“A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.” Fernando Pessoa
A não perder! Aqui algumas sugestões culturais a lá dar um salto. ;)
Casa da Música – Porto
Sinfonia para a Revolução (15€) Orquestra Sinfónica, Remix Ensemble e Coro Casa da Música - [29/04/2016 - sexta-feira | 21:00 | Sala Suggia] - Clássica, Contemporânea
1ª Parte Remix Ensemble Casa da Música Pedro Neves direcção musical Christina Daletska soprano Elena Firsova Earthly Life, cantata para soprano e ensemble Elena Firsova Music for 12 Edison Denisov Sinfonia de Câmara nº 2 2ª Parte Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música Coro Casa da Música Vassily Sinaisky direcção musical Dmitri Chostakovitch Suite do bailado "O Parafuso" Dmitri Chostakovitch Sinfonia nº 2, dedicada a Outubro Dedicada a Outubro para celebrar o 10º aniversário da Revolução de 1917, a Sinfonia nº 2 de Chostakovitch termina com o coro “Íamos pedir pão e trabalho” e procura exprimir os sentimentos associados à luta e vitória do povo no processo revolucionário. A sua crueza e intensidade de expressão, em linha com as correntes de modernidade em voga nesse tempo, fez com que a obra fosse banida dos palcos da União Soviética por altura do primeiro congresso da União de Compositores em 1948. Em 1979 foi a vez de Edison Denisov e a sua aluna Elena Firsova constarem na lista de artistas soviéticos que ficou conhecida como “Os sete de Khrennikov”, a qual excluía a música destes compositores de qualquer representação oficial da União Soviética. No entanto, a história fez justiça a todos estes compositores banidos e hoje em dia são considerados os grandes representantes da música soviética do século XX. “Dirigidas por Vassily Sinaisky (…) as obras alcançam tensão dramática e intensidade emocional.” The Jerusalem Post
Ler mais! http://www.casadamusica.com/pt/agenda/2016/04/29-abril-2016-orquestra-sinfonica-remix-ensemble-e-coro-casa-da-musica/43191/?lang=pt
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1º de Maio (15€) Orquestra Sinfónica, Remix Ensemble e Coro Casa da Música - [01/05/2016 - domingo | 18:00 | Sala Suggia] - Clássica, Contemporânea
1ª Parte Remix Ensemble Casa da Música Pedro Neves direcção musical Christina Daletska soprano Sofia Gubaidulina Concordanza Edison Denisov La vie en rouge 2ª Parte Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música Coro Casa da Música Vassily Sinaisky direcção musical Dmitri Chostakovitch Sinfonia nº 3, O 1º de Maio A obra de Sofia Gubaidulina, compositora que celebra 85 anos em 2016 e que permanece como a figura mais aclamada da música russa da actualidade, foi praticamente desconhecida no Ocidente até ao início da década de 1980, altura em que o violinista Gidon Kremer lhe deu verdadeira projecção internacional. Concordanza foi estreada no Festival da Primavera de Praga, em 1971, ainda antes de Gubaidulina ser incluída na lista negra de Khrennikov por apresentações indevidas no Ocidente. La vie en rouge, de Denisov, data de 1973 e representa a fase em que o compositor começou a incluir elementos de jazz, canção popular, dança e paródia na sua música, resultando numa surpreendente cantata para soprano com base em textos de Boris Vian. Um grandioso coro encerra a Sinfonia nº 3 de Chostakovitch, obra que progride para um clima de celebração quando comparada com a sinfonia precedente.
Ler mais! http://www.casadamusica.com/pt/agenda/2016/05/01-maio-2016-orquestra-sinfonica-remix-ensemble-e-coro-casa-da-musica/43193/?lang=pt
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Jack DeJohnette - An Evening Of Solo Piano (16€) Ciclo Jazz - [03/05/2016 - terça-feira | 21:00 | Sala Suggia] - Jazz
Durante mais de cinco décadas, Jack DeJohnette foi a âncora rítmica por trás de alguns dos projectos mais inovadores do jazz. Colaborou com nomes lendários como Miles Davis, John Coltrane, Thelonious Monk, Keith Jarrett e Pat Metheny, entre muitos outros. Mas o seu primeiro instrumento foi o piano, e várias das suas composições têm sido gravadas ao longo do tempo. Chegou agora o momento de o famoso baterista se apresentar como pianista, a solo, com a edição do seu primeiro disco neste formato – Return, a editar em Abril pela New Velle Records, exclusivamente em vinil –, que inclui duas novas composições e reinterpretações de temas já gravados em projectos mais antigos. É também a solo que sobe ao palco da Sala Suggia num concerto histórico.
