Em entrevista à VISÃO, Barbara Oakley, professora da Universidade de Washington e especialista em aprendizagem explica o que a faz acreditar que todos podemos aprender, seja o que for, e deixa algumas dicas. (Parte VI)
“(…) Uma boa técnica é ler a informação com o maior cuidado. Depois, desviar o olhar e tentar lembrar, ao máximo, os pontos mais importantes. Surpreendentemente, recordar assim a matéria ajuda-nos a compreender de uma forma muito mais profunda, e não apenas a decorar. Isso de sublinhar ajuda pouco, e ainda nos leva ao engano, a pensarmos que sabemos o que lá está, quando não é verdade. (…)
A importância de um sono harmonioso está também sempre nestas listas de bem-aprender.Porque parece continuar a ser ignorado?
Grande questão. Os estudantes parecem não entender porque o sono é tão importante. Quando veem imagens das células do cérebro a fazerem novas ligações, como resultado do sono, lá percebem um bocadinho por que razão se diz que o sono é reparador e é essencial para o processo de aprendizagem. Dormir também ajuda a deitar fora as toxinas acumuladas ao longo do dia. Se fizermos um teste, com pouco ou nenhum descanso na noite anterior, é como ter o cérebro envenenado: o desempenho não é nem perto do que seria desejado, caso se tivesse dormido como deve ser.
Um dos outros problemas, sempre apontado é a procrastinação. Como se combate?
Definir que vamos ficar atentos durante 25 minutos e, depois, pararmos. Assumir um compromisso, com um objetivo a curto prazo, permite ultrapassar isso.