Antes do aparecimento da televisão e rádio, os serões culturais eram assim… uma forma que herdamos da Antiguidade Grega - o Teatro.
Aqui umas quantas sugestões a ir.
Teatro Nacional São João - de 8 a 25 de Novembro de 2018
No centro de Do Alto da Ponte vamos encontrar Eddie Carbone, um estivador que trabalha nas docas entre a Ponte de Brooklyn e o pontão onde começa o mar, lugar descrito como “a garganta de Nova Iorque que engole a tonelagem do mundo”. Uma imagem ameaçadora que enquadra este drama passional que Arthur Miller escreveu nos anos cinquenta, os anos infames do Macarthismo. Do Alto da Ponte fala-nos disso: de medo, traição, delação, imigração ilegal, escolhas difíceis. Mas Jorge Silva Melo recupera esta peça para nos falar dos dias de hoje: “Sem receios, sem dogmas. Cruamente, como Miller nos convida.” Os Artistas Unidos iniciam aqui uma demorada e carinhosa contemplação da obra de Miller, como fizeram recentemente com Tennessee Williams. Miller, é bom recordar, foi um dramaturgo influente e um homem corajoso, alguém que ajudou a transformar o palco num lugar de conflito e pensamento.
de Arthur Miller
tradução
Ana Raquel Fernandes, Rui Pina Coelho
encenação
Jorge Silva Melo
cenografia e figurinos
Rita Lopes Alves
desenho de luz
Pedro Domingos
desenho de som
André Pires
produção executiva
João Meireles
assistência de encenação
Nuno Gonçalo Rodrigues, Inês Pereira
com
Américo Silva, Joana Bárcia, Vânia Rodrigues, António Simão, Bruno Vicente, André Loubet, Tiago Matias, Hugo Tourita, Gonçalo Carvalho, João Estima, Hélder Braz, Inês Pereira/Sara Inês Gigante, Romeu Vala, Miguel Galamba
coprodução
Artistas Unidos, Teatro Viriato, São Luiz Teatro Municipal, TNSJ
estreia
14Set2018 Teatro Viriato (Viseu)
dur. aprox.
1:50
M/12 anos
English Subtitles
Carta-Branca: Oficinas e Babysitting
10 nov sáb 19:00
M/4 anos
inscrição € 2,50
Conversa pós-espetáculo 9 nov
“Ouvir ler, ouvir bem-dizer, salva-nos os olhos.” Seguindo esta intuição, a atriz e encenadora Sara Carinhas dirigiu em 2016, no São Luiz Teatro Municipal, um conjunto de leituras de autores tão diversos quanto “os grandes gestos que cada escritor arrisca”. Entre eles estava Maria Velho da Costa, romancista, contista e dramaturga cuja obra revolucionou a ficção portuguesa e que, nos oitenta anos da autora, o Instituto de Literatura Comparada e o TNSJ celebram – e interrogam. Meninas Exemplares atualiza essa leitura encenada, mobilizando Madame (peça que o TNSJ agora reedita), mas também romances como Irene ou O Contrato Sociale Casas Pardas, que, em 2012, o TNSJ converteu em espetáculo. Meninas Exemplares conta com a participação de três atrizes, bem como da pianista Madalena Palmeirim, cuja música interpela a polifonia de vozes de Maria Velho da Costa.
leitura encenada de textos de
Maria Velho da Costa
direção
Sara Carinhas
música (composição e interpretação ao vivo)
Madalena Palmeirim
com
Emília Silvestre, Joana Carvalho, Sara Barros Leitão
organização
TNSJ
dur. aprox. 1:00
Teatro Carlos Alberto - 25 a 25 de Novembro de 2018
Nem louvor nem simplificação: em Saber de Mim Sabendo das Coisashomenageamos Maria Velho da Costa lendo, editando e conversando-lhe a obra. Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, conferencistas nacionais e estrangeiros discutem as múltiplas linguagens de uma escritora para quem a literatura é a mais labiríntica das casas do mundo. No TNSJ, reunimos à mesma mesa alguns criadores que construíram obra a partir da obra dela, como a realizadora Margarida Gil, ou Luísa Costa Gomes e Nuno Carinhas, que em 2012 desviaram o romance Casas Pardas para o palco do TNSJ. Ou Ricardo Pais, que aqui encenou Madameem 2000, peça que reeditamos em livro, agora na coleção TNSJ/Húmus. Escrita para Eunice Muñoz e Eva Wilma, Madame imagina o encontro de Maria Eduarda e Capitu, personagens de Eça de Queirós (Os Maias) e Machado de Assis (Dom Casmurro). Um duelo irascível entre duas línguas que para se entenderem têm de traduzir-se… “O que é que é isso de carago?”