Ler mais! http://www.casadamusica.com/pt/agenda/2016/05/03-maio-2016-jack-dejohnette/43194/?lang=pt
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Casa das Artes – Porto
Fazer a Festa - Festival Internacional de Teatro O Teatro Art'Imagem realiza a 35º edição do FAZER A FESTA - Festival Internacional de Teatro na cidade do Porto na Casa das Artes, Teatro Carlos Alberto e Junta de Freguesia do Bonfim e na cidade da Maia na Quinta da Caverneira de 22 Abril a 1 Maio 2016. Serão 10 dias consecutivos de Teatro, Dança, Música, Exposições, Encontros e Tertúlias.
clara haddad Casa das Artes dinamiza contos para toda a família «Sábados com Histórias» é um ciclo de cinco sessões de contos a realizar uma vez por mês, na Casa das Artes, com programação a cargo da narradora Clara Haddad da Escola de Narração Oral Itinerante. Próxima sessão: 30 de Abril, com Cândida da Luz e a apresentação de «A abelha e a flor e outras histórias».
exposição_teresa_cabral Exposição de Pintura de Teresa S. Cabral De 30 abril a 24 maio, na Casa das Artes. Tocados, observados e silenciosos Nas pedras, nas rochas, nas falésias e nas montanhas de Teresa S. Cabral há uma dupla realidade, a da terra e a dos rostos. Pintam uma continuidade entre o único, os seres e os elementos. Os contornos dos seres que se inscrevem na rocha (Almograve) ou …
POPMEN-XanaNovais Performance artística de Xana Novais Dia 27 de maio, 21h30, na Casa das Artes (VS) POPCORN e (VS) WoMen instalam-se em palco numa performance romântica e sem clichés, o corpo feminino como obra principal da fecundação de um ser e o corpo masculino que nunca se torna 100% homem. A androgenia que reproduz leite denso a partir do feminismo e a mulher que reproduz células …
Coro Lira cartaz Inscrições no Coro Lira O Coro Lira, dirigido pela Maestrina Raquel Couto, é um espaço de partilha de emoções, de experiências, aprendizagem acerca da música e do que somos através dela. Um coro em movimento, que se mistura com as artes cénicas, que se deixa desenhar pela luz e mora na Casa das Artes, no Porto.
AF_cartaz 350x500 XI Ciclo «A Justiça no Cinema» Todas as quartas-feiras, ao longo do mês de maio, a Casa das Artes recebe o ciclo «A Justiça no Cinema», organizado pela Associação Jurídica do Porto, em parceria com o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses e o Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados, em colaboração com a Medeia Filmes.
Casa das Artes | Rua Ruben A, 210 | 4150 – 639 Porto
Tudo em… www.casadasartes.pt www.facebook.com/casadasartesporto
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Bora lá às notícias? :)) Ora… aqui umas tantas e outras que passaram.
Morreu uma voz pioneira da soul: Billy Paul https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/morreu-uma-voz-pioneira-da-soul-billy-paul-1730096
“O pioneiro da música soul Billy Paul morreu este domingo, aos 80 anos, de cancro no pâncreas, segundo um comunicado publicado esta segunda-feira na sua página oficial da Internet. O cantor norte-americano, que havia sido hospitalizado na semana passada, acabou por morrer em sua casa, em Blackwood, Nova Jérsia. Nascido em Filadélfia, foi um dos nomes mais relevantes da chamada “philly soul”, tendo adquirido fama internacional com o sucesso Me and Mrs Jones, de 1972, que alcançou o primeiro lugar do top americano nesse mesmo ano. No ano seguinte haveria de receber um Grammy para melhor interpretação masculina R&B por causa dessa mesma canção, superando grandes vultos como Ray Charles ou Curtis Mayfield. Ao longo dos anos continuaria sobretudo a ser identificado por causa dessa balada, apesar de ter tido outros grandes êxitos, como Let’ em in, Thanks for saving my life ou Only the strong survive, todos dos anos 1970, de longe o seu período mais relevante. O seu primeiro álbum, Feelin Good at the Cadillac Club, foi lançado em 1968; ao todo, editou 15 até 1988. Ao longo da sua carreira colaborou com nomes como Miles Davis, Dinah Washington, Charlie Parker ou Roberta Flack. Conhecido pelos óculos de grandes dimensões e pela sua barba, foi um dos muitos cantores que obtiveram sucesso trabalhando com a equipa de produção (…)”
40 anos de Ramones http://observador.pt/2016/04/23/40-anos-ramones/?clean=1
(notícia de 23/4/2016) “Faz este sábado 40 anos que foi publicado o primeiro álbum daquela que viria a ser uma das bandas mais importantes da história do rock, ou melhor, do punk rock, o movimento de que foram grandes impulsionadores nos anos 1970. “I Wanna Be Your Boyfriend” foi um dos dois singles de Ramones (o outro foi “Blitzkrieg Bop“).
