Em cada um reside a fonte da partilha, e seja ela um dom ou não, deixa-me semear no teu ser o prazer da Música. Ela tem inspirado o Homem no revelar o seu pensamento, o interpretar e sentir o Universo ao longo de milénios. Bem vindo!
29 de Dezembro de 2016

 

“A curiosidade é como a sede…

Com o passar do tempo… ela continua a crescer. – Musikes”

 

Aqui mais uma partilha do vosso e sempre “Musikes”, pois, a cultura não ocupa espaço.

 

Agora, um artigo da Euronews. Apesar de o Natal já ter passado, nunca é demais conhecer algumas das suas curiosidades .

Um passeio pela nossa Europa, e então descobrir como esta época festiva é celebrada de formas tão diversas quanto as suas nações.

 

* Quem traz os presentes?

* O que se come tradicionalmente no dia de Natal?

* Que outras tradições há à volta do Natal?

Boas leituras!

 

*****

 

COMO MUDAM AS CELEBRAÇÕES DO NATAL NA EUROPA E MAIS ALÉM?

(Euronews - 27/12/2016)

 

“Quem traz os presentes?

 

Inglaterra Pai Natal.

França Pai Natal (São Nicolau no nordeste francês).

Alemanha Menino Jesus.

Grécia São Basílio / Άγιος Βασίλης, a 1 de Janeiro.

Hungria Menino Jesus (Jézuska), Avô Inverno (Télapó) antes de 1990.

Itália Pai Natal a 25 de dezembro, os Reis Magos a 6 de Janeiro.

Polónia São Nicolau, mas pode mudar dependendo da região

Portugal Menino Jesus, tradicionalmente. Mais recentemente, o Pai Natal.

Rússia Avô Gelo, que deixa as prendas na árvore a 31 de dezembro.

Espanha Reis Magos – Belchior, Gaspar e Baltazar – trazem prendas a 6 de janeiro.

Turquia Pai Natal.

Ucrânia São Nicolau ou Avô Gelo, a 19 de dezembro.

Father Christmas across Europe and beyond

Share

 

 

O que se come tradicionalmente no dia de Natal?

 

Inglaterra Peru assado é o mais comum, servido com batatas assadas; vegetais, incluindo o ódio de estimação, as couves de Bruxelas; molho de arando ou de pão com molho de carne; pequenas salsichas finas embrulhadas em bacon, coloquialmente conhecidas como “porcos em cobertores”. A sobremesa pode ser pudim de Natal (um bolo de frutos secos por vezes flamejado em brandy, tartes de carne com natas ou molho doce; bolo de Natal (bolo de frutos secos com cobertura de açúcar) ou tronco de chocolate.

França Paté de fígado, salmão fumado, vieiras e ostras são algumas das entradas favoritas durante as refeições de Natal. O prato principal é quase sempre carne, seja peru assado, capão ou ganso; rosbife, peças de caça e presunto também podem estar na ementa. Não é tarefa fácil ser vegetariano no dia de Natal em França. A sobremesa é geralmente um tronco de chocolate coberto de chocolate fino, manteiga ou natas batidas.

Alemanha Muitos alemães preferem uma refeição simples a 24 de dezembro para evitar trabalho extra nesse dia. Optam por Würstchen mit Kartoffelsalat, salsichas com salada de batata. Nos dias 25 e 26, quando visitam as famílias, as refeições são mais elaboradas, incluindo pato assado, ganso ou bife.

Grécia Tradicionalmente, o prato principal do jantar de Natal é porco assado, com uma variedade de acepipes a acompanhar. O perú de Natal tornou-se popular nos últimos anos.

Melomakarona e kourabiedes são as duas variedades de bolos gregos de Natal e de Ano Novo. A primeira são bolachas de sêmola, canela e cravo-da-índia mergulhadas em mel enquanto a segunda são bolachas de água de rosas e manteiga fresca salpicadas com açúcar em pó e que se servem geralmente no ano novo.

Christopsomo é o pão que é feito na véspera de Natal, que leva uma cruz desenhada no topo antes de ser cozido.

Vassilopita é o famoso bolo de Natal grego. é feito em honra de São Basílio.

Hungria Sopa de peixe ou carne de caça é o prato principal. Sobremesas tradicionais: tortas de sementes de papoila ou de nozes. De acordo com as crenças locais, as escamas de peixe representam dinheiro, as sementes de papoila trazem sorte e felicidade e as nozes são símbolo de riqueza.

Itália Ementa de 24 de dezembro: salada de polvo, vermicelli a vongole (um tipo de massa, usado para condimentar o peixe, com amêijoas), spigola all’acqua pazza (caldeirada de peixe), bacalhau frito, enguia frita, salada com couve-flor, azeitonas, anchovas e picles. As sobremesas incluem panettone e pandoro no norte de Itália, pastiera, struffoli e cassata no sul de Itália.

Ementa do dia de Natal: massa feita no forno, peru recheado, costeletas, salada de couve-flor, anchovas, azeitonas e picles e uma mistura de frutos do mar fritos.

Polónia O jantar de 24 de dezembro é a refeição mais importante, onde os pratos incluem carpa, borscht (sopa) com uszka (pequenos ravioli recheados) e couve e cogumelos. É uma refeição sem carne.

Portugal Come-se uma simples refeição de bacalhau cozido, legumes vários como couve, cenouras e batatas na véspera de Natal. No dia de Natal, a maior parte das famílias come cabrito com batatas assadas, mas há quem opte por peru.

Rússia Saladas, champanhe e caviar na véspera de Ano Novo.

Selyodka pod Shuboi é uma salada de peixe, batatas, cenouras, beterrabas, cebolas e maionese.

O champanhe é geralmente Sovietskoye.

Espanha No Dia de Reis (6 de janeiro) comem roscón de reyes e turrão.

Turquia O prato especial na véspera de Ano Novo é peru.

Ucrânia A véspera de Natal, celebrada a 6 de Janeiro, tem uma grande refeição com uma dúzia de pratos, simbolizando os 12 apóstolos.

Os pratos também podem ser bebidas, mas não alcoólicas. Um dos pratos mais comuns é kutya, uma sobremesa feita de trigo ou arroz com nozes, passas de uva, sementes de papoila e mel.

