“GOTINHAS… CULTURAIS…”
“A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.” Fernando Pessoa
A não perder! Aqui algumas sugestões culturais a lá dar um salto. ;)
Casa da Música - Portyo Concerto Solidário de Natal (15€)
Externato Ribadouro | Externato Camões [16/12/2015 - quarta-feira | 21:00 | Sala Suggia] Este Natal, o Externato Ribadouro e o Externato Camões juntam-se à Operação Nariz Vermelho para que mais crianças possam ter um Natal Feliz.
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http://www.casadamusica.com/pt/agenda/2015/12/16-dezembro-2015-concerto-solidario-de-natal-externato-ribadouro-externato-camoes/43433?lang=ptBanda Sinfónica Portuguesa (15€)
[19/12/2015 - sábado | 18:00 | Sala Suggia] - Clássica José Rafael Pascual Vilaplana direcção musical Elisabete Matos soprano Coros a anunciar Excertos das óperas La Forza del Destino, Un Ballo in Maschera, Lady Macbeth e Aïda de Verdi; Norma de Bellini; Madame Butterfly de Puccini; Cavalleria Rusticana de Mascagni
Excertos das zarzuelas El Tambor de Granaderos de Chapí; El Huésped del Sevillano de Guerrero; La del Soto del Parral de Soutullo/Vert; La Gran Vía de Chueca/Valverde; La Boda de Luis Alonso e La Tempranica de Giménez; Los Gavilanes de Bretón A Banda Sinfónica Portuguesa convida uma das solistas portuguesas mais prestigiadas a nível internacional, a soprano Elisabete Matos, para um programa duplo de ópera e zarzuela que inclui algumas das árias mais célebres do repertório. Um concerto que evoca uma velha tradição das bandas, os arranjos sobre temas do bel canto italiano e da zarzuela espanhola, tal como no século XIX se promovia para dar a conhecer os grandes sucessos dos teatros e salas de concerto em recantos do país onde, de outro modo, a cultura não chegava. A Banda é dirigida pelo experiente maestro espanhol José Pascual Vilaplana.
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http://www.casadamusica.com/pt/agenda/2015/12/19-dezembro-2015-banda-sinfonica-portuguesa/39702?lang=pt***
Bibliotecas Municipais do Porto
Natal nas Bibliotecas | 01 a 30 de dezembro
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Casa das Artes – Porto
Casa das Artes, Porto: Programação Cinema: Programação Dezembro 2015 Dedicamos o mês de dezembro ao tema ” O Frio”. O tema pode ser por vezes literal à sua presença física e meteorológica nas histórias ou pode ser uma condição mais metafórica inerente aos personagens das histórias que apresentamos. Leia mais!
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fcasadasartes.pt%2F%3Femail_id%3D20%26user_id%3D187%26urlpassed%3DaHR0cDovL2Nhc2FkYXNhcnRlcy5wdC8yMDE1LzEyL2NpbmVtYS1wcm9ncmFtYWNhby1kZXplbWJyby0yMDE1Lw%253D%253D%26controller%3Dstats%26action%3Danalyse%26wysija-page%3D1%26wysijap%3Dsubscriptions&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHokF3-bz9Xed5SdBBSLKc54Y_TnAcassiano branco Apresentação do livro «Cassiano Branco – 1897-1970» Apresentação pública do livro «Cassiano Branco – 1897-1970» da autoria do investigador do DINÂMIA’CET-IUL, Paulo Tormenta Pinto, dia 16 de dezembro, pelas 18h30, na Casa das Artes. Leia mais!