RAMONES - I Wanna Be Your Boyfriend Ver mais tardePartilhar Ver RAMONES - I Wanna Be Your Boyfriend Ramones foi gravado em sete dias no Radio City Music Hall, em Nova Iorque, foi o primeiro dos 14 álbuns de estúdio que gravaram até 1995. Um ano depois, a banda desmembrou-se, depois de 22 anos de carreira e milhares de espetáculos ao vivo. Os quatro membros fundadores — Joey Ramone (1951–2001), Johnny Ramone (1948–2004), Dee Dee Ramone (1951–2002) e Tommy Ramone (1949–2014) — morreram nos dez anos seguintes. Ainda hoje, os nova-iorquinos Ramones fazem parte das listas de referência como uma das bandas mais importantes de todos os tempos. Influenciaram gerações, uma marca assinalada no Queens Museum, numa exposição que decorre até 31 de julho. Proponha uma correção, sugira uma pista: (…)”
Aquele livro emprestado ainda vai ser meu outra vez http://observador.pt/especiais/aquele-livro-emprestado-ainda-vai-outra-vez/?clean=1
“No Dia Mundial do Livro perguntamos a diferentes leitores pelos títulos que um dia emprestaram e nunca lhes foram devolvidos. Livros perdidos que fazem falta. Muita. Que este artigo os traga de volta. Partilhe Francisco Mendes da Silva, advogado e comentador 1
Emprestei The War Against Cliché, do Martin Amis, a alguém que não só nunca mo devolveu como beneficia da amnistia da minha amnésia. Já não sei quem mo levou. O livro é uma colectânea da crítica e ensaísmo produzidos por Amis entre a década de 70 e o início deste século, o período glorioso em que a graça, a vertigem e a perspicácia da sua escrita melhor se manifestaram. Em certa medida, The War Against Cliché formou o meu gosto, principalmente nos temas literários, e tornou-se uma espécie de breviário do meu cânone. Waugh, Connolly, Roth, Vidal, Wodehouse, Dickens, Nabokov. Sobre todos eles Amis escreveu como quase ninguém. O livro andava sempre comigo, vivia longas temporadas no carro, claro que foi fácil terem-mo levado. Há muitas ocasiões em que precisamos do conforto da ortodoxia e The War Against Cliché era como que uma bíblia. Sinto falta desse consolo. José Bandeira, cartoonista 2
A minha amiga M. nunca me devolveu as Cartas a Lucílio, de Séneca. Julgo que nunca começou sequer a lê-las — talvez por algum pudor de última hora quando chegou o momento de bisbilhotar correspondência alheia. Foi Séneca quem disse (não posso citar correctamente, falta-me o livro) que se não podemos escolher os nossos pais, podemos escolher os nossos antepassados, os autores que amamos e com quem conversamos. Tenho um debilíssimo sentido de posse, o empréstimo perpétuo não me incomoda; mas por vezes sinto a falta de uma conversita com o meu antepassado. Luís Severo, músico 3
Geralmente não empresto os livros de que mais gosto, por muito egoísta que isto pareça. Quando gosto especialmente de um livro, seja qual for o seu género, evito falar nisso para nem sequer ter de recusar emprestar. Por exemplo, nunca emprestei o Pena Capital ou o Monte dos Vendavais. Emprestei uma vez o Principezinho, quando era catraio e não tinha noção do risco dos empréstimos. Passado uns meses, quando percebi que nunca ia ter o livro de volta, requisitei o mesmo Principezinho na biblioteca do colégio onde estudava, em Odivelas. Era um colégio mau do qual não levo lembranças muito felizes. Nunca devolvi o livro, por isso hoje ainda tenho na estante o Principezinho roubado ao colégio pesadelo. Na lombada do livro permanece o autocolante com o logótipo feio do colégio e o número que o identificava. André Pereira, escritor e argumentista 4
No dia seguinte ninguém morreu. Talvez o meu livro, que, mesmo existindo, não voltou para mim e, não voltando, morreu. Quando não está comigo, o meu livro, que é um bocadinho do Saramago, outro bocadinho de quem o tem e outro bocadinho, o que resta, meu, que é a maior parte, quando não está comigo, o meu livro está morto. Já esteve aqui, em capa, contracapa, folhas e letras, já foi embora, já voltou e já foi embora outra vez. Aqui, a sua ausência. Ou a sua intermitência, que é quase a mesma coisa. O livro que não me devolveram: As Intermitências da Morte, de José Saramago. Andrea Zamorano, escritora e proprietária de restaurantes (…)”
Utilização da Internet em idades muito precoces aumenta risco de dependência https://www.publico.pt/tecnologia/noticia/utilizacao-da-internet-em-idades-muito-precoces-aumenta-risco-de-dependencia-1728931
