“A curiosidade é como a sede…
Com o passar do tempo… ela continua a crescer. – Musikes”
Porque partilhar é um prazer, aqui fica mais um desses momentos que tantos sorrisos suscitam.
Boas leituras!
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Revista Visão
(edição de 2017/02/21)
“Enquanto o vinil continua a chamar para si todas as atenções, desde melómanos que preferem a qualidade audio dos discos, às editoras e aos músicos que recomeçaram a editar LP’s, um outro formato, apenas conhecido por quem hoje tem mais de 35 anos, surge ressuscitado, um pouco à boleia do culto do vintage.
Nos Estados Unidos, em 2016, as vendas de cassetes cresceram 74%, com 129 mil cópias (mais 74 mil do que em 2015) de acordo com a Nielsen Music, empresa responsável pelo levantamento de vendas de música e vídeo nos Estados Unidos e Canadá. Escreve a revista americana Billboard que estas 129 mil cópias andam longe do total de álbuns (200,800 milhões, menos 17%) e de álbuns em vinil (13,1 milhões, mais 10%) vendidos no ano passado. Mas se considerarmos que as cassetes estavam mortas e enterradas, com poucos apreciadores do formato, voltar a vender é um grande feito. A “culpa” deste boom de vendas pode ser atribuída a lançamentos especiais de álbuns recentes, como Purpose de Justin Bieber ou Beauty Behind the Madness, de The Weeknd, tendo cada um deles vendido perto de mil unidades, juntamente com reedições de álbuns clássicos como The Slim Shady de Eminem (três mil) e Purple Rain de Prince and The Revolution (dois mil) ou a edição limitada da reedição da maqueta de No Life ‘Til Leather (1982) dos Metallica. A boa nova para os millennials, geração que já cresceu na era do digital e do streaming, é que as novas cassetes vêm com um código para o download digital do álbum. Tudo pensado para quem também (já) não tem leitor de cassetes.
Uma fábrica portuguesa
Há três anos, pela primeira vez, as vendas mundiais de música em formato digital superaram as de suporte físico, e a americana National Audio Company, fábrica de cassetes do Missouri, vendeu mais de dez milhões de fitas. A funcionar há 48 anos, em 2015, chegou a faturar cinco milhões de dólares, o que representa um aumento de 31 por cento. Steve Steep andava na universidade quando, em 1969, o seu pai fundou a National Audio Company, seis anos depois de a Philips ter lançado a primeira cassete.
Por cá, na Maia, a produção na Edisco também vai de vento em popa. Na única fábrica de cassetes da Península Ibérica, fundada em 1979, o fabrico deste objeto de culto foi reativado em 2005. “Há 12 anos recomeçaram os pedidos, crescendo também a variedade de géneros musicais”, conta Armando Cerqueira, atual dono da Edisco, herdeiro do negócio do pai. São as músicas de metal e de rock, que tanto editoras como particulares, mais pedem para produzir a um preço médio de dois euros, consoante a encomenda que varia de um mínimo de 50 até às 500 unidades. “Uma cassete de metal que saia daqui a custar seis ou oito euros, daí a três meses já custa 20 ou 30 euros e num ano chega a valer 80 euros”, explica Armando.
No ano passado, saíram da Edisco 40 mil cassetes, o dobro de 2015, um número “impensável” para Armando Cerqueira. Para trás ficaram os anos 80 do século passado, quando vendiam um milhão de cassetes por ano, principalmente, nas feiras durante o mês de agosto. E o cantor Nel Monteiro bateu recordes ao atingir as 500 mil cassetes vendidas.
Com 80% do produto exportado, na Edisco são as editoras nacionais as primeiras a incluir o código para se fazer download do álbum. Em 2016, uma edição limitada de cem cassetes de Capitão Fausto Têm os Dias Contados chegou às redações para dar a conhecer o novo trabalho da banda. “Antes as cassetes eram todas iguais, agora existem inúmeras possibilidades de as personalizar”, garante Armando Cerqueira. São 15 as cores à escolha para o plástico da cassete, há embalagens de cartão com cinco cassetes e até já inventaram uma máquina para imprimir diretamente no plástico da caixa. Armando Cerqueira não tem dúvidas de que “o culto da cassete está de volta, mas como um objeto de colecionador”. Está na hora de os mais nostálgicos irem buscar às arrecadações os velhinhos leitores de cassetes e não se esqueçam de ter por perto uma caneta para enrolar as fitas que continuam a embrulhar-se com a mesma facilidade de antigamente.”
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