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fcasadasartes.pt%2F%3Femail_id%3D20%26user_id%3D187%26urlpassed%3DaHR0cDovL2Nhc2FkYXNhcnRlcy5wdC8yMDE1LzEyL2FwcmVzZW50YWNhby1kby1saXZyby1jYXNzaWFuby1icmFuY28tMTg5Ny0xOTcwLw%253D%253D%26controller%3Dstats%26action%3Danalyse%26wysija-page%3D1%26wysijap%3Dsubscriptions&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHaN2NWtXKPieA5XFBsLaKkOe_nGgCasa das Artes | Rua Ruben A, 210 | 4150 – 639 Porto www.casadasartes.pt www.facebook.com/casadasartesporto
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Teatro Municipal do Porto Newsletter > 14 a 21 dezembro
DE 10 A 23 DEZ CICLO KRZYSZTOF KIESLOWSKI MEDEIA FILMES TM CAMPO ALEGRE • 5,00 EUR • SESSÕES DECÁLOGO 3,00 EUR
2016 é o Ano Krzysztof Kieslowski. A Leopardo Filmes e a Medeia Filmes dedicam uma programação especial ao realizador, um dos maiores do séc. XX. Serão exibidos "A Dupla Vida de Veronique" e a Trilogia das Cores, composta pelas obras "Azul", "Branco" e "Vermelho". Toda a programação aqui.
url q=http%3A%2F%2Fmkt.cm-port… LITERATURA QUI 17 DEZ ⁄ 22H00 QUINTAS DE LEITURA - O SAL DA LÍNGUA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DO PORTO • 7,50 EUR • M/12
Estas Quintas de Leitura, centradas na obra de Eugénio de Andrade, saem do seu palco habitual - o TM Campo Alegre - e mudam-se para a Biblioteca Pública Municipal do Porto. A seleção de poemas é da autoria do poeta Rui Lage, que também fará uma breve introdução sobre a vida e obra do autor. A sessão fecha com a magia do piano de Júlio Resende.
url q=http%3A%2F%2Fmkt.cm-port… CINEMA DE QUI 17 A SÁB 19 DEZ ⁄ 21H30 CICLO KARL VALENTIN CONFEDERAÇÃO AUDITÓRIO ISABEL ALVES COSTA TM RIVOLI • PREÇO ÚNICO POR SESSÃO 3,00 EUR • M⁄6
Karl Valentin, homem do Cabaré, nascido em Munique em 1882. Depois de alguns anos de trabalho como marceneiro, começa uma carreira de cantor popular nas cervejarias da cidade de Munique, até desembocar no teatro. Neste fim-de-semana antes do Natal, o realizador Karl Valentin estará em foco no Porto.
url q=http%3A%2F%2Fmkt.cm-port… TEATRO SEX 18 DEZ ⁄ 21H30 PORTUGAL [ESTREIA ⁄ COPRODUÇÃO] TEATRO EXPANDIDO! ⁄ JOÃO SOUSA CARDOSO AUDITÓRIO TM CAMPO ALEGRE • 5,00 EUR • M/12
A décima primeira e derradeira produção do Teatro Expandido! celebra o único autor português escolhido nesta viagem pela dramaturgia ocidental dos últimos 100 anos: Almada Negreiros. João Sousa Cardoso e Ricardo Bueno regressam ao "poeta d'Orpheu", encarnando Portugal, texto secreto e satírico sobre a derrocada do regime e o ânimo da revolução.
url q=http%3A%2F%2Fmkt.cm-port… MÚSICA SÁB 19 DEZ ⁄ 18H00 NOVOS TALENTOS CURSO DE MÚSICA SILVA MONTEIRO NUNO SOUSA (PIANO) CAFÉ-CONCERTO TM RIVOLI • 5,00 EUR • M/6
Nuno Sousa nasceu em 1996 e é natural do Porto. Iniciou os estudos de piano aos 7 anos de idade, com Maria José Souza Guedes no Conservatório de Música do Porto, com quem concluiu o curso secundário com a nota máxima e louvor do júri. Atualmente prossegue os seus estudos na University of North Texas, sob a orientação do conceituado professor Vladimir Viardo.
url q=http%3A%2F%2Fmkt.cm-port… CINEMA SEG 21 DEZ ⁄ 18H30 & 22H00 O DIA MAIS CURTO AGÊNCIA DA CURTA-METRAGEM AUDITÓRIO ISABEL ALVES COSTA TM RIVOLI • PREÇO ÚNICO POR SESSÃO 3,00 EUR • M/6
Em 2015, O Dia Mais Curto, a grande festa da curta-metragem, está presente, pela primeira vez, no Teatro Municipal do Porto. Pelo terceiro ano consecutivo, a 21 de dezembro, no dia mais curto do ano em pleno solstício de inverno, as curtas-metragens vão invadir o país de norte a sul através de divertidas sessões para toda a família. Propõe-se um programa com uma seleção de curtas portuguesas.