“A utilização da Internet em idades muito precoces aumenta o risco de dependência desta rede em idade adulta, assim como o seu “uso desregulado e excessivo”, revela um estudo sobre a adição à Internet. O estudo, que decorreu entre Dezembro de 2014 e Fevereiro de 2015, envolveu 1105 internautas, com idades entre os 16 e os 75 anos, de vários países, incluindo Portugal, que representou um terço da amostra, revelou o investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido. A partir do uso de “uma metodologia estatística robusta e sofisticada”, os investigadores verificaram que uma grande parte da adição à Internet pode ser explicada pelas variáveis “idade”, “idade de iniciação ao uso da Internet” e “tempo despendido online semanalmente por lazer”. “Concluímos que, de um modo geral, a adição à Internet está muito desenvolvida pelo factor da idade e iniciação ao uso da Internet”, disse Halley (…)”
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No “Pergaminho” desta semana…
Para que a escola não seja uma “catedral do tédio” é preciso que os alunos contem https://www.publico.pt/sociedade/noticia/para-que-a-escola-nao-seja-uma-catedral-do-tedio-e-preciso-que-os-alunos-contem-1729950
“Missão impossível? “Se outros países já o fizeram, nós também podemos, embora isso signifique uma grande transformação do ensino em Portugal”, responde Manuel Magalhães, 20 anos, que está a estudar no Instituto Politécnico de Leiria. É um dos seis jovens, entre os 16 e os 20 anos, a quem o PÚBLICO perguntou: o que pode ser mudado nas escolas para que estas (e o processo de aprendizagem) se tornem mais atractivos para os alunos. A mesma questão foi também colocada a pais e professores. Na base deste desafio estão os resultados do último estudo internacional sobre a adolescência, da Organização Mundial de Saúde, divulgados no mês passado, que tem na base inquéritos realizados a mais de 220 mil adolescentes, dos quais cerca de seis mil são portugueses. Não será decerto, por acaso, que estes aparecem entre os que gostam menos da escola, colocando Portugal na 33.ª pior posição entre os 42 países e regiões analisados. Não temos voz nas aulas e devíamos ter. É uma das formas de expressão mais importantes Daniela Guilherme, 18 anos Nem sempre foi assim. Em 1997/98 o país ocupava a segunda posição neste indicador, mas em 2014/2015, ano do último estudo, apenas 25% dos alunos portugueses com 15 anos disseram que gostavam muito da escola. Mais concretamente, põem em causa as aulas, que consideram aborrecidas, e a matéria que ali é dada, descrita por eles como sendo excessiva. “Estou um pouco desanimada”, desabafa Daniela Guilherme a propósito da sua experiência escolar. “Não temos voz nas aulas e devíamos ter. É uma das formas de expressão mais importantes, mas nós só escrevemos. Existe muito pouco diálogo entre alunos e professores e a confiança é assim quase nula”, descreve a aluna de 18 anos, que frequenta o 12.º ano numa escola de Angra do Heroísmo, Açores. À semelhança dos outros jovens com quem o PÚBLICO falou, Daniela faz parte do projecto Dream Teens, criado em 2014 pela associação nacional de promoção da saúde dos jovens, Aventura Social, responsável pelo estudo da OMS em Portugal, e que tem precisamente, entre os seus objectivos principais “ouvir a voz” dos mais novos e dá-la a conhecer. A escola é dos temas sempre presentes. Aumentar Usem as novas tecnologias nas aulas, que é o que nos mantém atentos Marta Martins, 20 anos O ensino como uma linha de montagem Tal como estão, “as escolas tornam-se, para inúmeras crianças e adolescentes, verdadeiras catedrais do tédio”, alerta Ilídia Cabral, docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, com vários trabalhos realizados sobre o insucesso escolar no ensino básico e secundário. E isto acontece, frisa, porque se “ensina hoje como se ensinava há 200 anos”, seguindo uma estrutura construída com o advento da Revolução Industrial e que se traduz num “modelo de organização escolar padronizado, de inspiração fabril, do tipo linha de montagem, que permitiu às escolas darem o mesmo a todos”. Porém, prossegue esta investigadora, os alunos de hoje são bem diferentes do que eram há dois séculos. “São alunos cada vez mais heterogéneos, com acesso quase imediato a inúmeras fontes de informação, nativos