 

Que outras tradições há à volta do Natal?

 

 

Inglaterra O dia de Natal pode incluir uma visita matinal a uma igreja seguida de uma troca de presentes e um jantar festivo. Muitos assistem ao discurso da Rainha na televisão, pela noite.

O dia a seguir ao Natal é chamado Boxing Day. A sua origem vem da tradição de as classes altas darem presentes aos empregados e fornecedores, conhecidos como caixas de Natal, para lhes agradecer os esforços feitos ao longo do ano e por trabalharem a 25 de dezembro. Este dia é dominado pelo futebol. Na Escócia a véspera de Ano Novo é mais festejada do que o dia de Natal.

França O Natal é uma festa privada e de família. Uma vez que não é um país muito religioso, não há muita gente a ir à Missa do Galo na véspera de Natal. Os presentes são geralmente abertos tarde, na véspera de Natal. Mas outros podem ser recebidos no dia de Natal, que geralmente é passado com a parte da família com que não se esteve na véspera.

Alemanha O Natal é celebrado a 24 de dezembro. Uma Christmas is celebrated on December 24. Uma das tradições é decorar muito bem um berço. Todos os dias, Maria e José aproximam-se um pouco mais do berço. Finalmente, o Menino Jesus é enfiado lá dentro e os Reis Magos vão visitá-lo.

Grécia Hinos de Natal a 24 e 31 de dezembro e a 5 de Janeiro. As crianças nas ilhas cantam hinos de Natal de porta em porta, guardando os doces que lhes são dados.

Hungria Os presentes são dados a 24 de Natal. A tradição dos hinos de Natal permaneceu em aldeias, onde as pessoas se vestem como personagens bíblicas.

Itália A Missa do Galo e uma representação viva do presépio costuma fazer-se em algumas aldeias.

Polónia À hora de jantar, põe-se mais um prato na mesa, para o caso de alguém chegar inesperadamente. De acordo com uma tradição da região centro, os animais podem falar à meia noite da véspera de Natal.

Portugal Os presentes são abertos depois da Missa do Galo ou cedo no dia de Natal.

Rússia O Natal na Rússia é celebrado a 7 de janeiro, de acordo com o calendário ortodoxo. As férias começam a 31 de dezembro.

Espanha As celebrações natalícias começam com o El Gordo, a lotaria de Natal, que deixa toda a gente completamente entusiasmada e pode demorar até 5 horas para se apurar os vencedores.

Turquia Os cristãos na Turquia são maioritariamente ortodoxos e por isso celebram o Natal a partir de 6 de janeiro. Neste dia, um padre atira uma cruz de madeira para a água e as pessoas atiram-se a seguir para a salvar. Não há árvores de Natal, mas decoram uma no Ano Novo, quando os presentes são trocados.

Ucrânia Os cristãos ortodoxos celebram o Natal a partir de 7 de janeiro durante três dias. Em algumas regiões vão ao cemitério na noite antes do Natal para pôr velas nas campas dos familiares e amigos.

Os mais novos vão de porta em porta vestidos como personagens do presépio, uma tradição chamada Vertep.”

 

Ler em…

 

 

Bing Crosby - Santa Claus Is Coming to Town

 

Fá-lá-lá-lá… Lá-lá-lá…!

Saudações Natalícias!

E ainda haverá muito mais a partilhar.

 

Por isso!...

Não percas o próximo post… porque nós… também não!!!

“A curiosidade é como a sede…

Com o passar do tempo… ela continua a crescer. – Musikes”

 

Aqui mais uma partilha do vosso e sempre “Musikes”, pois, a cultura não ocupa espaço.

 

Agora, um artigo da Euronews. Apesar de o Natal já ter passado, nunca é demais conhecer algumas das suas curiosidades .

Um passeio pela nossa Europa, e então descobrir como esta época festiva é celebrada de formas tão diversas quanto as suas nações.

 

* Quem traz os presentes?

* O que se come tradicionalmente no dia de Natal?

* Que outras tradições há à volta do Natal?

Boas leituras! J

 

*****

 

COMO MUDAM AS CELEBRAÇÕES DO NATAL NA EUROPA E MAIS ALÉM?

(Euronews - 27/12/2016)

 

“Quem traz os presentes?

 

Inglaterra Pai Natal.

França Pai Natal (São Nicolau no nordeste francês).

Alemanha Menino Jesus.

Grécia São Basílio / Άγιος Βασίλης, a 1 de Janeiro.

Hungria Menino Jesus (Jézuska), Avô Inverno (Télapó) antes de 1990.

Itália Pai Natal a 25 de dezembro, os Reis Magos a 6 de Janeiro.

Polónia São Nicolau, mas pode mudar dependendo da região

Portugal Menino Jesus, tradicionalmente. Mais recentemente, o Pai Natal.

Rússia Avô Gelo, que deixa as prendas na árvore a 31 de dezembro.

Espanha Reis Magos – Belchior, Gaspar e Baltazar – trazem prendas a 6 de janeiro.

Turquia Pai Natal.

Ucrânia São Nicolau ou Avô Gelo, a 19 de dezembro.

Father Christmas across Europe and beyond

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O que se come tradicionalmente no dia de Natal?

 

Inglaterra Peru assado é o mais comum, servido com batatas assadas; vegetais, incluindo o ódio de estimação, as couves de Bruxelas; molho de arando ou de pão com molho de carne; pequenas salsichas finas embrulhadas em bacon, coloquialmente conhecidas como “porcos em cobertores”. A sobremesa pode ser pudim de Natal (um bolo de frutos secos por vezes flamejado em brandy, tartes de carne com natas ou molho doce; bolo de Natal (bolo de frutos secos com cobertura de açúcar) ou tronco de chocolate.

França Paté de fígado, salmão fumado, vieiras e ostras são algumas das entradas favoritas durante as refeições de Natal. O prato principal é quase sempre carne, seja peru assado, capão ou ganso; rosbife, peças de caça e presunto também podem estar na ementa. Não é tarefa fácil ser vegetariano no dia de Natal em França. A sobremesa é geralmente um tronco de chocolate coberto de chocolate fino, manteiga ou natas batidas.