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No “Gotinhas” desta semana, estas e outras novas que passaram.
Primeiro concerto "Natal à Porta"
“Nos fins de semana de dezembro, o ciclo de concertos "Natal à Porta" vai voltar a animar a Baixa da cidade. Depois do sucesso da iniciativa em 2014, a Câmara do Porto apresenta mais seis espetáculos musicais ao ar livre, à entrada de três emblemáticos edifícios da cidade. O primeiro palco será a Torre dos Clérigos. Já este sábado, dia 5. No concerto inicial, agendado para as 15,30 horas, vai atuar o Viborg Trio, formado por Marcel Pascual (vibrafone), Alex Salgueiro (órgão) e Dani Diaz (bateria). Nascida em 2015, na Galiza, a formação apresenta um repertório dividido entre música original do vibrafonista e standards, bossas e temas de jazz. Já na tarde domingo, também no varandim da torre e à mesma hora, realiza-se o primeiro de três concertos do grupo Opera Intermezzo, formado pelos tenores Manuel Soares, João Miguel Gonçalves e Rui Fernandes. O trio irá apresentar temas como "Feliz Navidad", "Cielito lindo", "Funiculi funicular", "Tannenbaum", "Nella Fantasia", "Torna a Surriento", "Noite Feliz", "O Sole Mio", "Adeste Fideles", "Brindisi", "La Traviata" ou "Minuit Chretian". Consulte toda a Programação de Natal 2015.
http://www.portolazer.pt/assets/misc/img/noticias/natal/2015/agendadenatalPORTO2015.pdf”
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http://www.porto.pt/noticias/primeiro-concertos-natal-a-portaBiblioteca Pública premiada
“A Biblioteca Sonora da Biblioteca Pública Municipal do Porto foi premiada com o Galardão da Inclusão na categoria Cultura, Desporto e Lazer, que distinguiu o trabalho desenvolvido ao nível das acessibilidades, bem como o vasto repositório digital de livros falados. A distinção foi atribuída pelo Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), em parceria com a Câmara de Leiria e será entregue na "VI Gala da Inclusão", no próximo dia 5 de dezembro no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. A Gala pretende comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que hoje se assinala (3 de dezembro), e chamar a atenção da sociedade civil para a problemática da Diferença, onde serão premiadas entidades, pessoas em nome individual e instituições/empresas que se tenham distinguido nesta área e que foram eleitas por um júri isento. (…)”
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http://www.porto.pt/noticias/biblioteca-publica-do-porto-premiada-com-galardao-da-inclusaoA arte dos chocalhos é Património Imaterial da Humanidade
“Alentejo conquistou segundo selo da UNESCO hoje na Namíbia. Os chocalhos já tocaram na Namíbia Portugal candidatou este ano à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) a inscrição do fabrico de chocalhos como Património Cultural Imaterial da Humanidade com Necessidade de Salvaguarda Urgente. Assim que apareceu a palavra "adopted" no ecrã que projetava a proposta de Portugal, os chocalhos tocaram na Namíbia. "Calma, ainda não declarei [os chocalhos património imaterial da Humanidade" disse entre sorrisos a presidente do comité, Trudie Amulungu, da Namíbia. E após uma pequeníssima pausa, lá disse o que a delegação portuguesa estava à espera: "Declaro que os chocalhos estão inscritos na lista. parabéns Portugal". E os chocalhos voltaram a tocar dentro da sala em que decorre até sexta-feira a 10.ª conferência da UNESCO dedicada ao Património Imaterial. Restam 13 mestres chocalheiros no país, quase todos na zona de Viana do Alentejo, nove deles com mais de 70 anos. Os outros têm entre 30 e 40 anos, nenhum tem aprendizes. O processo, coordenado pelo antropólogo Paulo Lima, é liderado pela Turismo do Alentejo e Ribatejo, em colaboração com a Câmara de Viana do Alentejo e a Junta de Freguesia de Alcáçovas, mas tem âmbito nacional. Paulo Lima contou ao DN que fizeram um levantamento que vai de Trás-os-Montes aos Açores. (…)”
