No “Gotinhas” desta semana, estas e outras novas que passaram.
A não perder! Aqui algumas sugestões culturais a lá dar um salto.
Casa da Música – Porto
Príncipe des’Orientado (7,5€)
Espectáculos | Concertos para Todos [31/10/2015 - sábado | 16:00 | Sala 2] Joana Pereira e Sofia Nereida direcção artística e interpretação Flávio Aldo, David Lacerda e Tiago Oliveira interpretação A música é a bússola de um espectáculo que abre o mapa-mundi para criar rotas entre culturas. Nesta produção há um príncipe desencontrado, meio perdido de tudo, que viaja pelo Médio Oriente, coleccionando histórias míticas e melodias tradicionais. Longe, descobre o seu próprio mundo; encontra fios de sons e ritmos que, afinal, nos unem do Levante ao Ocidente.
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Fado ao Centro (7,5€)
Clássicos do Fado de Coimbra [21/11/2015 - sábado | 21:30 | Sala 2] Clássicos do Fado de Coimbra - O fado de Coimbra e todos os que o cantaram e o levaram ao mundo. Todos os que, em mais de um século, o transformaram na genuína expressão musical e cultural de uma cidade marcada como poucas pela universidade e pelas suas tradições e vivências seculares, agora Património da Humanidade. Dos primeiros nomes do fado de Coimbra, daqueles que lhe ditaram a genialidade, como Augusto Hilário, António Menano ou Edmundo Bettencourt, aos que lhe traçaram novos rumos, como Artur e Carlos Paredes, até aqueles que souberam moldar-lhe a beleza e transformá-la em arma e hino contra a opressão e a ignomínia, como José Afonso ou Adriano Correia de Oliveira. Todos. Todos estes e outros que interpretaram como ninguém mais o fez as tradições genuínas da cidade dos estudantes trajados de negro, das serenatas nas ruelas estreitas ou enquadradas pela magnificência da Velha Sé, dos amores e desamores que só aqui se encontram e aqui se finam, das guitarras e das vozes que soam como só elas o fazem, estremecendo corações e tecendo enleios de alma.
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A música como caminho para a felicidade. Haverá um final feliz?
Fórum do Futuro [06/11/2015 - sexta-feira | 18:30 | Sala 2] Mathew Peacock e Paul Griffiths conferencistas João Teixeira Lopes moderador A música tem sido utilizada como ferramenta no trabalho com grupos em risco ou situação de exclusão social. Mas poderá ela contribuir para levar as pessoas a um futuro mais feliz? Mathew Peacock e Paul Griffiths, músicos habituados a liderar experiências com comunidades desfavorecidas, partilham alguns dos projectos que têm desenvolvido, numa sessão que inclui uma performance do Som da Rua, grupo formado por utentes de instituições do Porto que apoiam sem-abrigo e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
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Na ponta dos dedos (10€)
Workshop Primeiros Sons [01/11/2015 - domingo | 10:30 | Sala Ensaio 2] ( Crianças, Famílias ) António Miguel Teixeira e Sofia Nereida formadores Na ponta dos dedos, no mundo dos teclados, sucedem-se histórias e aventuras, viagens serenas ou autênticos furacões. Tacteando sons, puxando canções, as primeiras realizações musicais levam a lugares longínquos da imaginação – basta seguir dois teclistas, subir a escada mágica…
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Fórum do Futuro - Felicidade - 04 a 08 de novembro Teatro Municipal do Rivoli
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Após o aperitivo cultural a frequentar, aí estão as notícias da cultura a ler.