digitais para quem as metodologias de ensino tendencialmente expositivas e fragmentadoras do conhecimento se revelam, muitas vezes, totalmente desadequadas e muito pouco apelativas”, diz. E é assim que o tempo escolar se “torna, em muitos casos, um tempo vazio de significado para os alunos, por se encontrar completamente afastado da sua realidade, dos seus interesses e das suas necessidades”. Usar a sério as novas tecnologias Embora por outras palavras, Marta Martins, 20 anos, que está a estudar no Instituto Politécnico da Maia, aponta no mesmo sentido. “O ensino está a querer fazer de nós máquinas. Somos obrigados a estar mais horas na escola, a estudar mais matéria, o que só nos provoca mais stress”, diz, para acrescentar que “a falta de interesse dos jovens não é pela escola em si, mas sim pelas aulas e pelos conteúdos ali leccionados, que muitas vezes não vão ser precisos” no futuro. Sabe isso, sobretudo, pelos seus colegas que frequentam o ensino regular: “Muitos não percebem metade do que estão a dar nas aulas, o que os leva a ficar desmotivados e até a desistir”, refere. Ela frequentou duas escolas profissionais, onde tirou um curso de animação digital. “Não tive professores a debitar a matéria. Mesmo a Português, tive uma professora que nos deu a matéria de forma tão apelativa, que ainda hoje a sei.” Qual foi o segredo? “Primeiro de tudo deixava-nos à vontade e depois procurava sempre adaptar as aulas aos objectivos do curso, propondo-nos, por exemplo, que fizéssemos uma peça de teatro ou um vídeo a partir de excertos dos livros que são obrigatórios no 12.º ano.” Cada aluno deveria ter um plano curricular baseado nos seus interesses e talentos Manuel Magalhães, 20 anos Já se sabe que os professores podem fazer a diferença e Marta tem uma proposta a fazer-lhes: usem, de facto, “as novas tecnologias nas aulas, porque assim vamos estar mais atentos”. Esta é também uma das sugestões apresentadas pelos professores do 3.º ciclo e secundário, Luísa Mantas e Ricardo Montes, que também é autor do blogue ProfLusos, um dos mais antigos na área da Educação. “Aproximar, quando oportuno e possível, as metodologias de ensino à realidade dos alunos, nomeadamente na utilização das novas tecnologias, poderá ser um elemento motivador”, constata este último, para alertar de seguida: “Quando falo em novas tecnologias, não me refiro às já desgastadas apresentações multimédia, mas sim à utilização de aplicações virtuais e recorrendo aos melhores amigos tecnológicos dos nossos alunos — os tablets e smartphones”. “Não se justifica que se o aluno pode adquirir um tablet com todos os manuais digitais e usá-lo em sala de aula e em casa, tenha que carregar com quilos de livros, com as implicações para a sua saúde e a carteira dos pais”, acrescenta Luísa Mantas, que ensina no Alentejo. Professora há 23 anos, mãe de quatro filhos, esta docente foi também mediadora da associação Empresários para a Inclusão Social, onde trabalhou com alunos que têm percursos difíceis na escola e com as suas famílias. A estas experiências junta-se ainda a colaboração com Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, onde, como diz, “a maioria das situações se prendem, de uma forma ou de outra, com o insucesso e o absentismo ou abandono escolar”. Aumentar Tal como estão, “as escolas tornam-se, para inúmeras crianças e adolescentes, verdadeiras catedrais do tédio”, alerta Ilídia Cabral, docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa. E isto acontece, frisa, porque se “ensina hoje como se ensinava há 200 anos”. Só que, prossegue esta investigadora, os alunos de hoje são bem diferentes do que eram há dois séculos À semelhança da aluna Marta Martins, defende ser “importante reconhecer que mais não é necessariamente melhor”. “Passar mais tempo na escola, assimilar maior quantidade de informação, permanecer na escola mais anos, não é sinónimo de garantir a aprendizagem, a motivação ou o sucesso futuro, pelo menos para muitos alunos”, alerta. Aliás, acrescenta, “para a maioria dos jovens a escola não tem nada para oferecer neste momento”. Para ela, é esta a questão de fundo que hoje se coloca. Poder escolher as disciplinas O que é preciso fazer então? “Há que repensar os currículos, as metas e os manuais escolares”, defende, para acrescentar de seguida: “Porque não diversificar os currículos, dando