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http://www.dn.pt/artes/interior/a-arte-dos-chocalhos-e-patrimonio-imaterial-da-humanidade-4910187.htmlÓbidos classificada como vila literária pela UNESCO
“Óbidos e Idanha-a-Nova fazem agora parte da rede de cidades criativas da UNESCO. As duas vilas foram distinguidas nas categorias de "vila literária" e de "vila da música", respetivamente. É a primeira vez que duas vilas portuguesas entram para a rede de cidades criativas da UNESCO Óbidos e Idanha-a-Nova integram a lista das 47 cidades criativas divulgada esta sexta-feira (11/12/2015), em Paris, pela UNESCO. A rede de cidades tem como objetivo promover o desenvolvimento social, económico e cultural, tendo como base as indústrias criativas. As duas vilas foram distinguidas pela organização nas categorias de “vila literária” e “vila da música”, respetivamente. Em declarações à RTP, Humberto Marques, presidente da Câmara Municipal de Óbidos, disse sentir uma “enorme alegria” e que “esta chancela veio reconhecer Óbidos como uma cidade criativa na literatura”. “Reconhecemos a enorme responsabilidade que é ter um título e um sela com esta importância” Humberto Marques salientou que a distinção é frito de uma estratégia que tem vindo a ser desenvolvida pelo município há já vários anos. “Acreditamos que os setores de atividade económica podem desenvolver-se se acreditarem na criatividade e inovarem”, referiu. (…)”
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http://observador.pt/2015/12/11/obidos-classificada-vila-literaria-pela-unesco/*******
No “Pergaminho…” desta semana…
O pai do psicadelismo morreu há 100 anos
“Houve compositores “normais”, excêntricos e muito excêntricos. E houve Scriabin. O centenário da sua morte é ocasião para abrirmos portas para uma O compositor cujo génio vulcânico concebeu uma obra que iria desencadear um cataclismo universal foi impedido, por circunstâncias mesquinhas, de a terminar. Em 1914, quando dava uma série de recitais de piano em Londres, uma borbulha surgira no seu lábio superior. A borbulha desapareceu mas reemergiu após o regresso de Scriabin a Moscovo e desta vez infectou e degenerou em septicemia, causando a sua morte a 27 de Abril de 1915. Acaso a humanidade tivesse consciência do cataclismo que estivera prestes a desencadear-se, teria soltado um suspiro de alívio. Estando em curso um cataclismo “menor”, a I Guerra Mundial, a morte de Scriabin passou despercebida. Mas há que reconhecer que é impossível imaginar um fim menos apropriado para alguém que se julgava um Messias. Aleksandr Nikolayevich Scriabin nasceu em Moscovo a 6 de Janeiro de 1872, o que, de acordo com o obsoleto calendário juliano que ainda vigorava no Império Russo, correspondia a 25 de Dezembro de 1871, data que não será de todo dispicienda para o curso da sua vida. “Se a encararmos como uma droga, a música de Scriabin tem alguma relevância, ainda que seja completamente supérflua. Já temos a cocaína, a morfina, o haxixe, a heroína e incontáveis produtos similares, já sem falar no álcool. É mais do que suficiente” A mãe, uma pianista de concerto que fora aluna de Anton Rubinstein, morreu quando ele tinha apenas um ano e a carreira diplomática do pai levou-o para a Turquia, de que resultou que o pequeno Sasha foi criado pelas tias e outras familiares. Revelou cedo uma notável apetência pela música e pelas artes, concebendo óperas e peças de teatro e fabricando pianos rudimentares. Em 1884, aos 12 anos, tornou-se aluno do mais afamado professor de piano da Rússia, o rígido e exigente Nikolay Zverev (as aulas começavam às seis da manhã e estendiam-se por 16 horas), com o qual também estudava Sergei Rachmaninov, um ano mais novo do que ele e igualmente sobredotado, ainda que completamente oposto em temperamento (Scriabin era tão exuberante e amante da vida social quanto Rachmaninov era reservado, tímido e sorumbático). Datam desta época as suas primeiras peças: a “Valsa op. 1”, composta aos 13 anos, é claramente devedora do seu ídolo, Chopin, mas revela já uma surpreendente maturidade. (…) Scriabin e Rachmaninov voltariam a ser colegas no Conservatório de Moscovo, cuja classe de piano incluía também Josef Levin, que viria a ter carreira de sucesso como professor e concertista (depois de o nome ter sido alterado, pelo seu empresário, para Lhévinne, para ocultar a origem judaica). A rivalidade entre os três rapazes acabou por ter consequências sérias, quando, numa competição em torno das tecnicamente temíveis “Reminiscências de Don Juan”, de Liszt, Scriabin lesionou a mão direita. Os médicos disseram-lhe que não voltaria a poder tocar e Scriabin, devastado, incluiu na “Sonata para piano n.º 1”, que compôs por esta altura (1892-3), um quarto andamento, “Funèbre”, de tom lúgubre (e atmosfera chopiniana), concebido como um lamento contra a crueldade de Deus por ter decepado à nascença uma brilhante carreira como virtuoso do piano. (…) Scriabin recuperaria, lentamente, o uso da mão direita, mas as dificuldades experimentadas levaram-no a compor, um ano depois, uma peça destinada apenas à mão esquerda: o “Prelúdio & Nocturno op. 9” (1894). (…) Na verdade, por ser de muito baixa estatura, Scriabin tinha mãos pequenas, o que lhe vedava as peças mais “atléticas” do repertório dos virtuosos do piano, o que não o impediu de fazer carreira de concertista e de compor – e executar – peças de grande dificuldade técnica. Em 1894, a sua carreira recebeu um bom empurrão pela mão do editor (e amigo) Mitrofan Belyayev, que lhe pagou um estipêndio em troca do direito de publicar as suas obras. Fez tournées, bem recebidas, pela Europa e pela Rússia e em 1897 foi nomeado professor do Conservatório de Moscovo. No plano sentimental, as coisas correram pior, já que o casamento, em 1897, com Vera Isakovich, outra pianista de topo do conservatório, se revelou desastroso. Scriabin começou por seduzir uma aluna de 15 anos num colégio de raparigas onde dava aulas de piano, o que causou escândalo em Moscovo, depois conheceu Tatiana Schloezer, outra das suas alunas de piano, e foi viver com ela para a Suíça, abandonando os quatro filhos e a mulher, a quem explicou que esta opção era um “sacrifício” que ele fazia “em nome da arte”. 800px-Alexander_Scriabin,_Tatiana_Schloezer_and_Leonid_Sabaneev_on_the_banks_of_the_Oka_River Da direita para a esquerda: Scriabin com Tatiana Schloezer e o compositor Leonid Sabaneyev, 1912 “Sou a apoteose de toda a Criação” À abundante produção de música para piano solo da juventude, juntaram-se, na viragem dos séculos XIX-XX, as primeiras peças importantes para orquestra: um concerto para piano em 1896, brilhante mas relativamente convencional; a “Sinfonia n.º 1” em 1900, uma ambiciosa peça coral, talvez inspirada, no conceito, na “Sinfonia n.º 9” de Beethoven, e cujo texto, da autoria de Scriabin, celebra, em termos exaltados, a música, as artes e o espírito criativo, revelando já a veia messiânica que haveria de tomar conta dele; a “Sinfonia n.º 2” em 1902, que em certos momentos exibe um colorido, uma sensualidade e um arrebatamento dignos de Wagner. Vasily Safonov, que fora professor de Scriabin no Conservatório de Moscovo e se tornara maestro da Filarmónica de Nova Iorque, dirigiu a estreia americana da “Sinfonia n.