e uma deformidade na coluna. Além dos estudos do esqueleto, os especialistas vão detalhar-se também na análise dos têxteis - Cervantes deverá ter sido enterrado com um hábito franciscano - e da madeira do próprio caixão (através de uma técnica chamada dendrocronologia, baseada nos padrões dos anéis do tronco usado, pode determinar-se a idade das tábuas que o compõem). Radares e endoscopias Sábado,12h: os especialistas da equipa dirigida pelo antropólogo forense Francisco Etxeberría detêm-se frente a um caixão na cripta das Trinitárias, um espaço exíguo, 4,80 metros abaixo do solo da igreja do convento e com 32 nichos destinados a ossadas. O entusiasmo, garante o jornal El País, era grande. Desde Abril do ano passado que procuravam o corpo de Cervantes, que ali terá sido sepultado a 23 de Abril de 1616. "Estamos à procura do esqueleto de um homem, com cerca de 70 anos, que tenha seis ou menos dentes e lesões no antebraço e mão esquerdos. Lesões que foram descritas não como as de uma amputação, mas as de um membro que não funciona", explicou o antropólogo, citado pela Agência France Press. Até aqui, as pesquisas promovidas pela autarquia madrilena e envolvendo mais de 30 especialistas (peritos forenses, arqueólogos e historiadores) tinham incluído prospecções geofísicas - os técnicos recorreram a radares para determinar que locais da igreja do mosteiro deveriam ser objecto de buscas - e vários métodos de recolha de imagem por infravermelhos. A hipótese mais provável, garante o diário El Mundo, é que o escritor e dramaturgo esteja no primeiro dos nichos da parede da cripta que agora está a ser estudada. Inicialmente, deverá ter sido sepultado noutro local do convento e depois, em virtude de alguma remodelação, os seus restos mortais terão sido trasladados. No caixão com as iniciais "MC" foram feitos vários buracos com 20mm de diâmetro para que se pudessem introduzir pequenas câmaras - como numa endoscopia médica - e recolher amostras para futuros estudos antropológicos. Esta investigação, orçada em 62 mil euros e paga pela autarquia madrilena, deverá continuar até que os cientistas possam dizer com certeza se se trata, ou não, do caixão de Cervantes.
E agora, uma última notícia da tecnologia.
Amazon lança ferramenta para criar manuais escolares digitais // Ler ebooks
kdpA Amazon anunciou ontem o lançamento do Kindle Textbook Creator, uma ferramenta que tem como público-alvo os professores e que permite converter PDF de livros escolares, apontamentos, guias de estudos e outros conteúdos educativos, incluindo informação visual complexa, como gráficos, quadros e equações, em ebooks Kindle, que poderão ser lidos numa grande diversidade de dispositivos, como os tablets Kindle Fire, iPad, iPhone, Android, Mac e PC. Os ebooks produzidos com esta ferramenta oferecerão um série de funcionalidades, como sublinhar com diferentes cores, anotações, criação de flashcards com os principais termos, conceitos e definições de cada capítulo, dicionário e a acesso à Wikipedia.
Por aqui me fico, com a promessa de voltar para a próxima semana.! Até breve!