Alemanha Muitos alemães preferem uma refeição simples a 24 de dezembro para evitar trabalho extra nesse dia. Optam por Würstchen mit Kartoffelsalat, salsichas com salada de batata. Nos dias 25 e 26, quando visitam as famílias, as refeições são mais elaboradas, incluindo pato assado, ganso ou bife.

Grécia Tradicionalmente, o prato principal do jantar de Natal é porco assado, com uma variedade de acepipes a acompanhar. O perú de Natal tornou-se popular nos últimos anos.

Melomakarona e kourabiedes são as duas variedades de bolos gregos de Natal e de Ano Novo. A primeira são bolachas de sêmola, canela e cravo-da-índia mergulhadas em mel enquanto a segunda são bolachas de água de rosas e manteiga fresca salpicadas com açúcar em pó e que se servem geralmente no ano novo.

Christopsomo é o pão que é feito na véspera de Natal, que leva uma cruz desenhada no topo antes de ser cozido.

Vassilopita é o famoso bolo de Natal grego. é feito em honra de São Basílio.

Hungria Sopa de peixe ou carne de caça é o prato principal. Sobremesas tradicionais: tortas de sementes de papoila ou de nozes. De acordo com as crenças locais, as escamas de peixe representam dinheiro, as sementes de papoila trazem sorte e felicidade e as nozes são símbolo de riqueza.

Itália Ementa de 24 de dezembro: salada de polvo, vermicelli a vongole (um tipo de massa, usado para condimentar o peixe, com amêijoas), spigola all’acqua pazza (caldeirada de peixe), bacalhau frito, enguia frita, salada com couve-flor, azeitonas, anchovas e picles. As sobremesas incluem panettone e pandoro no norte de Itália, pastiera, struffoli e cassata no sul de Itália.

Ementa do dia de Natal: massa feita no forno, peru recheado, costeletas, salada de couve-flor, anchovas, azeitonas e picles e uma mistura de frutos do mar fritos.

Polónia O jantar de 24 de dezembro é a refeição mais importante, onde os pratos incluem carpa, borscht (sopa) com uszka (pequenos ravioli recheados) e couve e cogumelos. É uma refeição sem carne.

Portugal Come-se uma simples refeição de bacalhau cozido, legumes vários como couve, cenouras e batatas na véspera de Natal. No dia de Natal, a maior parte das famílias come cabrito com batatas assadas, mas há quem opte por peru.

Rússia Saladas, champanhe e caviar na véspera de Ano Novo.

Selyodka pod Shuboi é uma salada de peixe, batatas, cenouras, beterrabas, cebolas e maionese.

O champanhe é geralmente Sovietskoye.

Espanha No Dia de Reis (6 de janeiro) comem roscón de reyes e turrão.

Turquia O prato especial na véspera de Ano Novo é peru.

Ucrânia A véspera de Natal, celebrada a 6 de Janeiro, tem uma grande refeição com uma dúzia de pratos, simbolizando os 12 apóstolos.

Os pratos também podem ser bebidas, mas não alcoólicas. Um dos pratos mais comuns é kutya, uma sobremesa feita de trigo ou arroz com nozes, passas de uva, sementes de papoila e mel.

 

Que outras tradições há à volta do Natal?

 

 

Inglaterra O dia de Natal pode incluir uma visita matinal a uma igreja seguida de uma troca de presentes e um jantar festivo. Muitos assistem ao discurso da Rainha na televisão, pela noite.

O dia a seguir ao Natal é chamado Boxing Day. A sua origem vem da tradição de as classes altas darem presentes aos empregados e fornecedores, conhecidos como caixas de Natal, para lhes agradecer os esforços feitos ao longo do ano e por trabalharem a 25 de dezembro. Este dia é dominado pelo futebol. Na Escócia a véspera de Ano Novo é mais festejada do que o dia de Natal.

França O Natal é uma festa privada e de família. Uma vez que não é um país muito religioso, não há muita gente a ir à Missa do Galo na véspera de Natal. Os presentes são geralmente abertos tarde, na véspera de Natal. Mas outros podem ser recebidos no dia de Natal, que geralmente é passado com a parte da família com que não se esteve na véspera.

Alemanha O Natal é celebrado a 24 de dezembro. Uma Christmas is celebrated on December 24. Uma das tradições é decorar muito bem um berço. Todos os dias, Maria e José aproximam-se um pouco mais do berço. Finalmente, o Menino Jesus é enfiado lá dentro e os Reis Magos vão visitá-lo.

Grécia Hinos de Natal a 24 e 31 de dezembro e a 5 de Janeiro. As crianças nas ilhas cantam hinos de Natal de porta em porta, guardando os doces que lhes são dados.

Hungria Os presentes são dados a 24 de Natal. A tradição dos hinos de Natal permaneceu em aldeias, onde as pessoas se vestem como personagens bíblicas.

Itália A Missa do Galo e uma representação viva do presépio costuma fazer-se em algumas aldeias.

Polónia À hora de jantar, põe-se mais um prato na mesa, para o caso de alguém chegar inesperadamente. De acordo com uma tradição da região centro, os animais podem falar à meia noite da véspera de Natal.

Portugal Os presentes são abertos depois da Missa do Galo ou cedo no dia de Natal.

Rússia O Natal na Rússia é celebrado a 7 de janeiro, de acordo com o calendário ortodoxo. As férias começam a 31 de dezembro.

Espanha As celebrações natalícias começam com o El Gordo, a lotaria de Natal, que deixa toda a gente completamente entusiasmada e pode demorar até 5 horas para se apurar os vencedores.

Turquia Os cristãos na Turquia são maioritariamente ortodoxos e por isso celebram o Natal a partir de 6 de janeiro. Neste dia, um padre atira uma cruz de madeira para a água e as pessoas atiram-se a seguir para a salvar. Não há árvores de Natal, mas decoram uma no Ano Novo, quando os presentes são trocados.

Ucrânia Os cristãos ortodoxos celebram o Natal a partir de 7 de janeiro durante três dias. Em algumas regiões vão ao cemitério na noite antes do Natal para pôr velas nas campas dos familiares e amigos.

Os mais novos vão de porta em porta vestidos como personagens do presépio, uma tradição chamada Vertep.”