Homenagem aos 80 anos de Maria Velho da Costa
mesa-redonda com
Ana Luísa Amaral, Luísa Costa Gomes, Margarida Gil, Nuno Carinhas, Ricardo Pais
lançamento do livro Madame, de Maria Velho da Costa (ediçãoTNSJ/Húmus)
organização
Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa
colaboração
TNSJ
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
12 nov
Primeiro Gertrude, em 2013, e depois As Criadas, em 2016, dois “estudos” de personagens femininas, o último dos quais distinguido com uma Menção Especial pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro. É a terceira vez que Simão Do Vale Africano nos visita como encenador, agora para abrir as portas desta Trattoria Pirandello, “restaurante” onde são servidas em sequência três peças em um ato de Luigi Pirandello, três “refeições” breves, mediterrânicas. Começa com O Homem com a Flor na Boca, prossegue com o maravilhoso mundo para cá do espelho de Sonho (ou talvez não) e termina em chave cómica, na companhia do tratante Cecè, espécie de D. João à italiana. É um tributo a um autor que foi determinante na vontade de Simão Do Vale Africano começar a fazer teatro. É também, e sobretudo, um incitamento para seguir em frente: “Este espetáculo é sobre o prazer que (ainda) tenho em fazer teatro. É só isso.” Façam o favor de entrar, bom apetite.
O Homem com a Flor na Boca + Sonho (ou talvez não) + Cecè
de Luigi Pirandello
encenação e tradução
Simão Do Vale Africano
cenografia
Bruno Capucho
figurinos
Bernardo Monteiro
desenho de som e sonoplastia
Joel Azevedo
desenho de luz
Rui M Simão
assistência de encenação
Diogo Freitas
interpretação
Joana Africano, Jorge Mota, Simão Do Vale Africano
coprodução
Subcutâneo, TNSJ
dur. aprox. 1:25
M/12 anos
Língua Gestual Portuguesa
21 nov qua 19:00
Carta-Branca: Oficinas e Babysitting
24 nov sáb 19:00
M/4 anos
inscrição € 2,50
Conversa pós-espetáculo 16 nov
Mosteiro São Bento da Victória - 15 a 25 de Novembro de 2018
Não esperem banalidades ou amenidades de Angélica Liddell. Alheia a compromissos ideológicos, que considera “fraudulentos”, a dramaturga, encenadora e performer catalã considera-se uma “individualista”, incapaz de trabalhar ou de pensar em termos coletivos, o que não a impede de se comprometer com o sofrimento humano: “Quando falo da minha dor, ligo-a a uma dor coletiva.” As Leituras no Mosteiro terminam o módulo Fora da Caixa na companhia da “menina terrível” do teatro espanhol, lendo-lhe E como não apodreceu…: Branca de Neve (2005), onde cruza a guerra e a infância para encontrar a beleza no horror, transformando a dor num estímulo vital de sobrevivência. A este texto curto mas fulgurante, divido em oito cenas, juntar-se-ão outros, alguns deles inéditos, com os quais traçamos um retrato em movimento de uma das criadoras mais radicais da cena mundial.
Fora da Caixa
18 set | A Tempestade que Aí Vem, de Forced Entertainment
16 out | O Cinema, de Annie Baker
20 nov | E como não apodreceu…: Branca de Neve e outros textos, de Angélica Liddell
18 dez | Dramaturgia Portuguesa Contemporânea
coordenação Nuno M Cardoso, Paula Braga
organização TNSJ
Teatro Nacional São João - 27 de Novembro a 1 de Dezembro de 2018
Andam por aqui muitas palavras à solta. Brincam-se e puxam-se umas às outras e neste corrupio oferecem-se à reinvenção de quem as ouve e vê, imaginando-as. Criado pelo Teatro do Frio a convite do Serviço Educativo de Guimarães 2012, Comer a Língua integrou a programação do TNSJ em 2013, uma casa onde foi feliz e nos fez felizes, e à qual regressa agora. É um espetáculo dirigido a crianças a partir dos 6 anos mas que na verdade se destina a todos os públicos, miúdos e graúdos. É também o nome do lugar onde a encenadora Catarina Lacerda e a poeta Regina Guimarães se encontraram para jogar a língua em todo o seu potencial sonoro, imagético e sensorial. A atriz Susana Madeira dobra e desdobra as vozes de onze poemas com sentidos diversos e divertidos. Uma língua para ouvir, cheirar, comer e chorar por mais. texto
Regina Guimarães
direção artística e encenação
Catarina Lacerda
direção plástica Ana Guedes
direção musical
Jorge Queijo
direção de produção
Inês Gregório/Pé de Cabra, Lda.
interpretação
Susana Madeira
coprodução
Teatro do Frio, Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, Maria Matos Teatro Municipal
estreia
13Mar2013 Teatro Oficina (Guimarães)
dur. aprox. 50’
M/6 anos | Oficina e Babysitting Carta-Branca Do Alto da Ponte | 10 nov | sáb 19:00 Trattoria Pirandello | 24 nov | sáb 19:00 coordenação Maria de La Salette Moreira destinatários M/4 anos inscrição € 2,50 Duas vezes por mês, aos sábados ao fim da tarde, e enquanto os pais assistem ao espetáculo em cena, as crianças ficam numa das salas do teatro, desfrutando de uma carta-branca acompanhada para estarem, consigo próprias e com outras crianças. Nesta sala está-se. Sentado, deitado ou em pé, a brincar, a ler, a pintar, a ensaiar, a fazer-de-conta ou a não fazer nada, a “estar”. Seja Amigo do TNSJ Ser amigo do TNSJ é simples, gratuito e permite‑lhe usufruir de benefícios na aquisição de bilhetes para as diversas iniciativas. |