algumas opções aos jovens de acordo com os seus talentos, as suas competências, as suas aspirações futuras? Porque não promover e privilegiar a interdisciplinaridade e o relacionar de conhecimentos através de projectos e outras actividades?” Faz imensa falta ter aulas onde possamos debater e comentar, para nos habituarmos a expor o que pensamos Daniela Guilherme, 18 anos “Os currículos são demasiados rígidos. Cada aluno deveria ter um plano curricular [escolha de disciplinas] baseado nos seus interesses e talentos”, corrobora o aluno do Politécnico de Leiria, Manuel Magalhães. É o que acontece, por exemplo, no Reino Unido nos anos equivalentes ao 11.º e 12.º, em que os alunos apenas têm três cadeiras (menos de metade do que por cá), que são escolhidas por eles. Nelson Rebelo, 16 anos, que está no 10.º ano numa escola de Oeiras, lamenta que no ensino secundário não seja possível esta escolha e que tenha sido obrigado a prescindir de disciplinas de que gostava por ter optado pelo curso de Ciências e Tecnologias em vez de Ciências Socioeconómicas. “Temos um sistema educativo muito formatado, que é excessivamente teórico e onde temos quase sempre de ouvir o professor, quando também deviam permitir que fossemos nós a pesquisar e a apresentar as matérias, o que só acontece muito raramente”, aponta Sara Fialho, 18 anos, que entrou este ano no curso de Bioquímica da Universidade Nova de Lisboa. Nelson concorda. Defende que as aulas deveriam ter uma componente mais prática e sobretudo que os professores dessem mais autonomia aos alunos, para que estes “pudessem descobrir por si próprios” como se solucionam problemas ou se interpretam textos, em vez de se limitarem “a estar a ouvir “. Diz ainda que o sistema de ensino em Portugal “não abre portas a novas ideias, à discussão e ao debate”. Para Carla Pereira, presidente da Associação de Pais da Escola Secundário Eça de Queirós, na Póvoa do Varzim, os tempos curriculares deveriam ser diminuídos também para permitir a realização de debates e tertúlias sobre temas vários, que fizessem da “escola um local de aprendizagem transversal, logo a começar no ensino básico”. Diz ainda a este respeito que “as escolas têm também de formar bons cidadãos”. Em vez de estarmos sempre a ouvir um professor, devíamos ter autonomia para também descobrirmos por nós próprios Nelson Rebelo, 16 anos É disso também que fala Daniela Guimarães, quando propõe que se promova uma maior ligação da escola ao meio envolvente, incentivando os alunos a procurarem saber, por exemplo, que projectos existem nas autarquias e a apresentá-los periodicamente. “Deste modo os alunos vão sentir-se abraçados pela comunidade. É assim que se cresce como pessoa, o que não se consegue pela imposição de regras e pela pressão que nos é posta em cima, sobretudo por causa dos exames”, defende. Falta de apoio dos professores Os jovens ouvidos pelo PÚBLICO lamentam ainda que a escola desvalorize ou mesmo ignore temas que para eles são fundamentais, como a família ou a educação sexual. Mas Teresa Carreira, 18 anos, que estuda em Salvaterra de Magos e vai este ano repetir os exames para melhorar a média e conseguir entrar em Medicina, aponta também o dedo aos alunos. “Pensei que ia haver troca de informações e debate entre Associações de Estudantes sobre o que podíamos fazer nas escolas, mas isso não acontece”, refere. Queixa-se ainda “da falta de apoio dos professores fora da sala de aula”. “Só existe quando se aproximam os exames”, constata. “Os professores estão transformados em burocratas do cumprimento de metas curriculares que parecem listas de compras mensais no hipermercado e não investem na relação interpessoal com os alunos por falta de condições, mas também por excesso de autocomiseração, desfiando sistematicamente queixas sobre tudo e todos, a começar pelos alunos”, critica Jorge Ferraz, que pertenceu à direcção da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas Baixa-Chiado, em Lisboa. Aumentar Os exames só deveriam ser obrigatórios para quem quisesse seguir para a faculdade Manuel Magalhães, 20 anos Uma das formas de aproximar professores e estudantes passará, segundo ele, por acabar com o actual Estatuto do Aluno, que “transforma os docentes em queixinhas e contribui para destruir a ligação imprescindível entre disciplina, aprendizagem e empatia