 

Ler em…

 

 

Bing Crosby - Santa Claus Is Coming to Town

 

Fá-lá-lá-lá… Lá-lá-lá…! :)

Saudações Natalícias! ;)

E ainda haverá muito mais a partilhar.

 

Por isso!...

Não percas o próximo post… porque nós… também não!!! ;)

publicado por Musikes às 08:31 link do post
27 de Dezembro de 2016

 

“Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.” Fernando Pessoa

 

 

GRANDES MÚSICAS… GRANDES ÉPOCAS!...

 

 

Conto de Natal: Scrooge 1970 HD

 

Há muito tempo se sabe que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países.

 

The Litle Drummer Boy

 

Stille nucht

 

Avé Maria

 

Jesu Bleibt Meine Freunde

 

Christmas Jazz - Deck The Halls Jesu Bleibt Meine Freunde

 

Let It Snow, Let It Snow, Let It 1

 

Here Comes Santa Claus 1

 

Jingle Bell Rock 1

 

Rockin' Around the Christmas Tree 1

 

Santa Claus Is Coming to Town 1

 

Silver Bells 1

 

Santa Baby

 

Ol' Saint Nicholas

 

 

O aspirar do sentimento Natalício, foi, é e sempre será um dos grandes motivos da Música.

Que este espírito prevaleça no teu coração e nas tuas acções, pois, a sua lembrança deste dia 25 de Dezembro poderá tornar-se efémera por todo o ano. ;)

 

Por isso!...

Não percas o próximo post… porque nós… também não!!!

publicado por Musikes às 08:16 link do post
24 de Dezembro de 2016

 

A época Natalícia traz ao espírito os mais nobres sentimentos, e talvez, seja esta a ocasião em que estaremos bem mais sensibilizados para dar. Pouco que seja, insignificante a dádiva, é esse gesto que por esta altura se torna dominante nas instituições, pessoas e até Estados.

Por vezes, tropeçamos em algo que nos deixa a pensar. Uma conversa, uma campanha na televisão, ou até num artigo da imprensa, e é na reflecção que emerge a acção de doar, dar ou ajudar o próximo.

 

Aqui um artigo bastante inofensivo, e que ao mesmo tempo é tão fácil de concretizar.

Vale a pena ler até ao fim (é curto).

 

Aqui no “Musikes”!... ;)

Boas leituras e audições! J

 

E claro, um a todos um Santo Natal. Ho-Ho-Ho!!! J

 

*****

 

Reciclar cápsulas da Nespresso permitiu doar 65 toneladas de arroz ao Banco Alimentar

SOCIEDADE

(23.12.2016 às 12h13)

Sónia Calheiros

 

“Em seis anos, o programa português Reciclar É Alimentar já entregou 7,5 milhões de porções de arroz.

 

Beber um café pode ser o início de uma iniciativa solidária e sustentável que começa com uma simples cápsula. Basta reunir uma centena de cápsulas de café da Nespresso e o seu composto vai produzir 1,5 kg de arroz. Depois de separada do alumínio, a borra do café é integrada num composto agrícola, utilizado para fertilizar terreno de cultura de arroz, na Herdade Monte das Figueiras em Grândola. Esta iniciativa, existente desde 2010, já permitiu entregar 386 toneladas de arroz à Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, o equivalente a mais de 7,5 milhões de porções de arroz. Só este ano, o Banco Alimentar recebeu 65 toneladas, o equivalente a um milhão de refeições.

 

O programa Reciclar É Alimentar, além de ser português e só existir no nosso País, conta com a sensibilidade dos consumidores, a quem é solicitado que entreguem as cápsulas usadas nos mais de 290 pontos de recolha. A novidade é poder entregar as cápsulas usadas para reciclar no ato de compra de novas cápsulas tanto nas boutiques, nos stands temporários e até ao estafeta que entrega a encomenda feita por telefone. Antes de deitar as cápsulas no lixo orgânico, lembre-se como pode contribuir para colmatar a fome de famílias carenciadas.”

 

Ler mais!

 

 

Fá-lá-lá-lá… Lá-lá-lá…! :)

Saudações Natalícias! ;)

E ainda haverá muito mais a partilhar.

 

Por isso!...

Não percas o próximo post… porque nós… também não!!! ;)

publicado por Musikes às 08:30 link do post
21 de Dezembro de 2016

“Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.” Fernando Pessoa

 

 

GRANDES MÚSICAS… GRANDES ÉPOCAS!...

 

 

Looney Tunes: Bah, Humduck! a Looney Tunes Christmas

 

Segundo estudos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstício de Inverno.

Portanto, segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível", que comemorava o solstício do Inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.

Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes simbolismos cristãos e uma nova linguagem cristã. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como "o sol de justiça" (Malaquias 4:2) e a "luz do mundo" (João 8:12) expressam o sincretismo religioso.

As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), e tentaram fazê-la parecer “cristã”. Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico. Segundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em junho.

 

Christmas of Kenny Gee

 

Silent Night – Gospel

 

Fal-la-la It's Christmas Time

 

Cantar as Janeiras - José Afonso

 

Avé Maria (voz e violino)

 

White Christmas, Part 2

 

Joy to the World (BPI - Classical Colection)

 

A musicalidade mágica do Natal inspira-nos, enche-nos o coração  por tão belas melodias.

Na azáfama da preparação de todos os presentes, o Pai Natal por esta altura não descansa, e o Musikes também não. J

 

Por isso!...

Não percas o próximo post… porque nós… também não!!! J

publicado por Musikes às 17:45 link do post
16 de Dezembro de 2016

Nesta época, o comércio atormenta-nos com múltiplas e variadas propostas de presentes. Para alguns, a busca de uma lembrança natalícia torna-se um autêntico calvário, e zig-zagpéripo pelas lojas é uma verdadeira aventura. Aqui fica mais uma partilha, desta vez um artigo da revista Visão que talvez dê algumas ideias para este Natal.

A todos, Happy Christmas! 

