Em entrevista à VISÃO, Barbara Oakley, professora da Universidade de Washington e especialista em aprendizagem explica o que a faz acreditar que todos podemos aprender, seja o que for, e deixa algumas dicas. (Parte VI)
Porém, a tal técnica, de estar concentrado 25 minutos e depois passar dez a fazer algo de que se gosta, pode ser feita em qualquer lugar. E incluí-la numa qualquer rotina é que ajuda de certeza.
No entanto, é melhor não estudar sempre no mesmo sítio, da mesma maneira? (…)
O cérebro aprende a associar o lugar onde estudamos à matéria que estamos a estudar. Se gostamos do que estamos a aprender, corre bem. Se não, corre mal. Isto quer dizer que pode ser boa ideia estudar em qualquer lugar, para não criar esse sentimento. Além disso, quando se estuda sempre da mesma forma – por exemplo, num cubículo silencioso da biblioteca –, pode ser mais difícil lembrarmo-nos da matéria quando estamos stressados numa sala de teste e não num lugar confortável.
Diz que reler e sublinhar ajuda pouco. O melhor é ler, desviar a atenção para outro ponto e verificar do que se lembra...
Uma boa técnica é ler a informação com o maior cuidado. Depois, desviar o olhar e tentar lembrar, ao máximo, os pontos mais importantes. Surpreendentemente, recordar assim a matéria ajuda-nos a compreender de uma forma muito mais profunda, e não apenas a decorar. Isso de sublinhar ajuda pouco, e ainda nos leva ao engano, a pensarmos que sabemos o que lá está, quando não é verdade. (…)"