interpessoal”. Um novo papel para docentes e alunos Para a investigadora da Universidade Católica Ilídia Cabral é “urgente” alterar não só a organização escolar, como também as práticas pedagógicas, o que passará, entre outras medidas, por atribuir um novo significado ao papel do professor e do aluno. Orientando o professor “para uma acção de mediação entre os alunos e o saber, tornando-o um facilitador das aprendizagens, um professor que responsabiliza, mas apoia e suporta e que fomenta a autonomia dos seus alunos”. Já o aluno, acrescenta, deve ser encarado como “o actor central das suas aprendizagens, envolvendo-o e comprometendo-o em torno de objectivos claros, que sejam delineados conjuntamente com os professores”. Esta centralidade do aluno é, aliás, uma das estratégias da Finlândia, geralmente apontada como modelo no campo do ensino, para adaptar a escola a um “mundo que está a mudar a grande velocidade”, segundo palavras da directora do Conselho Nacional de Educação finlandês. A reforma educativa, que entrará em vigor no próximo ano lectivo, porá assim os estudantes a participar na elaboração dos currículos, na escolha dos temas que serão abordados nos novos módulos que vão ser oferecidos pelas escolas e onde, a propósito de cada tópico, serão mobilizados conhecimentos de várias disciplinas, sempre com aplicações práticas. De regresso a solo português, Nelson Rebelo, o estudante de 16 anos de Oeiras, conta que não tem tido problemas com o seu desempenho escolar. Mas esta é só uma das faces da moeda. “Sei que cresceria mais se o meio da educação fosse diferente do que é”, remata. Para conseguir essa diferença, Ilídia Cabral considera que se devem “criar condições para fazer emergir novas possibilidades de sucesso, o que significa equacionar novos modos de agrupar os alunos, segundo matrizes flexíveis”. E, por outro lado, apostar na “diversificação dos modos de trabalho pedagógico, porque os alunos aprendem de forma diferente e a forma de ensinar não pode continuar a assentar na forma escolar, que deixa de fora todos aqueles que não se encaixam no perfil (ficcionado) do aluno médio”. Deviam permitir que fossemos nós a pesquisar e a apresentar também as matérias, o que só acontece muito raramente Sara Fialho, 18 anos Já para Ricardo Montes, que lecciona em Trás-os-Montes, há uma condição prévia sem a qual não se conseguirá alterar a relação que os alunos têm com o ensino e que, segundo ele, não tem sido acautelada pelo poder político, bem pelo contrário: “A primeira forma de tornar mais atractiva a escola aos alunos passará por essa mesma escola conseguir motivar os professores. Sem professores motivados, dificilmente teremos alunos que o estejam.” Embora considere que o sucesso do resto, que é muito, dependerá desta premissa, este docente tem mais sugestões a apresentar com vista a reforçar a atracção dos alunos pela escola. Diz que a redução do número de alunos por turma, um tema que está agora a ser debatido no Parlamento, “poderá fomentar a motivação dos alunos” por permitir “um ensino mais individualizado”, o que nunca poderá suceder numa turma de 30 alunos. Na sua experiência profissional, Ricardo Montes tem constatado que, geralmente, os alunos “não definem objectivos com vista a conseguirem uma vida melhor”, embora acredite que sintam essa necessidade, ou então “fazem-no de forma pouca clara”. Por outro lado, recorda, estes “mesmos alunos deparam-se com o insucesso profissional dos seus irmãos, amigos ou conhecidos mais velhos que conseguiram concluir cursos superiores”. Defende, por isso, que “estas duas situações poderiam ser trabalhadas na escola, por técnicos com formação para o efeito, e em articulação com os docentes, de modo a que os alunos definissem ou redefinissem objectivos tendo em vista a realidade nacional e europeia”. Mas ainda há mais por fazer. A presidente da associação de pais da secundária Eça de Queirós considera indispensável que se tenha “um objectivo para a educação estável e duradouro, imune às alterações políticas”. “A escola deve ser um local de formação e não de autenticação de cunhos pessoais”, frisa Carla Pereira. Esta é também uma das propostas da aluna Daniela Guimarães com vista a tornar a escola um sítio melhor. “É muito complicado vivermos sempre na suspeita de que no próximo ano tudo vai ser diferente outra vez”, queixa-se. E se nada mudar entretanto? Para Ilídia Cabral não subsistem dúvidas sobre o desfecho: “As escolas têm de aprender a ensinar no século XXI, sob pena de se tornarem dispensáveis.” “