*****

Inês Belo (15.12.2016 às 15h45)

Porque o Natal também é feito de música, escolhemos sete discos editados este ano para fazer um brilharete depois de comido o bacalhau, os sonhos e as rabanadas

“Chegou de surpresa, numa bela manhã de novembro, o segundo disco de Gisela João. Nua, assim se chama e assim aparece a fadista na capa, toda sorridente, que ousa, uma vez mais, transformar a tradição a seu jeito. E que bom é ouvi-la no divertido O Senhor Extraterrestre, letra de Carlos Paião para uma interpretação de Amália Rodrigues em 1981. Quem também tem disco novo é Rita Redshoes. Gravado em Berlim, Her é o quarto registo na carreira da cantora e compositora, a cantar, pela primeira vez e por três vezes, em português. É ler aqui e aqui os textos do Pedro Dias de Almeida, com vídeo incluído a dar um cheirinho do que estamos a falar. Com etiqueta de música para crianças vem Mão Verde, de Capicua e Pedro Geraldes, mas nós, que já somos crescidos, não nos cansamos de ouvir e cantar Quente & Frio ou Erva-de-cheiro, só para dar dois exemplos. O livro-disco, onde o afrobeat, o hip hop, o rock e outras sonoridades se misturam com rimas sobre agricultura, aquecimento global e hábitos saudáveis, resulta do espetáculo ao vivo que a rapper levou a palco a convite do Teatro São Luiz, em Lisboa. Continuamos pelos projetos nacionais, agora com os You Can’t Win Charlie Brown. O Miguel Judas escreve aqui que já lá vai o tempo em que, para elogiar uma banda portuguesa, se dizia que pareciam estrangeiros. Mas é precisamente isso que apetece dizer mal se começa a ouvir a primeira faixa de Marrow. Por falar em estrangeiro, é de lá que vêm as três últimas sugestões, a juntar uma espécie de constelação de estrelas. Skeleton Tree, álbum negro de Nick Cave e dos Bad Seeds, feito de oito canções onde o violino de Warren Ellis, coautor de todas as músicas, vai serpenteando. O derradeiro disco de Leonard Cohen, You Want it Darker, lançado uma semana antes da sua morte, que pede para ser descoberto aos poucos. E, por último, Blue & Lonesome, dos Rolling Stones, saído nem há quinze dias. Uma espécie de regresso às origens da banda inglesa a juntar, neste disco, 12 temas do repertório clássico dos blues. Se podiam estar aqui outros nomes? Podiam, pois, e assim, de repente, nos lembramos logo de David Bowie ou Iggy Pop. Mas essa seria outra lista de sugestões.”

Ler em… http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/livros-e-discos/2016-12-15-Sete-novos-discos--e-de-bom-gosto--para-oferecer-no-Natal

E ainda haverá muito mais a partilhar. Ho-Ho-Ho!!! 

Por isso!... Não percas o próximo post… porque nós… também não!!! ;)
publicado por Musikes às 11:38 link do post
16 de Dezembro de 2016

“Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.” Fernando Pessoa

GRANDES MÚSICAS… GRANDES ÉPOCAS!...

A Árvore de Natal do Pluto – Walt Disney http://youtu.be/DR-PZOAYMZ8

De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336 d.C. Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo, em virtude da não-aceitação do Calendário Gregoriano. No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa "manifestação"). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos. A celebração do Natal de Jesus foi instituída oficialmente pelo Papa Libério, no ano 354 d.C.

I'm Dreaming of a White Christmas http://videos.sapo.pt/9BT6rVoTMcAZh6G8odAB

Sweet and Slow – Nat King Cole http://videos.sapo.pt/naMkGagADWa271dbOCbu

Avé Verum http://videos.sapo.pt/PicOtYq0eIiShEjAZeQd

Christmas Becom's a Time... http://videos.sapo.pt/nobQIFV9y8Ib7NsfqT5K

I Will Be Home For Christmas http://videos.sapo.pt/ywednhN1cbMUGCNsfkod

It's Beginning to Look a Lot Like Christmas http://videos.sapo.pt/FBdknyyrL6wzDACIMWS8

Jingle Bell http://videos.sapo.pt/CTdf7P4hQ8nDI2ksca0o

Let It Snow, Let It Snow, Let It Snow, http://videos.sapo.pt/3IqJcvRJbrVOfI2Tr1oB

Christmas Gifts http://videos.sapo.pt/s8Hr6082O4PU3TJgQVaV

Santa Come's to Town http://videos.sapo.pt/MgdheSKI4FAc5bTBZ3BI

Whyte Christmas http://videos.sapo.pt/IbCgiaiN6i6oHqU2e5Aj

E mais uns quantos Ho-Ho-Ho… presente aí vêm! 

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publicado por Musikes às 11:06 link do post
12 de Dezembro de 2016

Desta vez, o vosso Musikes desafia a conhecer algo bem diferente. Veio ao nosso encontro um artigo digno de conhecer, que nos dias de hoje, é algo bem raro de se encontrar nos interesses da comunicação social..

Boas leituras!

Construir uma guitarra portuguesa: a arte que passa de mão em mão 08 Dezembro 2016 Tiago Palma

“A família Grácio é, provavelmente, a mais importante construtora de guitarras no país. A arte passou de pai para filho, durante três gerações. E agora terá continuidade num "filho" improvável.

1A longa história da família Grácio de volta das guitarras 2Como o travesso Gilberto se fez mestre e construiria uma guitarra para… Jimmy Page 3Ao fim de tantos aprendizes, restou um: Hugo, o “filho” que não é

Mãos amorosas na guitarra Que desgarra dor bizarra Mãos frementes de desejo Impacientes como um beijo Mãos de fado, de pecado A guitarra a afagar Como um corpo de mulher Para o despir e para o beijar