Remix Ensemble, os 15 anos que soam a idade adulta
“O agrupamento especializado em música do nosso tempo (celebrou na semana passada) 15 anos de atividade Nasceu com o projeto Porto/2001 e... ficou, tendo entretanto transitado para e integrado o projeto Casa da Música. A verdade é que já lá vão 15 anos de Remix Ensemble, isto é, da existência em Portugal de um grupo permanente, dotado de atividade e temporadas regulares, especificamente dirigido à música nova/recente de feição erudita. Nesse período, contam-se mais de 350 concertos, 11 discos, concertos numa dúzia de países e quase cem obras dadas em estreia absoluta (ou portuguesa), divididas quase irmãmente entre autores estrangeiros e nacionais). À data, 33 compositores portugueses viram obras suas estreadas pelo Remix, testemunho por si só do estímulo à nova criação musical que a existência do Remix veio possibilitar. (…)
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O preço das Artes
“Se as Humanidades estão a ser trucidadas, as Artes Visuais são completamente ignoradas e sobrevivem num espartilho curricular que só se compreende num contexto de miopia intelectual. Há um par de meses, quando se preparava o ano lectivo, António Araújo, no seu blogue Malomil dava-nos a conhecer a sua indignação perante o custo de alguns manuais escolares envolvidos em “blocos pedagógicos” que as editoras apresentam aos alunos e respectivas famílias como material indispensável para o sucesso, quantas vezes com a conivências, por omissão, de escolas e professores, acrescento eu. No caso era um bloco pedagógico para o 11.º ano de Biologia e Geologia, daqueles que inclui cadernos de actividades e mais alguma coisa que sirva para somar parcelas na factura. Com a extensão da escolaridade para 12 anos e a generalização do Ensino Secundário, esta prática dos blocos pedagógicos – já muito comum nos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico – tem-se estendido ao Secundário, beneficiando as editoras com as mudanças de metas de aprendizagens e de conteúdos programáticos que, ano a ano, vão inutilizando os manuais comprados anteriormente. Mas, se o negócio dos manuais e demais “materiais auxiliares”, com destaque para os livrinhos com as provas finais de ciclo e exames que estão online gratuitamente no site do IAVE, tem andado de vento em popa em tempos de redução do número de alunos, o que dizer dos encargos que implica a frequência, mesmo no Ensino Básico, de disciplinas como Educação Visual? Há umas semanas, com uma folha A4 pautada com as linhas quase todas preenchidas com todo o tipo de materiais imagináveis, lá fomos nós, petiza, mãe e pai, fazer uma visita a uma grande cadeia de materiais escolares e de escritório, acabando a expedição com uma conta acima dos 50 euros, apesar de em casa já existirem alguns dos materiais solicitados e de em vários casos a opção ter sido mesmo pela marca branca e, caso se parta ou extravie, que é o mais certo ao longo do ano, logo se compra outro. E estamos a falar de Ensino Básico, de uma disciplina de frequência obrigatória, numa escola pública, num sistema de ensino obrigatório, universal e alegadamente gratuito. Tudo para além da aquisição do próprio manual ou bloco pedagógico. Entendamo-nos sobre um ponto: eu até concordo que alguns materiais, para trabalhos específicos, mais onerosos, possam ficar a cargo dos orçamentos familiares com essa capacidade. Agora, pedir que se comprem borrachas e lápis específicos, folhas de papel de três ou quatro variedades, incluindo as brancas mais comuns, faz-me lembrar o pedido feito há alguns anos – talvez ainda seja – por algumas escolas do 1.º ciclo para que os alunos levassem rolos de papel higiénico de casa, porque o fornecimento lhes chegava tarde e em quantidades insuficientes. Estamos a falar do Ensino Básico, do ensino público obrigatório e a mim quer parecer, como professor (em escola onde tal não acontece) e encarregado de educação, que começamos a entrar num território muito complicado quando é necessário solicitar aos alunos a aquisição de todo este material para uma área curricular já de si tão maltratada quanto o é a das Artes. Eu sei que para Educação Física é necessário comprar sapatilhas, fatos de treino e camisolas. E sei que em algumas escolas, à maneira das privadas, se exige que sejam camisolas compradas na própria escola, ajudando a “gerar receitas”. Sei de tudo isso, mas acho que no caso das Artes – e nem imagino como será no Ensino Secundário – isto gera uma dupla situação de injustiça relativa, não apenas em relação a alunos com menos recursos, como quanto à forma como estas disciplinas são encaradas, quando são feitas tais exigências. Porque, mesmo que queiramos o contrário, estes são factores repulsivos, que sacrificam uma área de estudos que parece cada vez mais desprezada. E considero isto ainda mais grave porque, em matéria de desporto ou mesmo do chamado “ensino artístico”, existe uma oferta de actividades dentro e fora das escolas públicas (há, por exemplo subsídios e ensino articulado para alunos que sigam estudos na área da Música) que não se encontra em relação às Artes Visuais, em que os alunos que sintam especial apetência por esse tipo de expressão ficam restringidos a uma aula semanal e a uma quase total ausência de ofertas para aperfeiçoar as suas competências, sem ser à custa de um forte investimento familiar e, mesmo assim, só em grandes centros urbanos.”