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Ao virar da página…
Os cinco minutos a mais que podem estragar o seu dia http://www.dn.pt/sociedade/interior/os-cinco-minutos-a-mais-que-podem-estragar-o-seu-dia-5141113.html?id=5141113
“A especialista Teresa Paiva deixa algumas dicas para dormir melhor à noite e acordar sem sentir falta dos 5 ou 10 minutos que "rouba" ao despertador Há quem diga que há dois tipos de pessoas no mundo: as que acordam logo quando ouvem o despertador e as que precisam sempre de mais cinco minutos. Mas um deles acaba por sair mais prejudicado. Sabe qual? Segundo alguns estudos, carregar no botão snooze do despertador, atrasando o alarme cinco ou dez minutos, pode ter efeitos negativos, pois cria a "inércia do sono". Este fenómeno é, no fundo, o estado de sonolência e desorientação que acontece quando acordamos de forma abrupta de um sono profundo. "Quando estamos bem o normal é acordarmos espontaneamente", explica ao DN Teresa Paiva, do Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia Clínica. A especialista do sono desaconselha o uso do despertador e mais ainda o da opção snooze. "Mais 20 minutos de sono são fantásticos, e deve-se dormir o máximo possível, mas quando é para acordar é para acordar mesmo. Se não acorda é porque não dorme o suficiente ou tem algum problema de sono", explicou a especialista. (…)”
Prova de Carrinhos de Rolamentos http://www.porto.pt/noticias/prova-de-carrinhos-de-rolamentos
“O Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos (CNRC) vai apresentar, pela primeira vez, uma etapa na cidade do Porto. No segundo domingo de maio, dia 8, os pilotos vão partir da Rua dos Luzares e descer por um percurso de 800 metros, pela Alameda do Dragão, até à meta, situada na Rua da Lameira Cima, com início da competição marcado para as 14 horas. A organização é da responsabilidade da empresa Trilhos do Zêzere, promotora do campeonato nacional da modalidade, com os apoios da Junta de Freguesia de Campanhã e da Câmara do Porto. Tal como acontece nas restantes etapas do campeonato, haverá classificações independentes para as várias categorias em competição, de acordo com o grau de preparação dos carrinhos de rolamentos: Classe A, Tradicional, Alterados, Tunning e Modalidade Trike, estando ainda aberta a participação a Trikes e Carros de Gravidade. A corrida do Porto será a oitava prova do CNRC, uma competição que percorre um total de duas dezenas de localidades, de Norte a Sul do país, recuperando uma atividade tradicional, amiga do ambiente e aberta à participação de todos que possuam a capacidade que a modalidade exige. O programa da etapa inclui uma sessão de treinos, entre as 10 e as 12 horas, e duas mangas cronometradas, a partir das 14 horas. A inscrição de participação, já com seguro incluído, tem um valor de 7 euros e pode ser feita no site do CNRC.”
DDD juntou 200 pessoas a dançar http://www.porto.pt/noticias/ddd-juntou-200-pessoas-a-dancar
(notícia de 22-04-2016) Ontem, o Salão de Baile do Cine-Teatro Júlio Deniz abriu-portas para a festa de lançamento público da programação do Festival DDD - Dias da Dança, onde participaram mais de duas centenas de pessoas. Entre elas, estiveram presentes bailarinos e coreógrafos que integram a programação do festival, assim como alguns reponsáveis de espaços culturais das cidades envolvidas, Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, entre eles, Tiago Guedes, diretor do Teatro Municipal do Porto. Ouviram-se slows, música popular e de baile, muita dança a solo e a pares, com o Festival DDD a marcar o ritmo e onde as gerações se misturaram na pista de dança. Foram sorteados cinco passes conjuntos, no valor de 40 euros cada um, que dão acesso a nove dos 27 espetáculos do programa. O Festival DDD associa as três cidades da Frente Atlântica, num grande evento internacional dedicado à dança contemporânea capaz de funcionar como montra para os coreógrafos do Norte e de atrair grandes nomes do circuito internacional. Realiza-se de 27 de abril a 7 de maio e propõe 27 espetáculos, entre outras atividades.”
Por aqui me fico… e claro, com o desejo de… boas leituras! Até ao próximo click! )