As mãos de Gilberto Grácio, tal como nos versos do “Fado Falado” de João Villaret, afagam a guitarra. Ainda afagam. Tem hoje 80 anos. Não as constrói mais. Mas construiu-as para todos os que no fado tocaram, para os melhores, desde logo Carlos Paredes e o pai deste, Artur. O que faz hoje é concertá-las, dar-lhes a afinação que o tempo levou, “para ocupar as horas”. Mas as mãos são as mesmas da meninice, de quando menino de 12 anos trabalhava a madeira e lhe esculpia forma de instrumento na oficina do pai. Tem-nas, às mãos, hoje mais enrugadas, talvez mais trémulas, calejadas e largas como as de um operário fabril, mas delicadas e ainda precisas como se tocassem filigrana e não madeira. Na bancada à frente de Gilberto Grácio vai construindo uma guitarra portuguesa Hugo Madeira, aprendiz que trata carinhosamente (e até com reverência) por “o mestre”, e nunca por Gilberto, o homem que tudo lhe ensinou deste ofício. Estamos em Carnaxide, nos arredores de Lisboa. É de manhã que os dois começam a trabalhar. Gilberto Grácio teve filhos. E estes tiveram filhos também e Gilberto foi avô. Nenhum deles quis dar continuidade (os netos são ainda mais novos do que Gilberto era quando começou a trabalhar numa oficina) a um ofício, a um saber que está na família há três gerações. E é Hugo quem não tem deixado que as guitarras Grácio, históricas, de uma sonoridade única entre guitarras, emudeçam de vez. É um aprendiz, um herdeiro improvável, que Gilberto Grácio não esperava tão tarde. E nem Hugo (sem ligação profissional à música até aos 25 anos) esperava vir a ter tal profissão. Mas o mestre Grácio tem-no como “um filho”. E ensinou-lhe tudo. Ainda o faz de cada vez que o visita na oficina que Hugo abriu. Esta é a história dos dois. Do feliz encontro dos dois. Mas é também a história de uma família que deu ao Fado o que tocar. O melhor é começar por ela, pela história dos Grácio.

A longa história da família Grácio de volta das guitarras

O primeiro Grácio de volta das guitarras foi João Pedro, o avô de Gilberto. Era marceneiro de profissão. “Na altura chamava-se-lhe carpintaria fina e não marcenaria. O meu avô trabalhava em Cascais. E até chegou a fazer aquelas janelinhas todas trabalhadas do palacete [hoje o hotel Grande Real Villa Itália] onde viveram exilados os reis de Itália”, conta Gilberto Grácio. Certo dia, na oficina de marcenaria, os colegas de João Pedro Grácio resolveram dar início àquilo que viria a ser uma tuna. Mas faltavam-lhes os instrumentos com que tocar. E o dinheiro para os comprar. “Como o dinheiro não era muito, o meu avô sugeriu-lhes: ‘Vamos a isso, vamos lá fundar a tuna, mas eu é que vos faço os instrumentos todos!’ E foi aí que ele começou a fazer guitarras, primeiro para ele, depois para os outros”, recorda hoje o neto. Daí em diante, o avô deixou a marcenaria e fez da construção de instrumentos profissão. João Pedro Grácio foi pai de seis rapazes e seis raparigas. A família vivia toda em Coimbrão, Leiria, mas o avô de Gilberto trabalhava em Lisboa, numa oficina na Rua da Boa Vista. O mais velho dos filhos, também ele João Pedro, pai de Gilberto, haveria de seguir a profissão do pai. Por acaso. “O meu avô um dia vai para cima, para Coimbrão, chega à estação de Monte Redondo e foi lá a um tasco, para beber qualquer coisa. E disseram-lhe: ‘Oh senhor Grácio, sabe quem é que está aí a trabalhar? É o seu filho João, está aí a serrar madeira com o Manel’. Tinha o meu pai então 15 anos. O meu avô nem desconfiava que ele estaria a trabalhar. Quando soube, trouxe-o logo para Lisboa. E começou a ensinar-lhe a profissão.” João Pedro Grácio haveria de falecer em 1963. Antes disso, em 1947, João Pedro Grácio Júnior deixara a oficina no Largo de São Martinho, em frente à cadeia do Limoeiro, e abrira uma, sua, no Cacém. Abriu-a para ensinar a Gilberto o ofício da construção de guitarras. “Eu gostava muito de trabalhos manuais, sempre gostei. Tinha nove anos e destruía as ferramentas todas – e os dedos, porque eram afiadas! – lá na oficina. [Risos] Mas naquela idade só fazia uns trabalhinhos para a escola, umas carrocinhas para brincar. Mais tarde, quando terminei a instrução primária, o meu pai perguntou-me se queria continuar a estudar ou se queria antes ir para a oficina. Tinha 13 anos. E comecei a trabalhar na oficina, claro”, lembra.

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No Limoeiro, ou no Cacém, são muitas as memórias que Gilberto Grácio tem da infância na oficina. Um lugar que era mais do que isso: servia para tertúlias entre gente do fado. “Era habitual os músicos, os fadistas, irem à oficina, faziam-se lá tertúlias. E também era habitual falarem mal uns dos outros. [Risos] Entrava um, o outro estava lá, cumprimentavam-se, e quando um deles saia, dizia o outro: ‘Este gajo fez-me isto e aquilo!’ O meu pai ria-se. Voltava-se para mim e dizia-me assim: ‘Sabes o que é isto? Tudo isto é fado…’”, conta, para atirar outra história de chofre: “Mas lembro-me de mais uma história engraçada. É a de um fadista, entretanto falecido, que era taxista em Arganil: o Adelino dos Santos. Um dia foi lá à oficina para meter cordas na guitarra. Veio de Comboio, chegou lá, pousou a mala, abriu-a e… estava vazia. Tinha-se esquecido da guitarra em casa! Foi um riso pegado.” O cliente mais ilustre das guitarras da família Grácio foi Carlos Paredes. Mas antes dele, foi também o pai: Artur Paredes. Sem ele, Artur, e sem o pai de Gilberto Grácio, João Pedro, a guitarra de Coimbra não existiria. A história começa com uma visita de Artur. “O Artur Paredes era cliente da oficina do Limoeiro, a do meu avô. Quando o meu pai foi para o Cacém, o Artur apareceu lá. E resolveu experimentar uma guitarra do meu pai. Depois de a experimentar, disse-lhe: ‘A guitarra é muito boa, julgava que o João estava aqui a fazer guitarras de fanqueiro!’ A guitarra ‘de fanqueiro’ era aquela guitarra mais barata. E a partir daí encomendou uma guitarra ao meu pai.” À época, a guitarra portuguesa que se tocava era a de Lisboa. A sonoridade, a afinação, é diferente da de Coimbra. E essa sonoridade só surgiu em 1962. No Cacém. “Ele [Artur Paredes] gostar, até gostou da guitarra do meu pai. Mas ainda não era aquilo que ele queria… Ele era exigente! E o Artur Paredes obrigou o meu pai a aplicar-se para sair a guitarra de Coimbra que hoje conhecemos. Olhe que aquilo deu trabalho. Foi experiência, experiência, experiência, até à exaustão”, recorda Gilberto Grácio.

