É a história da música feita no Porto, numa retrospetiva de cinco décadas, de 1960 a 2010, que envolve mentes inquietas, ligadas à música erudita e de contestação, ao rock, ao hip-hop e à eletrónica, e dá a conhecer a onda vanguardista e a liberdade sonora da cidade. Antes mesmo da revolução chegar.
Em Musonautas, Visões & Avarias, patente na Galeria Municipal do Porto, até 18 de novembro, faz-se o mapa deste notável percurso sonoro através de documentos, objetos, episódios, histórias e muitos personagens. É à boleia de maestros, compositores e músicos como Álvaro Salazar, Cândido Lima, Filipe Pires, José Mário Branco, Jorge Lima Barreto, Manel Cruz, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, Sérgio Godinho e muitas bandas que seguimos viagem pela exposição, numa visita guiada por Paulo Vinhas, o curador.
Antes faça-se um aviso prévio. Este é um programa para duas horas, seja ele em forma de visita por conta própria ou guiada (aos sábados, há visitas guiadas gratuitas às 16h). Os mais apressados podem encurtar o tempo, claro, mas esta é uma retrospetiva de pormenores, cheia de nuances, onde cada objeto encerra uma história. Do primeiro elemento visível ao último disco exposto. “É uma exposição documental, mas também objetual com preocupações plásticas, informativa e historiográfica”, salienta o mentor de Musonautas, Visões & Avarias, Guilherme Blanc, adjunto na área da Cultura da Câmara do Porto, sublinhando que, pela primeira vez, se conta a história da cidade no âmbito da música, cuja importância não estava devidamente documentada, nem defendida.