Em cada um reside a fonte da partilha, e seja ela um dom ou não, deixa-me semear no teu ser o prazer da Música. Ela tem inspirado o Homem no revelar o seu pensamento, o interpretar e sentir o Universo ao longo de milénios. Bem vindo!
Como se espera, este é um mês marcado pelos programas especiais de Natal e os agrupamentos residentes da Casa da Música estão empenhados em programas especialmente desenhados para o efeito. O Ciclo Piano 2019 despede-se com um pianista favorito do seu público, Pedro Burmester, num final de temporada que traz também o último capítulo da Integral das Sinfonias de Tchaikovski: a Sexta Sinfonia do grande compositor russo sob a direcção do maestro norte-americano Joseph Swensen.
São várias as oficinas educativas para os mais novos e as famílias. Já no primeiro dia do mês, não perca A Grande Viagem, um espectáculo pleno de fantasia onde uma marioneta ganha vida e transmite emoções como gente real.
Os concertos no Café continuam a marcar a noite portuense e apresentam os projectos de músicos que fazem a diferença, como Gileno Santana, João Mortágua, Luís Figueiredo e André B. Silva.
Aqui alguns destaques!
07 DEZ SÁB · 18:00
O PRÍNCIPE DE BARTOK
ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA
Escrito em período de conflito mundial por um músico angustiado, O Príncipe de Pau é um bailado-pantomima de inspirado sentido poético, um conto de fadas sobre o qual pesa algum simbolismo trágico. Para conquistar a princesa por quem se apaixonou, um príncipe tem de atravessar a floresta enfeitiçada por uma bruxa. Por cautela, envia a sua réplica feita de pau, mas acontece que a princesa se apaixona pelo boneco… pelo menos até o feitiço que lhe deu vida terminar. Além da estreia mundial de mais uma encomenda ao Jovem Compositor em Residência 2019, o concerto inclui a estreia portuguesa de uma obra assinada há apenas três anos por um dos mais notáveis compositores do nosso tempo, o britânico Harrison Birtwistle. Estreada na Filarmónica de Berlim sob a direcção de Daniel Barenboim, Deep Time explora uma ideia de dimensão temporal que nos é inacessível e onde o princípio e o fim se confundem na bruma.
ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA CONCERTO COMENTADO PARA FAMÍLIAS
Tchaikovski imaginou a sua derradeira sinfonia como uma celebração da vida – as paixões compulsivas, o amor e os desgostos. Sobre ela afirmou conter um programa secreto e autobiográfico, que deu origem a múltiplas especulações adensadas pelo facto de o compositor ter morrido apenas nove dias após a sua estreia. Os mistérios em torno da Sinfonia Patética e da vida conturbada do célebre compositor russo são o mote para os comentários de Mário Azevedo a uma obra emotiva, marcada pelas melodias românticas e orquestrações brilhantes demonstradas pela orquestra com vários exemplos que precedem a interpretação integral da sinfonia.
A quadra natalícia traz à Casa da Música momentos especiais que vale a pena acompanhar. A Sinfónica, a Barroca e o Coro despedem-se do Novo Mundo trazendo para palco a música do norte-americano Samuel Barber e do missionário jesuíta Domenico Zipoli, que escreveu obras sacras na América do Sul em pleno período Barroco. O mundo das crianças não é esquecido com o conto Hänsel und Gretel na versão de Humperdinck, num concerto que inclui a grandiosa Sinfonia Órgãode Saint-Saëns. Também a Banda Sinfónica Portuguesa acrescenta um sopro de fantasia a este Natal, com música que nasce sobre ideais de esperança. O ciclo conta com um grande concerto do Conservatório de Música do Porto que junta em palco a comunidade escolar numa noite especial.
A 30.ª edição do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) vai decorrer entre 11 e 19 de Outubro em oito espaços da cidade, levando a palco 16 espectáculos, quatro dos quais estrangeiros.
Na apresentação do programa, (…) Igor Gandra, o director artístico do FIMP, destacou a diversidade desta edição, que contará ao todo com 37 apresentações. Entre os espectáculos, destaque para Happy Birthday 30 + 30, em que o festival se junta a outra importante instituição cultural da cidade, o Balleteatro Escola Profissional, para soprar as velas: ambos festejam o seu 30.º aniversário em 2019.
Os primeiros capítulos da residência de Jörg Widmann revelam o músico alemão na sua tripla dimensão de compositor, maestro e clarinetista, com a Orquestra Sinfónica e o Remix Ensemble, interpretando o Concerto para clarinete de Mozart, obras do Romantismo e música dos nossos dias. A meio-soprano Marina Prudenskaya junta-se à Sinfónica para um ciclo emblemático do Lied alemão, Wesendonck Lieder de Wagner, numa noite que termina com a Quinta Sinfonia de Mahler. O regresso de Sokolov é um momento sempre esperado do Ciclo de Piano Fundação EDP. Este ano, o seu recital é dedicado a Beethoven e Brahms. Na homenagem da Casa a Helena Sá e Costa, o convidado especial é David Fray, que vem interpretar concertos para piano e orquestra de Bach e Mozart ao lado da Sinfónica. A maratona de teclistas volta a reunir centenas de alunos de todo o país. O ciclo Rito da Primavera põe em foco os jovens intérpretes europeus: o Spring ON! traz novos projectos de jazz e o ECHO Rising Stars reúne estrelas do futuro das salas de concerto. Orquestra Sinfónica e OJM cruzam o jazz e a música sinfónica. E, entre outras propostas a que convém estar atento, há ainda Ricardo Ribeiro com João Paulo Esteves da Silva e o regresso a Portugal da cantora e pianista Eliane Elias.