Como o travesso Gilberto se fez mestre e construiria uma guitarra para… Jimmy Page

Gilberto chegou à oficina do Cacém para trabalhar com 12 anos. Mas não começou logo a construir guitarras portuguesas, nem de Lisboa nem de Coimbra. Até se construir a primeira, são necessárias décadas de prática à volta de instrumentos mais simples: violas, cavaquinhos, bandolins. No começo, Gilberto estava encarregado de escolher e comprar madeiras. Mas não se pense que era um trabalho simples. Quando a madeira é má, a guitarra é má. “Ninguém sabe o quão trabalhoso é construir uma guitarra. Há quem julgue que é apenas um caixote de sabão com cordas. [Risos] E também dizem: ‘Ah, os Grácio têm um segredo para conseguir que as guitarras deles tenham aquele som!’ Não há segredo nenhum. O segredo são as madeiras, conhecer as madeiras. Conhecer bem. E isto não se aprende em nenhum livro, não se ensina. É tempo que nos ensina. E a sensibilidade.” O pai de Gilberto, João Pedro, levou-o pela primeira vez a comprar madeiras aos 14 anos. Depois, Gilberto fá-lo-ia sozinho. “Uma vez comprei-as mal e levei nas orelhas”, graceja. As viagens até Lisboa e à Rua da Verónica — onde se negociavam as madeiras –, saído manhã cedo do Cacém, eram autênticas aventuras que não esquece mais. “Apanhava o comboio no Cacém, depois o elétrico em Lisboa – e como eu gostava de subir e descer do elétrico em andamento! –, e escolhia as pranchas de nogueira. E ainda me lembro do senhor Pinto – até parece que o estou a ouvir agora – me dizer: ‘Vai lá dentro, escolhe o que quiseres, mas tens que deixar tudo tal e qual como encontraste, Gilberto!’ E deixava.” Eram pilhas e pilhas de madeira até ao tecto. Pranchas enormes, pesadas, “de dois metros de comprimento e meio metro de largura”. Não era trabalho para uma criança. Não era, mas foi. “Eu tinha cabedal, tinha cabedal… Subia lá para cima, puxava as que não queria para o lado, atirava com as que queria para o chão. Depois, contratava uma camioneta à Ramirão e eles entregavam as pranchas no Cacém, na oficina do meu pai. Lembro-me perfeitamente de um dia em que comprei quatro ou cinco pranchas. Aquilo foi caríssimo. E quando chego à oficina, mal o meu pai olha para a nogueira, puxa de uma prancha, raspa-a e ralha-me: ‘Oh Gilberto, não vês que está não presta!’ Aquilo esfarelava tudo…” A primeira guitarra, Gilberto construiu-a aos 17 anos. Ainda a guarda. Seguiram-se mais de um milhar. Cada uma tomou-lhe quase duzentas horas a construir. Meses, portanto. Vendia-as, no começo, apenas em Portugal e para músicos. Começou a vender para o estrangeiro na década de 1980. “Isso foi em… hmmm… 1984. Ligaram-me da Valentim de Carvalho e perguntaram-me: ‘Oh senhor Grácio, por acaso não tem por aí uma guitarra que nos venda?’ Habitualmente não tenho, só por encomenda. Mas naquele dia até tinha uma, de um cliente que nunca a foi buscar. Respondi-lhes que sim.” No próprio dia, algumas horas mais tarde, surgiu-lhe um inglês na oficina, guedelhudo, “com pinta”, acompanhado da mulher. Gilberto não o reconheceu logo. “O tipo agarrou-se à guitarra, começou a tocar, virou-se para mim e disse: ‘Isto é que é! Isto é que é!’ Depois lá percebi que era o Jimmy Page, dos Led Zeppellin.” Gilberto Grácio recorda-nos o encontro com Page, ora envaidecido, ora cabisbaixo. Porquê? “Normalmente sei de todas as minhas guitarras. Dessa nunca mais soube. É uma das ‘filhas’ que nunca mais volta a casa. Não sei se ele ainda a tem ou não…”

Ao fim de tantos aprendizes, restou um: Hugo, o “filho” que não é Guitarra Portuguesa http://observador.pt/especiais/construir-uma-guitarra-portuguesa-a-arte-que-passa-de-mao-em-mao/#