º 2” – nos ensaios exibiu a partitura perante a orquestra e anunciou: “Cavalheiros, eis a nova Bíblia”. A estreia em São Petersburgo suscitara reacção bem diversa de Anton Arensky: “Creio que se cometeu um grave equívoco: em vez de ‘sinfonia’ deveria ter-se anunciado uma ‘cacofonia’. […] Durante 30 ou 40 minutos, o silêncio é quebrado por uma sucessão ininterrupta de dissonâncias empilhadas umas sobre as outras, sem qualquer critério discernível”. Otkrytoe Pismo Antonij Arensky Postcard-1910 Anton Arensky (1861-1906), que perfilhava o modelo estético de Tchaikovsky, só ouvia cacofonia em Scriabin Arensky, um compositor estimável mas convencional, também fora professor no Conservatório de Moscovo quando Scriabin lá estudara e já então as suas divergências estéticas tinham feito faísca – a ponto de Arensky ter omitido a sua assinatura do diploma de Scriabin. As peças de Scriabin sempre tiveram o condão de dividir radicalmente as opiniões, sendo aclamadas por uns como o futuro da música, por outros como o produto de uma mente insana. Pela mesma altura, Scriabin considerou a ideia de compor uma ópera, mas parece ter-se empenhado mais no libreto do que na música – os únicos vestígios musicais de tal labor foram duas peças para piano resultantes da reciclagem de duas árias, o “Poème op. 32” e o “Poème tragique op. 34”. Do libreto só se sabe o que transmitiu aos amigos: teria por protagonista um herói-filósofo-músico-poeta (a que não deu nome, mas não é difícil adivinhar a sua identidade) e seria, essencialmente “uma ópera filosófica, altissonante e terrivelmente patética, completamente desprovida de acção, tendo por personagens abstracções filosóficas e não pessoas” (assim a descreveu um seu confidente). A dada altura, o herói proclamaria: “Sou a apoteose de toda a criação. Sou o propósito dos propósitos, o fim dos fins”. Uma revista musical disse tratar-se da “obra de um neurótico, um festejo de 4 de Julho em que cada membro da orquestra subscreveu uma Declaração de Independência e tenta fazer tanto ruído quanto possível”. Em 1905 estreou a “Sinfonia n.º 3 Le divin poème”, destinada a uma orquestra de proporções gigantescas e que, segundo o compositor, exprimia a evolução espiritual da humanidade, desde um passado envolto na bruma de mitos e crenças até a uma proclamação de liberdade e comunhão com o cosmos. (…) É uma obra irrequieta, em fluxo permanente, cuja agitação, sensualidade e arrebatamento deixaram muitos críticos perplexos – a revista Musical America, de Nova Iorque, proclamou, em 1907, tratar-se da “obra de um neurótico, um festejo de 4 de Julho em que cada membro da orquestra subscreveu uma Declaração de Independência e tenta fazer tanto ruído quanto possível”. “O Tempo do Êxtase chegará” Presume-se que as leituras dos textos de Nietzsche sobre o advento do super-homem terão alimentado os delírios messiânicos de Scriabin – que receberam novo impulso quando, em 1905, o compositor descobriu a teosofia de Helena Blavatsky. As ruminações teosóficas de Scriabin inspiraram o poema sinfónico “Le poème de l’extase” (1907), uma obra que avança ainda mais na instalação da ambiguidade rítmica e na dissolução das harmonias convencionais. A composição de Scriabin começara a assumir características muito idiossincráticas, com base em transposições do “acorde místico”, ou pleroma, que, segundo Scriabin “era concebido para proporcionar a percepção instantânea daquilo que estava para lá da capacidade conceptual da mente humana. A sua estranha quietude é uma sugestão gnóstica de uma alteridade oculta”. As notas que acompanhavam o programa não eram menos grandiloquentes e anunciavam que “quando o Espírito tiver atingido o zénite da sua actividade e se tiver libertado do amplexo da teleologia e do relativismo, quando tiver esgotado completamente a sua substância e a sua energia activa, o Tempo do Êxtase chegará”. O Daily Advertiser, de Boston, viu na obra motivações bem mais prosaicas: “Fez lembrar o êxtase dos cavalheiros folgazões que crêem que o ar está povoado de macacos verdes de olhos vermelhos e caudas flamejantes, um tipo de êxtase que na Rússia é vendido a dois rublos a garrafa”. Chopin on acid A música orquestral reflectia a vertiginosa evolução por que passava a música para piano de Scriabin – e é nas 10 Sonatas, compostas entre 1893 e 1913, que essa evolução é mais patente. As influências de Chopin e Liszt foram dando lugar uma linguagem cada vez mais pessoal, que descarta a estrutura tradicional, favorece harmonias cada vez menos convencionais, desenvolvimentos imprevisíveis, alternância de momentos de rarefacção com densos turbilhões sonoros, cintilações feéricas com negrume comatoso, roncos subterrâneos com martelamentos obsessivos. Um ponto de viragem decisivo é a “Sonata n.