O maestro israelita Eliahu Inbal dirige repertório da sua especialidade, pelo qual é reconhecido a nível internacional. Na sua Quinta Sinfonia, Mahler combina a tragédia com a alegria, a dor e o prazer, o desespero e a mudança, confrontando-nos com diferentes mundos em cada um dos andamentos. Escrita enquanto conhece Alma Schindler, por quem se viria a apaixonar, a Quinta Sinfonia está também associada a este novo amor e todas as suas implicações.
18 MAI SÁB · 18:00 SALA SUGGIA JAZZ SINFÓNICO ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS
Uma Orquestra Sinfónica a swingar? Duke Ellington achou tal feito possível e, para isso, escreveu uma obra inspirada na noite, o seu habitat natural. Com a parceria da Orquestra Jazz de Matosinhos, naquele que é um reencontro há muito esperado com o agrupamento sinfónico da Casa da Música, a máquina de swing apresenta-se bem oleada. Já o estoniano Erkki-Sven Tüür embarca numa linguagem mais moderna, ou não fosse a sua sinfonia uma composição bem mais recente e o seu autor uma figura de proa no contexto da música contemporânea. A iniciar o concerto, a Sinfónica apresenta a primeira grande obra americana de Stravinski.
Nestas estantes, guardam-se espólios antigos, edições raras e outras preciosidades mais atuais, de todas as áreas do saber. Seleção das 20 bibliotecas mais curiosas do País e, nalguns casos, do mundo
Forradas a folha de ouro e decoradas com motivos chineses, as estantes da Biblioteca Joanina guardam um acervo de cerca de 60 mil livros, com inúmeras relíquias desde o século XVI ao XVIII.
1. BIBLIOTECA JOANINA, COIMBRA
Tem lugar cativo na lista das bibliotecas mais bonitas do mundo. Obra-prima do Barroco, foi construída durante o reinado de D. João V (o retrato está em lugar de destaque), com os meios da própria Universidade de Coimbra (UC) – 67 contos de réis, o triplo do seu orçamento anual –, e ficou concluída em 1728. “É tão bela que faz esquecer a sua funcionalidade, mas trata-se de uma biblioteca viva e não de um museu”, sublinha José Bernardes, diretor da Biblioteca Geral da UC, responsável pela Joanina.
A não perder: Um exemplar da primeira edição d’Os Lusíadas, uma Bíblia Atlântica, do século XII, e uma Bíblia Hebraica (um dos 20 exemplares no mundo) estão entre as raridades da Joanina
mil volumes, desde o século XV ao XVIII, dedicados a ciências (Medicina, Física, Matemática, Astronomia), literatura de viagens, botânica, clássicos e religião, entre outras áreas
2. BIBLIOTECA DO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA
No livro The World’s Most Beautiful Libraires, editado pela Taschen, podemos encontrar a Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra. Esta é apenas uma das menções que a ela se fazem, muitas outras publicações nacionais e internacionais distinguem-na, quer pela sua beleza quer pela riqueza do património que guarda nas estantes de madeira. Mais do que um motivo de orgulho, e um regalo para os nossos olhos, é um verdadeiro repositório do saber. “É uma biblioteca conventual notável, formada a partir de encomendas joaninas”, diz Mário Pereira dos Santos, diretor do Palácio Nacional de Mafra
A não perder: Existe um núcleo significativo dedicado à literatura religiosa. A coleção de Bíblias é notável, das quais se destaca a célebre Bíblia Complutense (do cardeal Cisneros), a primeira poliglota, editada em 1514
A Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa, reabriu em junho de 2017, depois de dois anos em obras
3. BIBLIOTECA PALÁCIO GALVEIAS, LISBOA
Por dia, cerca de 800 pessoas sentam-se nas várias salas, jardim, terraço e esplanada da Biblioteca Municipal Palácio Galveias, no Campo Grande, que ocupa um edifício nobre construído nos finais do séc. XVII. Com as obras de melhoramento, concluídas em junho de 2017, as salas distribuídas pelo piso térreo e pelo primeiro andar foram adaptadas para estudo e, desde então, há mais lugares e espaços polivalentes para formação, conferências, sessões de cinema, teatro e até aulas de ioga
A não perder: Foi na Biblioteca das Galveias que José Saramago começou “realmente a aprender a ler”, escreveu o Prémio Nobel em Cadernos de Lanzarote: Diário V