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Voltemos a Carnaxide e à oficina de Hugo, aprendiz (ou melhor: o derradeiro aprendiz) de Gilberto Grácio. Os dois conheceram-se em meados de 2003. “A Câmara Municipal de Oeiras e o IEFP quiseram montar uma oficina. Aquilo era para durar um ano. E convidaram-me para a supervisionar tudo. Ao fim de um ano o curso terminou, entregaram-se os diplomas, mas ninguém tinha aprendido nada”, conta-nos Gilberto Grácio. Só que a história não termina aqui. “Entretanto, fui contactado pela Teresa Zambujo, que era a presidente da Câmara [Municipal de Oeiras] na altura, disse-me que queriam que o curso continuasse – agora sem o apoio do IEFP –, que tinham uma oficina, materiais, bancadas de trabalho, ferramentas, e que seis dos 12 alunos do curso estavam interessados em continuar a aprender. Mas também me disse que não havia dinheiro. Ou seja, que tinham que ser os alunos a financiar-se com os instrumentos que vendessem, umas violas, uns cavaquinhos.” Gilberto Grácio aceitou o desafio. Dos seis alunos, três desistiram, três resistiram. António, Fabíola e Hugo. “Ela começou a namorar, casou, teve uma menina e deixou a oficina. O Hugo e o António ficaram aqui, criaram uma sociedade [em 2006, com o apoio do Programa Iniciativas Locais de Emprego do IEFP] e até há pouco tempo trabalhavam aqui os dois. O António acabaria por sair e abrir a oficina dele noutro lado”, explica. Ao contrário de outros, Hugo Madeira nunca desistiu, nunca ponderou desistir. “Era isto que queria fazer para a vida, apaixonei-me”, lembra. Tinha 25 anos quando se inscreveu no curso e conheceu Gilberto Grácio. Mas recuemos na história de Hugo. Depois de concluir o secundário, começou a trabalhar, primeiro no aeroporto de Lisboa, depois num armazém. Nunca ambicionou ser construtor de guitarras e, menos ainda, ser aprendiz de Gilberto Grácio. Foi um feliz acaso que o trouxe ao “mestre”. “O António — que até há pouco tempo trabalhou comigo — era músico. Mas eu não tinha qualquer ligação à música quando comecei o curso. E continuo a não ter. Mas sempre gostei de trabalhos manuais. Quando saí do aeroporto, estive num armazém um ano e tal, mas era mal remunerado e não gostava de lá estar. Queria fazer alguma coisa de que realmente gostasse. Acho que estava perdido. Certo dia, um amigo meu — que sabia que eu gostava muito de música — falou-me de um curso do IEFP, sobre a construção de instrumentos. É que nem hesitei: despedi-me logo e inscrevi-me logo no curso.” Mas era um risco para ele. “Claro que era. Foi a primeira vez que o curso se realizou. E a única. Um ano é pouco tempo para aprender este ofício, esta arte. Não sabia se continuaria ou não a trabalhar nisto. Deixei tudo para trás. E poderia ser tempo perdido em vão. Mas não foi. Quando conheci o mestre Grácio — e percebi que seria ele a supervisionar o curso –, aí é que não tive qualquer dúvida: era isto.” Há neles, Gilberto Grácio e Hugo Madeira, uma ternura ao falar do que fazem. E ao falar um do outro. “O Hugo não é meu filho, mas é como se fosse”, garante Grácio. E explica-nos porquê: “Ele tem tudo o que é preciso para dar continuidade às guitarras Grácio: boas mãos – as mãos são o mais importante nisto – e humildade. É ele que vai dar continuidade às guitarras e, sobretudo, ao timbre das guitarras Grácio. Tenho a certeza.” Hugo é-lhe grato. Sobretudo isso. “Saber que o mestre me tem como um filho é… [Pausa] é um orgulho muito, muito grande. Ele ensina-me tudo. Ainda me ensina. E continua a ser muito exigente comigo. Só pode ser assim. Não conseguiria evoluir se ele não me exigisse sempre mais.”

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Antes de conhecer Hugo, antes de ter nele a confiança para o ensinar, Gilberto pensou que a arte da família Grácio se perderia. “Os meus netos ainda são muito pequenos para pegar nisto. Tanto o da minha filha como o do meu filho só têm dez aninhos. Um dia perguntei ao meu filho o que o meu pai me perguntou: ‘Queres ir estudar ou ir para a oficina?’ E ele escolheu o estudo. Vou ser honesto: os trabalhos manuais não eram com ele. [Risos] A minha filha, por exemplo, sempre foi muito boa nisso, tudo o que saía daquelas mãos, saía perfeitinho. Mas também não quis aprender e eu tive que aceitar”, explica. Tal como Gilberto Grácio, tal como o seu pai antes dele, também Hugo começou por fazer instrumentos mais simples, sobretudo violas, antes das guitarras portuguesas — “mais as de Coimbra que as de Lisboa”. Só a elas se dedicaria “dois anos ou mais” depois de começar a aprender com Gilberto Grácio. “É preciso ter muita mão para construir uma. Só com o tempo, com o tacto — aquilo a que se chama ‘memória muscular’ –, é que se faz uma guitarra boa. Por exemplo: dobrar a ilharga sem partir é muito complicado. E construir uma guitarra leva tempo. Quanto mais tempo, melhor. Uns mesitos é o ideal”, explica Hugo. É também ele que hoje escolhe as madeiras que usa. Não como nos idos da meninice de Gilberto Grácio. “O mais complicado de tudo é mesmo isso: escolher as madeiras. O mestre cresceu numa oficina. E conta as histórias de como escolhia as madeiras quando era criança. Hoje é tudo diferente. Eu escolho as madeiras pela internet. Às vezes engano-me, claro. Ou melhor, sou enganado. Quando me enviam madeiras más, o que faço é protestar e pedir outras.” Uma coisa é certa: construir uma guitarra com madeiras más, nunca. “Isso nunca, nunca. Nesta profissão, se fazes uma guitarra má, um instrumento mau, acabou-se. Ninguém te volta a encomendar nada.” A primeira viola que Hugo construiu está guardada na vitrina da oficina, logo à entrada, empoeirada e partida. “É aquela…”, aponta. — Está aqui na oficina porque o meu filho conseguiu destruí-la. [Risos] Tenho que a reparar quando tiver tempo. Mas não a vendo por nada… E o filho, seguirá ele as passadas do pai Hugo e dos Grácio? “É uma responsabilidade dar continuidade às guitarras Grácio. Uma honra. Tenho 4o anos, estou a trabalhar com o mestre há 15. E continua a ser uma honra para mim. É isto que quero fazer para sempre. O meu filho ainda é novinho. Tem seis anos. E até é perigoso que ele venha para a oficina, porque as ferramentas são afiadas. Às vezes vem. Mas ainda não demonstra muito interesse nisto. Vem, mas fica para aí a brincar. Quando for mais velho, se se interessar por esta arte, terei todo o prazer em ensiná-lo, como o mestre Grácio me ensina a mim. Mas não o vou obrigar a nada. É um interesse que tem que ser genuíno, como foi o meu, como antes de mim foi o do mestre.” Uma coisa é certa: a algum aprendiz Hugo ensinará a arte das guitarras Grácio. Para que estas não emudeçam nunca. “No que depender de mim, a arte não morrerá comigo.” Texto de Tiago Palma, fotografia de Hugo Amaral, vídeo de Hugo Amaral.”

Ler mais… http://observador.pt/especiais/o-mestre-gilberto-e-o-aprendiz-hugo-para-que-a-guitarra-dos-gracio-nunca-emudeca/

Aqui… Para ouvir.

Carlos Paredes - Guitarra Portuguesa (1967) https://www.youtube.com/watch?v=uJriTVPFY6U

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Por isso!... Não percas o próximo post… porque nós… também não!!! ;)
publicado por Musikes às 15:16 link do post
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