º 5″ (1907), contemporânea de” Le poème de l’extase” e que vem acompanhada de versos extraídos do programa desta: “Chamo-vos à vida, forças misteriosas,/ Afogadas nas tenebrosas profundezas do espírito criador,/ Timoratos embriões de vida,/ Trago-vos a audácia”. Audácia é, com efeito, o denominador comum de todas a obra de Scriabin daqui em diante. (…) As três últimas sonatas foram concluídas em simultâneo em 1913 e, mais de um século depois, mantêm o poder de intimidar muitos ouvintes. A “Sonata n.º 9”, a que Scriabin deu o título de “Poème satanique” (mas que ficou conhecida como “Missa negra”), foi descrita pelo compositor como um pesadelo assombrado por visões demoníacas e é, com efeito, uma das peças mais desoladas e tenebrosas jamais compostas. (…) Os demónios parecem ter sido exorcizados, pois a “Sonata n.º 10” tem atmosfera mais apaziguada e vê o negrume dar lugar à luz. Scriabin comentá-la-ia assim: “Os insectos nascem do sol que os alimenta. São os beijos do sol como a minha Sonata n.º 10 é uma sonata de insectos. Quão perfeita é a compreensão do mundo quando olhamos para as coisas desta forma”. O discurso sugere que o seu espírito sobreaquecido estava cada vez mais alheado da realidade, mas é impossível não ficar fascinado pelo universo sonoro que ele era capaz de destilar. O psicadelismo avant la lettre Entretanto, em 1911, estreara o poema sinfónico “Prométhée: Le poème du feu”, vagamente baseado no mito de Prometeu, que seria a última obra orquestral que Scriabin completaria. À extraordinária audácia no plano sonoro, o compositor juntaria uma dimensão inédita: a partitura incluía uma parte para “teclado de luzes”. Scriabin estabelecia um vínculo muito preciso entre tons musicais e cores, um fenómeno comummente designado por sinestesia, ainda que, no caso de Scriabin não seja claro se se tratava de uma associação “automática” a nível neurológico ou se resultava de uma elaboração intelectual influenciada pelas doutrinas teosóficas e pela sua ambição de unir todas as formas de expressão artística. A sinestesia não é incomum entre compositores (e entre pessoas sem apetência ou talento musical), embora o único a tê-la tomado como relevante critério composicional tenha sido (além de Scriabin) Olivier Messiaen (1908-1992), que, talvez não por acaso, foi um compositor também dado a misticismos e a discursos altissonantes. Uma apresentação em Nova Iorque, em 1915, já incluiu projecção de luzes num ecrã, mas o resultado ficou bem aquém da ambição de Scriabin, que pretendia que toda a sala ficasse banhada em luzes coloridas. Seja como for, Scriabin corria à frente do seu tempo e o “teclado de luzes” ou “órgão de cores” que faria corresponder notas a luzes coloridas estava ainda por inventar, pelo que a estreia da obra, em Moscovo, em 1911, teve “só” música. Uma apresentação em Nova Iorque, em 1915, já incluiu projecção de luzes num ecrã, mas o resultado ficou bem aquém da ambição de Scriabin, que pretendia que toda a sala ficasse banhada em luzes coloridas. [Documentário com making of e execução integral (a partir de 9’45) de “Prométhée: Le poème du feu”, em 2010, pela Yale Symphony Orchestra, no Woolsey Hall, com acompanhamento luminoso que reconstitui as associações de notas e cores pretendidas por Scriabin] (…)” (…)
Ler em… Nota: poderá ver e ouvir as obras mencionadas no link abaixo.