Ler e… http://www.publico.pt/sociedade/noticia/o-preco-das-artes-1712322
Os livros são alimento para a mente, mas a música também
“Nove e meia da noite. As luzes da Livraria Lello, surpreendentemente, continuam acesas. Pessoas à porta. O cenário é tudo menos o habitual. E está prestes a melhorar. Três concertos intimistas, para um público pré-seleccionado, em que o objectivo será o de proporcionar aos amantes da música uma experiência única. No Sofar Sounds, as pessoas candidatam-se para o evento, de acesso limitado, sem saberem onde será e quem actuará. É a magia da “música pela música”, como não se cansa de referir João Afonso, o representante da organização. A toda a mística de um evento limitado, juntou-se na noite de quarta-feira a grandiosidade da livraria Lello, um espaço que leva o seu nome além-fronteiras. As portas demoram a abrir para quem conseguiu o bilhete dourado e foi convidado para o evento. A impaciência começa a notar-se, a curiosidade a aumentar a cada minuto. A livraria, que foi já considerada uma das mais belas do mundo, acolhe no fundo das suas escadas os músicos convidados da segunda edição do Sofar Sound no Porto. O público sente-se em casa, senta-se no chão, nas escadas, encosta-se às estantes. Numa das prateleiras, lê-se: Books are food for the mind [os livros são comida para a mente]. Numa noite distinta, a música provou, mais uma vez, que também o é. (…)”
Ler mais! http://www.publico.pt/local/noticia/os-livros-sao-o-alimento-para-a-mentemas-a-musica-tambem-1712173
No “Pergaminho” desta semana…
Escolaridade dos pais ainda é determinante no percurso dos filhos
“Estudo acompanhou jovens nascidos na década de 1990 e entrevistou-os em vários momentos. Percurso escolar ainda é muito influenciado pelos anos de escolaridade que os próprios pais conseguiram e pelo rendimento das famílias. Regra geral, os rapazes conseguem resultados escolares inferiores mas têm mais sucesso no mercado de trabalho ADRIANO MIRANDA Jovens de 21 anos têm três vezes mais escolarização do que os pais Jovens com mais escolaridade consomem mais haxixe É jovem, tem 21 anos e 15 ou mais anos de escolaridade. Quem serão os seus pais? A pergunta, aparentemente, pode não fazer sentido. Mas a resposta mais comum, encontrada por um estudo que será apresentado nesta sexta-feira, ainda aponta para que este rapaz ou rapariga seja filho de um casal com um nível de escolaridade idêntico. Caso os pais tenham menos habilitações, então o mais provável é que este jovem tenha conseguido contrariar esse determinante social com mais leitura, estudo e desporto durante a adolescência. É também mais verosímil que seja uma rapariga. “A classe social de origem e a educação dos pais ainda têm muito peso no percurso escolar dos filhos. A origem social ainda pesa muito, apesar de os filhos com ensino superior terem triplicado em relação aos pais que tinham chegado a esse nível”, resume ao PÚBLICO a socióloga Anália Torres, coordenadora do estudo Reproduzir ou Contrariar o Destino Social?. O trabalho será apresentado nesta sexta-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, e faz parte do projecto Epiteen24 (Epidemiological Health Investigation of Teenagers in Porto). A investigação da também professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa contou com uma amostra de 2942 pessoas nascidas na década de 1900 e que em 2003/2004 frequentavam as escolas públicas e privadas do Porto. O grupo tem sido acompanhado e inquirido aos 13 anos, 17, 21 e agora 24 anos, com os investigadores a publicarem vários trabalhos ao longo deste período. Os dados recolhidos aos 21 anos já estão totalmente fechados e a equipa está a trabalhar os resultados obtidos aos 24 anos. As conclusões do estudo antecipado ao PÚBLICO apontam, de forma clara, para que “uma parte substancial das diferenças no desempenho educacional está associada à escolaridade dos pais, o que sugere a continuidade de mecanismos de desigualdade de oportunidades num quadro geral de democratização da educação”. Anália Torres destaca que, independentemente da escolaridade, os rendimentos do agregado familiar também pesam, com as famílias com menos habilitações mas com mais orçamento a conseguirem levar os filhos mais longe na escola. A propósito