http://observador.pt/especiais/o-pai-do-psicadelismo-morreu-ha-100-anos/*****
Ao virar da página…
100 anos de Sinatra: as músicas e o resto
“"A Voz" nasceu a 12 de dezembro de 1915 e o Observador dedica-lhe vários artigos. Lembre 11 canções imperdíveis, veja os 10 melhores filmes, recorde a passagem dele por Portugal e faça o nosso quiz. Frank Sinatra faria hoje (12/12/2015) 100 anos — e, aqui, lembramos tudo o que ele fez de bom. Temos onze músicas: da primeira, “All or Nothing at All”, a (claro) “My Way”. Temos dez filmes: de musicais a papéis dramáticos. Temos os detalhes do concerto no estádio das Antas em 1992: da limousine escoltada por motas da polícia ao desfile de celebridades. Temos um quiz para quem pensa que sabe tudo sobre “A Voz”: da marca preferida de whisky ao amigo que era “padrinho” da máfia. E temos também, ao longo do dia, na homepage do Observador, uma playlist para servir de banda sonora ao seu dia. (…)”
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http://observador.pt/especiais/100-anos-sinatra-as-musicas-resto/Orfeão Universitário do Porto canta o Natal pelas ruas da cidade « Notícias UP Caixa de entrada
“Ao longo dos próximos dias, a estação de Metro da Trindade, a Rua de Santa Catarina, os Clérigos ou a Rua das Flores vão ter uma nova “banda sonora” natalícia. Estes são apenas alguns dos “palcos” do ciclo de Concertos de Natal que o Orfeão Universitário do Porto (OUP) vai levar de 11 a 19 de dezembro, a vários locais da cidade do Porto. Os concertos de Natal do OUP (ver vídeo de apresentação) iniciam-se no dia 11 de dezembro, sexta-feira, pelas 19h00, com uma atuação na estação de Metro de Campanhã, que se irá prolongar, a bordo do metro, até à estação da Trindade. Já no fim-de-semana, dias 12 e 13 de dezembro, o Orfeão sai à rua para cantar músicas de Natal em vários espaços emblemáticos do Porto. Os concertos começam pelas 15h30 e vão passar pela Rua de Cedofeita, Clérigos, Rua de Santa Catarina e Rua das Flores. O último Concerto de Natal está agendado para 19 de dezembro, pelas 21h00, na Igreja do Cristo Rei, na Foz. Neste espetáculo, o OUP vai interpretar a “Gloria”, de Vivaldi, e vários temas natalícios, com a participação da Nova Orquestra do Porto e direção do Maestro António Sérgio, regente artístico do Orfeão.Este concerto irá também contar com a participação especial de três solistas: Anita Silva, Mariana Machado, na voz de soprano, e Alexandra Calado, na voz de contralto. Os concertos são abertos ao público, com exceção do Concerto de Natal do dia 19 de dezembro. Neste caso, os bilhetes podem ser adquiridos na Sede do Orfeão Universitário do Porto (Rua dos Bragas) e na Igreja do Cristo Rei, ou reservados através do telefone 915 260 293 (André Castro / Tesouraria).” “
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http://noticias.up.pt/orfeao-universitario-do-porto-canta-o-natal-pelas-ruas-da-cidade/Universidade celebra a Luz no Museu Nacional Soares dos Reis «
“Entre as peças em exposição inclui-se o tubo de Lecher, que utiliza o fenómeno da fluorescência para determinação do comprimento das ondas O projetor cinematográfico que terá pertencido a Emílio Biel assinala os 100 anos da morte do alemão que viveu no Porto e que foi um dos precursores da fotografia em Portugal. Uma réplica do microscópio de Leeuwenhoek revisita os primórdios da observação de bactérias (século XVII). E pelo meio há ainda tempo para apreciar os “Cuidados de amor”, do pintor José Malhoa. A partir do próximo dia 15 de dezembro, estas são apenas algumas das peças que a Universidade do Porto vai levar ao Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) no âmbito da exposição “Lux Mirabilis”, integrada nas comemorações do Ano Internacional da Luz. (…)”
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http://noticias.up.pt/u-porto-celebra-a-luz-no-museu-nacional-soares-dos-reis/Por aqui me fico… e claro, com o desejo de… boas leituras! Até ao próximo click!