do peso dos pais nas diferenças encontradas, a investigadora exemplifica que a taxa de chumbos alcançou os 78% entre os jovens com menos anos de escolaridade e filhos de pessoas com menos habilitações. Entre os jovens com pelo menos 15 anos de escolaridade e filhos de pais com os mesmos anos de estudos a taxa de reprovação em algum momento do percurso escolar ficou-se pelos 1,6%. De destacar que nos inquiridos que conseguiram ultrapassar os pais com menos habilitações a taxa de chumbos cai para 12,9%. Apesar disso, Anália Torres ressalva que há situações positivas e tendências que contrariam esta realidade maioritária. “Há casos que mostram que há também hipótese de as pessoas, através da educação, poderem melhorar a sua situação. É muito mais fácil para os que têm pais com escolaridade elevada chegarem eles próprios a uma escolaridade elevada, mas a escola também pode correr bem aos jovens com pais com escolaridade mais baixa, desde que se foquem”, diz. A investigadora dá como exemplo que os jovens que aos 13 anos tinham hábitos de leitura, de estudo e de desporto chegaram mais longe nos estudos, independentemente do percurso dos pais. “É como se o esforço da leitura, do estudo e do desporto acabasse por poder compensar o nível de educação”, afirma. Paradoxalmente, estes adolescentes viam tanta televisão e jogavam tanto computador como os que obtiveram piores resultados. A socióloga adianta que nas entrevistas que fizeram agora aos jovens com 24 anos que estão a tentar perceber em que medida é que foram os próprios alunos a fazer este esforço ou os pais a incentivar – tentando distinguir, por exemplo, os casos em que pais e filhos estudavam juntos. Porém, avança que os resultados preliminares apontam para que a crise tenha “acentuado algumas diferenças”, com mais jovens a deixarem os estudos não por insucesso mas por “necessidade de trabalharem devido a situações de desemprego dos pais”.”
Ler em… http://www.publico.pt/sociedade/noticia/escolaridade-dos-pais-ainda-e-determinante-no-percurso-dos-filhos-1711933
Ao virar da página…
A água que anda a beber talvez não seja a melhor para si
“Prefere água da torneira ou engarrafada? Fique a saber que, segundo a dieta alcalina, ambas podem causar inchaço, digestão lenta, obstipação ou até falta de energia. Uma naturopata explica porquê. Já reparou no rótulo da água que anda a beber? Se o pH indicado for menor do que 7 valores significa que é ácida e, por isso, pode provocar dores musculares e nas articulações. Existem dois tipos de pessoas no mundo: as que bebem água da torneira e as que se recusam a engolir uma única gota que não tenha sido engarrafada previamente. Gostos à parte, fique a saber que a primeira é, provavelmente, a pior para si. Não só por causa dos químicos indesejados (como o cloro, o flúor e os pesticidas) ou dos materiais pesados (como o alumínio e o chumbo) que encontramos neste tipo de água não filtrada, mas pela maior probabilidade de a água da torneira ser acídica. Mas não se surpreenda: a água engarrafada que anda a consumir provavelmente também o é. E sim, cada caso é um caso, mas pode não ser a melhor para si. Acídica? O que é isso? (…)”
Ler mais! http://observador.pt/2015/10/23/agua-anda-beber-talvez-nao-seja-melhor-si/
“A amante…”
Alguns anos depois de eu nascer, o meu pai conheceu uma estranha, recém-chegada à nossa pequena cidade. Desde o princípio, o meu pai ficou fascinado com esta encantadora personagem e, em seguida, convidou-a a viver com a nossa família. A estranha aceitou e, desde então, tem estado conosco. Enquanto eu crescia, nunca perguntei qual era o seu lugar na minha família; na minha mente jovem ela já tinha um lugar muito especial. Os meus pais completavam-se na minha educação... a minha mãe ensinou-me o que era bom e o que era mau e o meu pai ensinou-me a obedecer. Mas aquela estranha era quem nos contava histórias. Ela mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias. Ela tinha sempre respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história, ciência ou desporto. Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro! Levou a minha família ao primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir, e fazia-me chorar. A estranha nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava. Às vezes, a minha mãe levantava-se calada, enquanto nós escutávamos o que a estranha dizia e, então, ia à cozinha para ter alguma paz e tranquilidade. (Agora pergunto-me se a minha mãe teria rezado alguma vez para que a estranha se fosse embora!). O meu pai educava-nos com certas convicções morais, mas a estranha nunca se sentia obrigada a honrá-las. As blasfémias e os palavrões, por exemplo, não eram permitidos na nossa casa… nem a nós, nem aos nossos amigos nem a quem quer que nos visitasse. Entretanto, a nossa hóspede de longo prazo usava sem problemas a sua linguagem inapropriada que às vezes agredia os meus ouvidos e que fazia o meu pai contorcer-se e a minha mãe ficar corada. O meu pai nunca nos autorizou a beber álcool. Mas aquela estranha levou-nos a isso e a fazê-lo regularmente. Fez com que o cigarro parecesse bom e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem sinal de nível social. Ela falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Os seus comentários eram às vezes evidentes, outras vezes sugestivos, e geralmente vergonhosos. Agora sei que os meus conceitos sobre relações humanas foram influenciados fortemente durante a minha adolescência por aquela estranha. Repetidas vezes a criticaram, mas ela nunca fez caso aos valores dos meus pais e, mesmo assim, permaneceu na nossa casa. Passaram-se mais de cinquenta anos desde que essa estranha veio para nossa casa. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era no princípio. Não obstante, quem hoje entrar na casa dos meus pais, ainda a encontra sentada no seu canto, à espera que alguém queira escutar as suas conversas ou a fazer-lhe companhia no seu tempo livre... Sabem qual é o seu nome? Ah. o seu nome… Chamamos-lhe TELEVISÃO! É isso mesmo; essa intrusa chama-se TELEVISÃO! Mas agora ela tem um marido que se chama Computador, um filho que se chama Telemóvel e um neto chamado Tablet. Ela agora também tem uma família. E a nossa família será que ainda existe?
Já agora… talvez valha a pena reflectir sobre...
Como pode um edifício salvar uma cidade, ou parte dela?
“Em Newcastle, um centro cultural mudou a face da cidade. No Porto, o antigo matadouro é apontado como âncora da regeneração de Campanhã. Antigo matadouro municipal chegou a ser posto à venda pelo Município do Porto durante a gestão de Rui Rio FERNANDO VELUDO/NFACTOS Ironia das ironias, o antigo matadouro do Porto está livre da morte. A Câmara do Porto já anunciou que quer instalar ali, em Campanhã, o antigo Museu da Indústria. Há um plano mais ambicioso ainda por revelar, e o vereador da Cultura da cidade, Paulo Cunha e Silva, afirmou numa conferência sobre Arte, Espaço Público e Transformação Urbana que neste edifício, que esteve para ser vendido e cedido à especulação imobiliária, se vai afinal consumar a política que ele vem propondo, “de uma cultura para os cidadãos, não para os agentes culturais”. Mas pode um edifício salvar uma cidade, ou parte dela? A “casa da música” de Newcastle, o centro Sage-Gateshead, completou o ano passado uma década de funcionamento e de transformação, cultural, mas também social, de uma região no Nordeste de Inglaterra que entrou no século XXI em crise profunda, e a precisar de se reinventar. O caso foi apresentado no Porto como um bom exemplo de como a grande arquitectura - o edifício foi o primeiro equipamento cultural desenhado por Norman Foster - aliado a um exigente, e abrangente, programa, pode mudar a envolvente. Segundo uma das impulsionadoras do projecto e antiga responsável pelo Programa de Ensino e Participação deste centro, Katherine Zeserson, em Newcastle o segredo terá passado pela aliança entre um edifício marcante e de qualidades acústicas excepcionais, o poder da regeneração urbana - a margem do rio entre as cidades de Gateshead e Newcastle, onde se localiza o Centro, tornou-se uma zona de eleição - um programa de concertos, nas múltiplas áreas musicais, atraente para múltiplos públicos, e o envolvimento da população da região na aprendizagem e na própria criação artística. (…)”
Ler mais! http://www.publico.pt/local/noticia/como-pode-um-edificio-salvar-uma-cidade-ou-parte-dela-1712331
Por aqui me fico… e claro, com o desejo de… boas leituras! Até ao próximo click!